terça-feira, 26, novembro, 2024

Professor de Medicina da Uniara é eleito presidente da Sociedade Brasileira de Nefrologia

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No final de 2020, o professor do curso de Medicina da Universidade de Araraquara – Uniara, Osvaldo Merege Vieira Neto, foi eleito presidente da Sociedade Brasileira de Nefrologia – SBN. A gestão do docente será até o final de 2022.

 “A SBN é uma sociedade científica que representa todos os nefrologistas do Brasil. Tem como funções a educação médica, a difusão de conhecimento e, principalmente, a luta pelas prioridades da nefrologia – fazer portarias sobre diálise e transplante, e liberação de novas drogas para tratamento de doenças renais”, explica o docente.

Ele conta que, como novo presidente, tem várias metas a cumprir. “Uma delas é trazer mais pessoas para a SBN, sendo que há muitos estudantes terminando a residência, e precisam de conhecimento e atualização na área, além de profissionais que, mesmo que não sejam nefrologistas, tenham interesse em aprender mais sobre o assunto”, diz.

Outra meta, de acordo com Vieira Neto, é “fazer uma portaria de diálise para insuficiência renal aguda, que é problemática, especialmente em tempos de pandemia”. “São pacientes graves, que não podem ser prescritos a distância e nem por teleconferência. Também lutamos pela melhoria das condições de reembolso da hemodiálise e diálise peritoneal. Isso está prejudicando o tratamento dos pacientes renais crônicos. E estamos brigando por novas drogas para tratamento de várias doenças renais”, detalha.

A nefrologia é uma das principais áreas em evidência na pandemia, segundo o professor, “porque o rim é o segundo órgão mais envolvido na Covid-19 – o primeiro é o pulmão, mas um terço dos pacientes que são entubados no Centro de Tratamento Intensivo – CTI desenvolvem insuficiência renal aguda e precisam de hemodiálise”. “Quase metade deles tem que ser avaliada diariamente por um nefrologista e, depois, muitos ficam com sequelas, apresentam doença renal crônica e precisam de seguimento. Portanto, o papel do nefrologista é primordial na pandemia”, destaca.

A especialidade é uma área altamente indicada por Vieira Neto. “É um prato cheio porque é preciso entender sobre toda a medicina – rim, coração, sangue, fígado, pulmão etc. Para quem gosta de clínica médica e vê o paciente como um todo, a nefrologia é uma área muito boa”, garante.

O rim

 “Tem várias funções, sendo a mais conhecida a de filtrar o sangue e eliminar as impurezas e o excesso de líquido. Todo líquido que você bebe a mais precisa ser colocado para fora, pela urina, e o nosso corpo produz diversas toxinas e impurezas que são eliminadas pelo rim diariamente. É a função que a hemodiálise executa quando ele não está funcionando. Além disso, o rim também produz hormônios e uma proteína que faz o corpo fabricar sangue. Então, quando não funciona bem, ele é produzido em menor quantidade e isso causa anemia. O rim também promove a ativação da vitamina D”, detalha Vieira Neto.

Ele menciona que as doenças mais comuns que acometem o rim são o diabetes e a hipertensão. “Em mais da metade dos pacientes que fazem hemodiálise ou diálise peritoneal, ou que vão para transplante, isso é devido ao diabetes ou à hipertensão, que acometem o rim lentamente. Como sintomas, muitos apresentam inchaço no corpo e aumento da pressão arterial. Eles passam mal, enquanto outros não sentem absolutamente nada. Esse é o problema, pois são encaminhados para o nefrologista somente após alteração em seus exames laboratoriais, e isso pode acarretar o problema da perda do rim e a ida ao programa de diálise ou transplante”, alerta o docente.

Exames de rotina são uma recomendação do docente. “É importantíssimo as pessoas fazerem um check up. Há um exame muito barato, chamado creatinina, e um de urina, para verificar se há perda de proteína no sangue da urina. Além disso, é preciso cuidar muito da pressão arterial, fazer exercício físico e dieta balanceada com pouco sal, e sempre procurar um médico para ver como está o rim. Se houver algum processo específico, tem que ser encaminhado para um nefrologista para tratamento”, reforça.

Em relação ao rim comprometido, Vieira Neto lembra que existem casos reversíveis, “que chamamos injúria renal aguda”. “Porém, existe a doença renal crônica que, além de progressiva, quando o paciente entra em diálise, não sai mais a não ser para fazer transplante. Normalmente uma pessoa entra em diálise quando seu rim funciona cerca de 10% do que deveria ou menos”, finaliza.

Redação

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