quinta-feira, 19, setembro, 2024

Painel Político de sexta-feira, 30 de agosto

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Um grande encontro político

Foi exatamente isso o que se viu na manhã dessa quinta-feira (30), no Centro Internacional de Eventos de Araraquara e Região (CEAR), onde, com a presença de Rodrigo Garcia, governador em exercício do estado de São Paulo, aconteceu a Agenda Araraquara, evento onde se discutiu os desafios vividos pela economia da região de Araraquara. Além do vice-governador, maior autoridade do DEM em São Paulo, estiveram no evento nomes como o prefeito Edinho Silva (PT), o presidente do PSDB do estado, e secretário de Desenvolvimento Regional da gestão Dória, Marcos Vinholi, o ex-deputado estadual Roberto Massafera, a diretora Regional de Desenvolvimento Edna Martins, o maior nome do PSB local, Nino Mengatti, o vice-prefeito Damiano Neto, Mauro Bianco, do PC do B, além de Helton Travessolo e Valer Romão, do Podemos. O presidente da Câmara Municipal, Tenente Santana (PMDB) e o vereador Elias Chediek (PMDB) também estavam no evento.


Respeitado

Ex-presidente da Caixa Econômica Federal e do Banco do Nordeste, graduado em Letras e em Psicologia e com MBA em Administração e Marketing, o presidente da agência Desenvolve SP foi bastante elogiado pelas autoridades presentes. O primeiro a falar sobre as qualidades do executivo foi o prefeito de Araraquara, que já o conhecia desde os tempos em que ele respondia pela CEF. Edinho enalteceu a capacidade gestora de Nelson, lembrando o grande trabalho realizado por ele a frente da Caixa: “E hoje o banco colhe os frutos de sua administração. O governador Dória acertou muito em trazê-lo para São Paulo. Sua capacidade e visão de futuro são impressionantes”, disse.

Nada a comemorar

Na Alemanha, onde participa de uma série de reuniões para tentar trazer investimentos para São Paulo, o governador João Doria foi representado no Agenda Araraquara pelo seu vice, Rodrigo Garcia. O governador em exercício falou sobre o momento vivido pela economia brasileira, deixando claro que, apesar das reformas já empreendias por Brasília, ainda não há o que comemorar. Rodrigo afirmou que nosso PIB insiste em “andar de lado”, e que a crise “insiste em não ir embora”. Para ele, esse é basicamente o momento em que vivemos, lembrando que se a projeção de crescimento para 2019 era de 2%, hoje em dia já se consideraria excelente se o Brasil conseguir bater 1%. “E só chegaremos lá se tudo der certo”, falou.

Reformas ainda não mostraram resultados

Segundo Rodrigo, o Brasil precisa continuar com uma agenda de reformas importantes, mas lembrou não existir mágica na administração pública, visto que nem tudo o que se ouviu nos últimos anos já se traduziu em resultados, citando o exemplo da Reforma da Previdência. “Falaram que a Reforma da Previdência e a Fiscal seriam as soluções para tudo, e vejam que a da Previdência já está praticamente aprovada e ainda não vimos resultados práticos na economia. Ela ainda não reagiu”, disse.


Orçamento engessado

Outro ponto abordado pelo governador em exercício foi o das despesas públicas. De acordo com ele, ao assumir São Paulo no início do ano, o governo Dória herdou um estado equilibrado sob o ponto de vista fiscal, mas com 97% do seu orçamento comprometido com despesas obrigatórias. Despesas que não se consegue tirar do orçamento. “Como imaginar então São Paulo crescendo se apenas 3% de seu orçamento estão livres?”, perguntou.

Cortes

Rodrigo afirmou então que a agenda da crise é comum entre os gestores e que o trabalho de todos eles deve ser olhar a coluna de despesas e reduzi-las ao máximo, que segundo ele afirmou, é o que o governo Dória está fazendo. “Estamos fechando empresas estatais que não têm mais sentido continuarem funcionando, e reduzindo o custeio o máximo possível das despesas que não são essenciais, viabilizando então recursos para serem aplicados nas áreas essenciais, que são a segurança, a saúde e a educação”, destacou.

Poder público não suporta mais a conta

Ao lado do esforço de diminuição de despesas precisamos ter agenda de desenvolvimento, e isso não se faz sozinho. “Precisamos do setor produtivo, que é quem gera empregos, que é o gerador de riquezas. Já se foi o tempo em que o poder público dava conta de tudo o que era demandado e cumpria a constituição brasileira que estabeleceu lá um denominado estado de bem estar social. Não dá mais para imaginar que o poder público vai suportar tudo isso”, afirmou.

