O Natal é a data comemorativa mais esperada pelo varejo. A tradicional comemoração deve movimentar R$ 69,75 bilhões em vendas na economia brasileira, aumento de 1,3% no faturamento do varejo, de acordo com estimativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
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Mas segundo levantamento realizado pela economista e professora da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP), Nadja Heiderich, o Natal de 2024 será marcado pela alta nos preços, e promete ser um dos mais caros dos últimos anos, com aumentos expressivos nos preços dos produtos típicos da ceia.
“Consumidores que planejam e adaptam suas compras e buscam alternativas podem garantir uma ceia especial sem comprometer o orçamento. Mais do que o custo, o espírito natalino continua sendo o maior presente desta época do ano”, diz a docente da FECAP.
Dados da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) e do IPCA acumulado dos últimos 12 meses, divulgado pelo IBGE, mostram que a inflação e a alta do dólar pressionaram os custos, resultando em uma alta média de 8% nos preços da cesta natalina em comparação a 2023.
Os preços da ceia em destaque
De acordo com a ABRAS, o preço médio da cesta de produtos natalinos – composta por itens como aves, panetones, espumantes e tender – atingiu R$ 345,83, uma alta de R$ 24,70 em relação aos R$ 321,13 do ano passado. A variação de preços entre as regiões do país também é notável:
- Região Sul: menor variação (+7,4%), cesta a R$ 358,05;
- Região Sudeste: maior variação (+8%), cesta a R$ 342,28;
- Centro-Oeste: cesta mais barata (+7,7%), cesta a R$ 337,35.
Produtos específicos também tiveram grandes aumentos, principalmente carnes e azeite de oliva. Segundo o IPCA acumulado:
- Azeite de oliva: +25,15% (25,79% em São Paulo);
- Carnes: +15,43% (19,19% em São Paulo);
- Frutas: +15,33% (22,66% em São Paulo);
- Chocolates: +11,10% (11,62% em São Paulo).
Na cesta da ABRAS, o bacalhau subiu 18,8%, o pernil 15,3% e o lombo 12,9%, enquanto o chester e o tender tiveram altas de 11,7% e 11,5%, respectivamente.
Bebidas e outros produtos também pesam no bolso
Além dos alimentos, as bebidas típicas da ceia também registraram aumentos, com o IPCA acumulado destacando:
- Refrigerantes: +6,33% (6,44% em São Paulo);
- Cerveja: +5,32% (6,16% em São Paulo);
- Vinhos: +3,78% (0,19% em São Paulo).
Mesmo com os aumentos, o consumo deve crescer. A ABRAS projeta uma alta de 12% nas vendas de itens natalinos, impulsionada por promoções em aplicativos e programas de fidelidade.
Como economizar na ceia de Natal
A professora da FECAP afirma que apesar dos desafios, é possível driblar a alta de preços com planejamento. Confira as dicas da economista:
Pesquise preços: Compare valores em diferentes supermercados e aplicativos.
Aproveite promoções: Descontos sazonais podem aliviar o orçamento.
Substitua produtos caros: Opte por itens alternativos ou em menores quantidades.
Cozinhe em casa: Preparar pratos típicos, como panetones e sobremesas, pode ser mais barato.
Opte por marcas próprias: Produtos de marcas próprias costumam ser até 25% mais acessíveis.
Priorize produtos da estação: Frutas e legumes típicos da época são mais baratos e frescos.