domingo, 24, novembro, 2024

Roda de conversa no CRM encerra programação do “Agosto Lilás” em Araraquara

Atividade marcada para esta quarta-feira (30) vai abordar os impactos da violência contra as mulheres em crianças e adolescentes

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Nesta quarta-feira (30), às 19h, o Centro de Referência da Mulher “Professora Doutora Heleieth Saffioti” (Avenida Espanha, 536, Centro) sediará a roda de conversa “Impactos da violência contra as mulheres em crianças e adolescentes”, com entrada gratuita para o público. O debate terá a mediação de José Lopes Nei (conselheiro tutelar, membro do Coletivo Bases e autor da série de revistas em quadrinhos “Zeca e Nina e os direitos das crianças e adolescentes”) e Laís De Conti (pedagoga, gestora do Centro de Referência da Mulher).
A roda de conversa encerra a programação do “Agosto Lilás”, que foi desenvolvida pela Prefeitura de Araraquara, por meio da Coordenadoria Executiva de Políticas para as Mulheres, que integra a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Participação Popular, com o propósito de promover a conscientização pelo fim da violência contra a mulher. A campanha também busca dar visibilidade ao tema e ampliar os conhecimentos sobre os dispositivos legais existentes, assim como auxiliar as mulheres que sofrem essas violências, informando sobre as diversas formas de violência doméstica, sobre os direitos das mulheres e sobre a necessidade da equidade de gênero.

A coordenadora de Políticas para Mulheres, Grasiela Lima falou sobre a importância do tema do debate. “Essa questão dos reflexos da violência contra as mulheres nos seus filhos e filhas tem despertado toda nossa atenção e preocupação nesses últimos anos, especialmente nos casos em que as crianças e adolescentes têm se constituído vítimas diretas da violência doméstica quando buscam defender suas mães das agressões”, comentou.

Segundo dados divulgados pelo Anuário de Segurança Pública em 2020, 60,2% das mulheres que sofrem violência doméstica têm filhos. “Assim, entendemos que o convívio familiar, que segundo o ECA deve garantir a proteção, a segurança e o bem-estar da criança e do adolescente, tem se constituído cada vez mais em um lugar muito perigoso e de violação de direitos. De um modo geral, as pesquisas apontam que neste contexto de violência, as crianças e adolescentes figuram como vítimas secundárias, ou seja, não são atingidas diretamente pela violência”, acrescentou.

Entretanto, para Grasiela, essa situação apresenta consequências que podem se manifestar a partir de diferentes sintomas. “Esses sintomas podem ser cognitivos, comportamentais e emocionais, gerando traumas, assim como a reprodução de condutas violentas e uso abusivo de drogas, prejudicando assim o desenvolvimento psicossocial dessas crianças e adolescentes. Por outro lado, estudos demonstram que também existem sequelas na vida adulta, como dificuldades em demonstrar afeto, envolvimento em repetitivos relacionamentos violentos, habilidades sociais escassas e sentimentos de inferioridade. Sendo assim, entendemos e consideramos de suma importância a discussão dessa problemática, tendo em vista a busca de caminhos para o fortalecimento das políticas públicas intersetoriais voltadas para o enfrentamento da violência contra as mulheres e também para as crianças e adolescentes que vivem e sobrevivem nesse contexto”, concluiu. 

Redação

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