Modelo de estado precisa ser reformado

Rodrigo Garcia destacou então a necessidade que o país tem de manter a agenda de reformas, enaltecendo o caráter inédito da aprovação da reforma da Previdência, que deve ser ratificada no senado muito em breve. Com apoio, com divergências, redução de gastos públicos, corte de funcionalismo, dificuldade de valorização salarial de parcelas do funcionalismo, e a sociedade está apoiando. E está apoiando porque a sociedade já percebeu que esse modelo de estado precisa ser reformado, para que ele possa consumir menos recursos de impostos e devolver mais eficiência e mais oportunidades.

Estado precisa sair de cima do cidadão

Perguntado sobre até onde o estado pode ir, mesmo sem dinheiro, Rodrigo lembrou que grande parte das ações da administração não precisa de dinheiro e nem de orçamento, precisa de foco, de simplificação de desburocratização para que o governo possa libertar o empreendedor que existe em cima de cada brasileiro. Para ele, durante muito tempo o estado jogou muitas obrigações sobre o cidadão, e chamou a atenção para a necessidade de se mudar isso de maneira urgente. “A tecnologia nos ajudou muito nesse sentido. A agenda hoje é da sociedade, é do controle social é da mobilização da sociedade. É isso que está fazendo com que o Brasil mude. As pessoas estão participando ativamente de todo o processo”.

Brasil em transe

Ainda falando sobre os efeitos que essa mudança de postura da sociedade causou na forma, ou na maneira de se analisar o momento vivido pelo país, e até mesmo o próprio entendimento sobre o modelo de administração, o governador em exercício disse ter lido esses dias um artigo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, onde FHC dizia que o Brasil está em transição. “Não se sabe muito bem para onde, mas está em transição”. Então, o ex-presidente concluía: “…ou melhor! O Brasil está em transe”.

O que estaria acontecendo?

A verdade, disse ele, é que todos nós estamos ávidos pela reação da economia, mas vimos esta semana que os números voltaram ao cenário anterior ao da reforma da previdência, que já está praticamente aprovada. Esperava-se uma reação no mercado depois de sua aprovação, mas não foi isso o que se viu até aqui. Já são quatro anos vivendo sob essa crise. “O que está acontecendo? Precisamos discutir os caminhos, precisamos que os setores produtivos avaliem sua agenda e reajam. Nosso futuro começa agora”, disse ele.

Problema não seria econômico, mas de desunião nacional

Em sua fala, Edinho disse que os problemas da economia brasileira não são de fundamento, chamando a atenção para a necessidade de se buscar algo maior: o entendimento nacional. Segundo o prefeito, todos precisam equacionar politicamente o país, precisam criar um ambiente de unidade, sempre respeitando as diferenças. Para Edinho, a concepção de divergência não pode ser motivo para alimentar a discórdia, nem para alimentar o discurso de ódio, intolerância e da provocação constante. “Esse discurso gera a instabilidade política, incertezas econômicas, e a falta de unidade em cima de projetos e reformas que o país precisa atravessar. Isso gera receio em investidores, incapacidade de coesão, o que faz com que o país se retraia”, disse.

Elogios mútuos

Edinho elogiou Rodrigo Garcia como homem público, afirmando que se é verdade que todos precisam trabalhar para pacificar o país e criar uma agenda comum de crescimento, de projetos maiores, que representem o futuro das novas gerações, “….é verdade também que a política precisa de homens com a capacidade de diálogo e interlocução de um Rodrigo Garcia”, falou. Pouco depois, quando tomou a palavra, o governador em exercício retomou o discurso do prefeito de Araraquara, afirmando que a política está realmente precisando ser pacificada. “Nós precisamos criar uma agenda comum e decrescimento. Precisamos pacificar o País”, concordou.

Otimista

Provável nome do PSDB de Araraquara no pleito eleitoral do ano que vem na disputa pela prefeitura de Araraquara, Edna Martins mostrou-se bastante otimista com as ações realizadas pela administração Dória no interior do estado. Edna afirmou que em muitas regiões do estado as ações do governo têm unido cidades em torno dos projetos de desenvolvimento econômico, o que pode representar o início de um novo momento para essas regiões. A ex-presidente da Câmara lamentou não ver o mesmo na região de Araraquara. “Mas isso vai mudar. Nós vamos trabalhar muito para fomentar nosso entorno”, garantiu.

A Kombi e Freud

Enquanto isso, a turma das gralhas (talvez lotem uma Kombi) segue em sua missão de gritar ao seu próprio mundo as “verdades” que somente elas mesmas acreditam. De capa e espada, as gralhas garantem a todos os seus, porque conversam o dia todo com eles próprios, que o mundo está errado e somente eles estão certos. É mais ou menos como alguém trafegando na contramão em uma estrada movimentada gritando ao mundo que todos estão errados, menos ele. A sede e a necessidade de poder é tanta, que nem Freud explicaria…..

Redação

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