domingo, 24, novembro, 2024

Qualidade em alta

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Por Genê Catanozi

Ensinar o porquê das coisas é muito mais difícil do que ensinar como fazer. Sempre me perguntei por que as pessoas vivem dizendo: “sempre fiz desse jeito”, “Na minha época era muito melhor”, “Lá era bem melhor”, “Eu sei fazer, não preciso de ajuda”.

As frases representam julgamentos sobre a qualidade de alguma coisa, na maioria das vezes são pronunciadas sem o mínimo de consciência, e termina sempre em uma comparação infrutífera.

Segundo José Ricardo da Silveira, ensinar o porquê das coisas é muito mais difícil do que ensinar como fazer: toma muito tempo. E é exatamente no fator “tempo” que reside a grande dificuldade de se ter um objetivo final. O fator “tempo” e a “falta de conhecimento” tanto teórico como prático do que é “Qualidade”, é o que vem provocando a morte muito cedo de vários programas de qualidade. Segundo o líder mundial da qualidade Philip Crosby, educação é um processo que nunca termina, e a melhor forma de treinar é jogando.

É um absurdo grande, quando nos deparamos com empresas que conquistam uma certificação qualquer de qualidade, sem ter tido colocado em prática um programa de qualidade. Isto é uma aberração contra todos os processos e meios de solidificar um padrão e uma cultura voltada para a qualidade total. Conquistar uma certificação exige muito trabalho e dedicação, vale lembrar que o único lugar em que o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário.

Qualidade Total não se controla, qualidade se cria, qualidade se faz, se vive e se constrói no dia-a-dia, num processo sem fim.

Solucionar problemas criativamente é uma habilidade muito valorizada hoje. Isso é feito permitindo-se pensar diferente, fora da mesmice, fora da caixa, fora dos paradigmas. O pensar diferente é um grande aliado da qualidade e no desafio de solucionar problemas e adaptar-se a novas situações, permitindo a geração de muitas alternativas. Para desenvolver a capacidade de pensar diferente, é preciso expandir nossa criatividade, e adotar comportamentos típicos da pessoa criativa. Um deles é a curiosidade, outro é a observação atenta dos comportamentos humanos e estando sempre alerta ao que acontece no nosso dia-a-dia.

Assim, da mesma forma que empresários criticam às vezes o pouco esforço que funcionários fazem para entender os propósitos da empresa, poderíamos também criticá-los por não saberem utilizar o conhecimento da gestão da qualidade que está aí desde o final da década de 40 do século XX, mas precisamente o modelo japonês de administrar.

A qualidade é muito mais do que uma simples ferramenta de aumentar a produtividade de uma empresa, ela é um conceito de como ajudar a fazer com que as pessoas se motivem para o trabalho em equipe.

Como nada é fácil nesta vida, a implantação da qualidade também não é. O que a qualidade precisa é de pessoas com certo grau de conhecimentos gerais, e uma profunda vontade de vencer.

Valores éticos são o alicerce da qualidade, talvez por isso que no Brasil seja tão difícil fazer as pessoas entenderem da responsabilidade que deveriam ter sobre a ética com seus fundamentos e seus benefícios.

Enfim, acreditar na qualidade é acreditar no sucesso da empresa e das pessoas, e através de um simples “slogan” a qualidade poderá chegar longe: “Investir no ser humano, é certeza de retorno garantido”.

E como ninguém nasceu de chocadeira o negócio é sair da zona de conforto e botar a mão na massa.

Redação

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