Quem é Fernando Passos, o novo colunista d’O Imparcial?

Advogado renomado, o araraquarense é coordenador e professor do curso de Direito da Uniara, além de ser membro da Academia Araraquarense de Letras

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1) Fernando, você é araraquarense. Fale-nos de sua origem.

Nasci aos 20 de julho de 1963, na maternidade Gota de Leite. Sou filho de

Hellé-Nice Pinto Passos e Neil dos Passos. Meus pais formaram uma linda

família, constituída de cinco filhos. Marina, José Luiz, de saudosa memória que nos deixou recentemente, Fernando (portanto, fui o terceiro) Debora e

Adriana. Casei-me ainda jovem com Rosangela Aparecida Scaraficci Passos e de nossa união nasceram duas filhas, Mariana e Mayara, ambas hoje casadas com André e Hélio, tendo gerado quatro netos, Bento e Maria Anna (filhos de Mariana e André) e Lara e Isabela (filhas de Mayara e Hélio).

Meus pais eram pessoas muito simples e trabalhadoras. Sofreram muito para criar os filhos. Ela professora da primeira série escolar e ele, após ser demitido injustamente da EFA, por, entre outros, ter sido o fundador e o primeiro presidente da UFA (União dos Ferroviários de Araraquara) vagou por vários empregos até vender livros, que foi sua grande e última paixão, culminando na constituição da lendária Livraria Acadêmica.

2) Você é advogado. De onde veio sua paixão pela área jurídica?

Desde muito jovem, talvez pela enorme admiração que nutria pelo meu

saudoso tio, José Welington Pinto, já despontava em meu coração o

sentimento de contribuir para a justiça. Tornar justa a vida entre as pessoas me fascinava. Estudei no Largo de São Francisco. Entrei na faculdade muito jovem, aos 17 anos. O desejo de viver na cidade grande, para desespero da minha mãe, havia enfim chegado. Foi uma grande aventura. Fui orador da turma de 1985, tendo feito meu discurso para milhares de pessoas presentes, entre elas o prefeito e o presidente da Câmara de Araraquara. Éramos quatro araraquarenses a colar grau na ocasião – Eu, Danilo Alvarenga Reis, Sara e Noemi Corrêa.

3) Você é muito atuante em diversas vertentes em Araraquara. Poderia nos falar um pouco sobre elas?

Desde cedo aprendi a fazer várias e distintas coisas. Acho que o homem deve ser plural, entender o mundo em suas várias vertentes. Fui presidente do Leo Clube de Araraquara e da Presidência da Juventude do PMDB, entre os meus 13 e 15 anos. Lutamos ativamente pelas Diretas Já e a consolidação da democracia. Em São Paulo, estagiei em escritórios desde o meu primeiro dia, em 9 de março de 1981. Conheci, posteriormente, o lendário Almino Affonso e trabalhei com ele por muitos anos até ser seu Chefe de Gabinete no Palácio dos Bandeirantes, com apenas 27 anos. Antes, porém, aos 23, fui nomeado Diretor do Escritório do Governo de Araraquara, substituindo o impoluto Dimas Ramalho. Fui reconduzido e, aos 25 anos, eleito vereador, tendo sido o relator da Lei Orgânica de Araraquara. Enfim, procurei servir a minha cidade e o faço de muitas maneiras até hoje.

4) Atualmente, você é coordenador e professor do curso de Direito da Uniara.

Como começou sua trajetória na instituição?

Sim. Aí a vida deu uma guinada extraordinária. Muito jovem, fui convidado pelo Emérito professor Luiz Felipe Cabral Mauro a contribuir com a docência na Uniara. Fui me especializando e aprendendo muito com esse grande araraquarense. Com o tempo, assumi a chefia do Departamento de Ciências Jurídicas e a coordenação do lendário curso de Direito da Uniara. Sou um dos coordenadores mais antigos do país e leciono Direito Empresarial há mais de 32 anos. Hoje leciono também no Mestrado Profissional em Direito da instituição, onde temos procurado fazer um belo trabalho. Participo de congressos nacionais e internacionais onde apresento meus trabalhos, sempre em coautoria, procurando contribuir com sério debate na busca de um mundo melhor.

5) Nos conte sobre sua atuação na Academia Araraquarense de Letras.

A literatura nos liberta e enriquece certamente. A aventura de presidir a

Academia foi algo extraordinário. Temos um grupo plural e muito ativo. Deixei a presidência agora, sendo substituído pela escritora Sonia Guzzi. Nossos projetos são eternos, estão por toda a cidade. E não paramos de produzir. Esse é o nosso lema: conscientizar sobre a importância da leitura. Não iremos nunca esmorecer nesta tarefa.

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6) Por que ser colunista no jornal O Imparcial?

Meu livro “Ouvido à escuta de encontro ao mundo”, prefaciado por nosso

imortal Ignácio de Loyola Brandão, foi muito bem aceito. Ali publiquei mais de duzentas crônicas escritas por dez anos no Jornal Tribuna. As pessoas pedem: você tem que escrever mais. O cronista, na visão de Ignácio, é aquele que escuta, escuta, escuta… E depois traduz o que escutou para seus leitores. Já escrevi para o Imparcial muitas vezes. Fui amigo dileto do incrível Paulo Silva.

Espero contribuir através de minhas reflexões com um mundo melhor. Nada mais.

7) Como colunista no jornal, quais temas pretende abordar?

O cotidiano, nossas dores, angústias, obstáculos, derrotas e vitórias, enfim, a vida. Quero também fazer registros da cidade. Isso tudo é importante para o futuro. Serão crônicas simples, como aprendi a fazer. Espero que sejam

apreciadas mesmo na divergência, ou seja, espero que gerem reflexões. Isso é a vitória do escritor: não convencer, mas estimular o pensamento crítico.

8) Fique à vontade para falar algo mais sobre sua história.

Estamos vivendo um mundo de polarização que não nos levará a um porto

seguro e feliz, acreditem. Ou desarmamos almas e corações ou teremos um

futuro muito ruim. Pessoas de bem tem que caminhar nessa trilha. Somos

todos irmãos e irmãs. Seres humanos são realmente iguais. Por que essa

divisão odiosa? No poema “Mimimi” procuro fazer um libelo contra essa

contradição na ótica do odioso racismo que ainda nos persegue. Enfim, muito a fazer. Mãos à obra. Grato ao Imparcial pela oportunidade.

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