quinta-feira, 19, setembro, 2024

Ronaldo Chef: o principal alimento da vida é a fé!

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Da redação

Ronaldo Pereira da Silva está vivendo um tempo de brilho. Mas não é somente por ter no currículo o fato de ter sido um dos vencedores do SBT Goumert, em Bauru, nem por ser reconhecido como um dos melhores cozinheiros pelos pratos que confecciona e recebido elogios rasgados nos eventos dos quais participa e muitas vezes responder pela cozinha do restaurante Baroni, no Shopping Lupo, mas por esse brilho ser resultado de sua  superação, pois já esteve mergulhado na escuridão por causa do uso regular de drogas.
E quem o fez sair do abismo e tomar posse de céu foi aceitar o convite para se tratar em uma casa de recuperação evangélica que antes funcionava em São Carlos.
Quando chegou ao local sua vida estava em ruína. Seu casamento estava destruído, pois a esposa que antes não era usuária e o criticava pelo vício também havia se tornado viciada. E a vida foi se tornando um caos e a parceria mais importante de sua vida, seu casamento, estava a desfazer em fumaça, mas um tipo de fumaça que sufocava o coração, causava dor e não entorpecia como muitas drogas.
Um dia na casa de recuperação teve a oportunidade de assistir ao filme ‘A prova de fogo’ e, aquela história, também ajudou que surgisse nele o desejo de transformar sua vida e seu casamento através do poder curativo da fé e de seguir pelo lema dos bombeiros, que é o de nunca deixar seu parceiro para trás.
E todas as vezes que a esposa, embora a relação estivesse estremecida, o visitava na casa de recuperação, ele ia mostrando sua transformação, sua superação.
Hoje, chef de cozinha, é exemplo de que é possível obter prazer de viver e obter vitórias naquilo que se faz, como utilizar o nariz e a boca para sentir, respectivamente, o aroma e o sabor dos deliciosos pratos que prepara. Enfim, cada dia se apresenta para ele como um presente e com a vida renovada pode traçar novos planos, realizar projetos junto com a parceira de sua vida, Andrea com quem uma filha, Raiane, hoje com 14 anos.

Um pouco do chef

Quando esteve na redação do jornal O Imparcial, Ronaldo contou que nasceu em São Paulo, na Vila Guilherme, em 6 de junho de 1972, que é filho de Arnobio Pereira da Silva e de Neusa Félix e irmão de Neide, Leide e Romildo.
Quando tinha uns 4 anos de idade a família se mudou para Guarulhos, onde seu pai montou um estabelecimento, o ‘Bar da Neusa’, onde se vendia secos e molhados. Aos nove anos passou a ajudar o pai no referido bar, onde convivia com pessoas que fumavam e bebiam e, infelizmente, aquilo de certa maneira o acabou influenciando de forma negativa, pois passou a ver esse tipo de consumo, nem sempre de maneira social, como uma coisa normal, embora não bebesse e nem fumasse. “Ali fiquei trabalhando uns 18 anos. Estudava. Saia para me divertir, mas comecei a ter algumas amizades que não eram adequadas pra mim. Eram pessoas que bebiam, usavam drogas e que frequentavam o bar dos meus pais. Então dos meus 9 aos 14 anos essas pessoas não tinham influência sobre mim, mas depois dessa idade isso começou a mudar e fiquei perdido no meio do caminho”.
Ronaldo conta que a grande proximidade desses amigos que frequentavam o bar e que fumavam e cheiravam de certa forma acabaram por influencia-lo. “Isso acabou por me fazer acreditar que era uma coisa normal fazer o mesmo. A droga te descontrola. Sabia que era errado. Primeiro foi a maconha e depois fui querendo mais e mais para algo mais forte, como a cocaína até chegar ao crack”.
Quando conheceu Andrea Wolter Pereira, em Guarulhos quando esta foi alugar uma das casas de seu pai se apaixonou e no início, a namorada que era evangélica quando soube que era usuário de drogas ficou muito brava e até ameaçou contar para seus pais.

Mais um problema

Quanto aos pais, Ronaldo, conta que muitos pais fazem vista grossa para o problema. Até conversam com os filhos, mas muitos não fazem nada achando que o problema vai se resolver por si mesmo e outros até acabando abandonando o filho. “Fui me afundando cada vez mais e quando olho para trás me arrependo”, lamenta.

Mudança

Já casado em 2007, quando ainda morava em Guarulhos, a filha do casal com apenas três anos de idade teve os rins paralisados; Uma semana de vida foi o tempo que os médicos deram a menina.
Quando a mãe de Ronaldo, na época moradora da cidade de Dobrada, foi visita-lo a neta estava na cama, com febre alta. Tomou a decisão de cuidar da menina e assim a trouxe para a região de Araraquara. Foi uma decisão praticamente milagrosa. A menina se recuperou.
Dispostos a se reunir a filha, o casal decidiu recomeçar a vida em Araraquara.
Recomeçaram, mas não foi fácil. Foram várias recaídas, altos e baixos. “Arrumei um emprego no restaurante Baroni e tentei largar as drogas, mas não consegui e mergulhamos de novo nas drogas”.
Quando falaram da casa de recuperação em São Carlos foi para uma nova tentativa de largar as drogas. Ali, depois de vários meses, conheceu uma nova vida, aprendeu novos valores e se diz muito grato por ter se descoberto como pessoa e profissional. Saí de lá outro homem”, diz contando que a ideia de cozinhar como profissão surgiu na casa de recuperação depois que passou a trabalhar na cozinha.
Depois de deixar a casa de recuperação, Ronaldo retomou sua vida, agora 100% livre das drogas. “Minha mãe, mais uma vez ela, investiu em mim, pagou cursos gastronômicos de diversas categorias, e me especializei em áreas que eu ainda não dominava. Retornei ao restaurante Barone, criei meu próprio Buffet, tenho um canal culinário no Youtube, e mantenho uma página no Face. Minha esposa tornou-se cantora evangélica e é uma corretora de imóveis conhecida e respeitada. Andréia, aliás, criou um sistema 100% novo na área: a imobiliária delivery .
“Hoje, alguns anos depois de vencida a maior batalha da minha vida, olho pra trás e vejo o quanto perdi e poderia ter perdido por causa das drogas. Quase perdi minha filha, meu casamento, minha vida”, ressalta o profissional, hoje engajado em ações para resgatar jovens e crianças do vício. “Não perdi contato com a casa de recuperação e atuo em escolas e grupos de jovens trabalhando para tirar pessoas do vício. Em 2017 quero fazer palestras em escolas. Minha vida foi salva, e acho que tenho uma dívida com a sociedade e quero pagar ajudando outros a deixarem o mundo das drogas e conquistarem uma segunda chance”, afirma, acrescentando que o grande suporte é frequentar uma igreja, ter fé.
Ronaldo Pereira da Silva Pereira (Facebook):
Fones: 16-99713 2452 ou 99362 1490

Redação

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