sexta-feira, 22, novembro, 2024

Painel Político de segunda-feira, 11 de novembro

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José Augusto Chrispim/Hamilton Mendes

 

PDT deve ir de Baptistini em 2020

Em visita a redação do O Imparcial na última sexta-feira (8), o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, afirmou com todas as palavras que o partido não planeja aliança com o PT, de Edinho Silva, em Araraquara. “Em política o diálogo tem de estar sempre em primeiro plano, mas estamos em um pleno desenvolvimento de um projeto nacional de fortalecimento do partido nos municípios, e onde a agremiação tiver a felicidade de contar com nomes representativos e respeitados, nós não vamos fazer composições. Em Araraquara o PDT tem o Pedro Baptistini”, falou.

 

Ciro para 2022

O ex-ministro do Trabalho e Emprego dos Governos Lula e Dilma foi além, e não se eximiu de falar sobre o futuro. “Nosso projeto é voltado a alavancar o nome maior do PDT, que é o Ciro Gomes. Um homem preparado, estudioso e que conhece o momento vivido pelo Brasil como poucos. Temos a convicção de que o Ciro é o nome que o país precisa para 2022, mas antes temos 2020, momento em que precisamos criar musculatura para os embates que virão”, destacou. A entrevista de Lupi e as opiniões do ex-ministro sobre o momento vivido pelo país, O Imparcial publica durante a semana.

 

Bolsonaro vai cair

Apenas como aperitivo para o que vem por aí na entrevista de Carlos Lupi, o presidente nacional do PDT afirmou durante a reportagem que tem sérias dúvidas sobre a longevidade do mandato do atual presidente Jair Bolsonaro. Para ele, a Câmara Federal deve receber ainda este ano pelo menos um pedido de impeachment contra o atual mandatário do País. “Imagine um estagiário chegar a uma empresa e alguém lhe entregar a presidência. Não tem como dar certo. Nós temos um presidente despreparado, inexperiente e envolvido em muitos problemas. Vão aparecer muitas coisas logo, logo. Coisas de envolvimento com milícias, etc. Ele não termina o mandato”, falou.

 

Conferência Municipal do PC do B

Aconteceu na noite da última quinta-feira (7), a Conferência Municipal do PC do B em Araraquara. E como antecipado pela coluna ainda em agosto, o líder do antigo PPL (ex-MR-8), Mauro Bianco assumiu a presidência do partido, tendo como vice a ex-presidente, Maria Eleuza Nascimento. Bianco foi um dos principais articuladores da fusão entre o PPL e o PC do B, e é uma das figuras centrais da nova agremiação que nasce. Tanto o PPL, quanto o PC do B não cumpriram a cláusula de barreira na última eleição, o que os impediria de ter acesso ao fundo partidário, ao fundo eleitoral e ao tempo de TV. O problema também os impediria de indicarem deputados para comissões parlamentares. A fusão aumenta a representatividade da nova legenda, que já planeja voos mais altos para 2020.

 

Evento representativo

O evento do PC do B em Araraquara representou na prática o último ato da fusão entre os dois partidos, e o ato teve bastante representatividade. Participaram da reunião, o prefeito Edinho Silva (PT), o presidente do PT local, Everson Inforsato, o Dicão, Pedro Baptistini (PDT), Jordão (PTB), o presidente do MDB da cidade, Aluizio Brás, o Boi (MDB), Benê (Cidadania), além dos dirigentes do PC do B local e da região.

 

Apoio e respeito

Presidente do MDB local, o ex-presidente da Câmara Municipal de Araraquara, Aluizio Brás, o Boi, destacou em sua fala a figura de Mauro Bianco, ressaltando a importância da reunião do PC do B para o atual momento da cidade. “Esse evento do PC do B é muito importante para Araraquara, independente de estar com esse ou aquele partido. Estou sempre à disposição dos amantes da boa política”, afirmou o ex-vereador. Boi dividiu a mesa com o prefeito Edinho Silva (PT), candidato à reeleição em 2020. Perguntado pela reportagem do O Imparcial se sua presença em um evento da esquerda significava simpatia à causa, ou mesmo a candidatura do atual prefeito, Boi riu, e declinou, mas ao tomar o microfone preferiu tocar no assunto: “Chegando aqui, fui perguntado pelo Augusto se minha presença representava apoio ao atual prefeito. Não é bem assim! Estou aqui em respeito ao Mauro Bianco”, falou.

 

Histórias se confundem

Já o atual presidente do PT local, o ex-vereador e atual secretário de Esportes e Lazer Everson Inforsato, declarou sua alegria por prestigiar o evento do PC do B. “É uma alegria para mim estar aqui representando o PT. Um evento como esse nos deixa revigorado. As histórias do PT e do PC do B se confundem na cidade. Quero desejar força e dizer que estaremos juntos na luta pela democracia”, declarou.

 

Pedro Baptistini

Também presente ao evento do PC do B, o ex-vereador, e prefeiturável Pedro Baptistini, nome do PDT local para a disputa de 2020, lembrou os anos 80, quando o MR-8 ainda dava as cartas. “Nos anos 80 o PMDB tinha uma molecada que deu origem ao PPL, junto comigo tinha o Nino Mengatti e o Mauro Bianco. Os dois partidos têm uma história juntos e, também, o PC do B tem um trabalho social muito importante. O PPL e o PC do B se uniram para um projeto maior para melhorar a nossa cidade e o nosso país”.

 

Edinho

Afirmando ter muita satisfação de participar da conferência do PC do B, o prefeito Edinho lembrou a antiga parceria que une seu partido, o PT aos comunistas. “Quero dar os parabéns a esse movimento político do PPL. Participei do ato de fundação do partido e estive presente em vários momentos importantes da sua história. Essa fusão é um movimento acertado porque significa a junção de duas forças políticas importantes com histórias semelhantes e com histórico de lutas pela constituição na democracia do país”, disse.

 

Momento delicado

De acordo com Edinho, a atual conjuntura política do país é a mais difícil desde a redemocratização, nos anos 80. Edinho disse que a crise é global, e atinge a democracia representativa no Brasil e no mundo desde 2011. “A crise econômica começou em 2008 e se estende até agora. Isso gera o empobrecimento dos países em desenvolvimento. Em 2013, vivemos uma crise com a credibilidade da democracia representativa, já hoje, no mundo vemos uma manifestação contra o empobrecimento e na América do Sul estamos vendo uma inquietação grande que vai chegar ao Brasil. Hoje há 13 milhões de pessoas vivendo com R$ 240,00 por mês. É impossível que essa massa de miseráveis não vá para a rua lutar por melhorias”, disse.

 

Instituições em crise e união de forças das esquerdas

Para o prefeito de Araraquara, reconhecidamente um dos mais respeitados pensadores do PT, um dos principais problemas enfrentados pelo Brasil na atualidade é o desarranjo lastimável que nunca tivemos. “A sociedade perdeu a credibilidade no Estado, no Executivo, no Legislativo. Isso exige uma leitura histórica impecável. Temos que entender que as forças organizadas precisam se unir. Só há um caminho para nós, é que as forças democráticas precisam se unir em prol da democracia. Nós temos condições de fazermos um movimento de democracia em Araraquara, em São Carlos, em todo o estado. Temos que enxergar aquilo que nos une, pois nesse momento é a defesa da democracia”.

 

Novo partido

A fala do presidente Jair Bolsonaro afirmando que tem 80% de chances de sair do PSL e criar um novo partido agitou os bastidores do poder nos últimos dias. Apesar de esperada, a afirmação surpreendeu, especialmente pelo endurecimento do conflito entre bolsonaristas e bivaristas pelo controle do partido (e do milionário fundo partidário que a agremiação passou a ter direito depois das eleições de 2018). Esperava-se que os dois lados se dedicassem 100% a vencer uma a outra, ou mesmo que o aumento da pressão viabilizasse um acordo entre as partes. A briga, que está feia nas redes sociais e já chegou às raias da justiça, é acompanhada de perto por toda a classe política, e isso porque muita coisa pode mudar caso a fala do presidente venha a se confirmar realmente.

 

E parece que é sério

Apesar de surpreendente, a fala de Bolsonaro parece passar longe de ser mera especulação. De acordo com o apurado pela coluna, o grupo bolsonarista de Araraquara – leia-se, integrantes do Movimento conservador local -, teria sido contatado por graduados membros do estafe presidencial de São Paulo com a expressa orientação de se prepararem para desencadear um grande trabalho de arregimentação de membros na cidade e na região. O trabalho do jovem Rodrigo Ribeiro e seus parceiros seria captar assinaturas de eleitores para ajudar na viabilização do novo partido. O trabalho terá de ser feito em todo o Brasil…

 

Trabalhoso, mas tem suas vantagens

Para sair do papel, a nova legenda precisa colher a assinatura de 500 mil votos válidos – o que equivale a 0,5% para a Câmara dos Deputados. Essas assinaturas precisam estar divididas por, ao menos, um terço dos Estados da Federação, com um mínimo de 0,1% dos votos válidos em cada Estado. As assinaturas devem vir junto com o nome completo e os dados do título de eleitor de cada pessoa (número, zona eleitoral e seção). Se o projeto dos Bolsonaro der resultado, todos os problemas que atualmente seu grupo enfrenta no PSL passariam a ser coisa do passado. O presidente teria um partido para chamar de seu, não haveria qualquer punição para os parlamentares que desejassem acompanhá-lo, e o novo partido teria certamente o fundo partidário correspondente ao número de deputados que ostentar (caso ele vá para um partido já existente, há dúvidas sobre se conseguiria esse intento).

Redação

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