O excesso de velocidade segue entre as principais causas de mortes no trânsito brasileiro. Em 2023, quase 35 mil pessoas perderam a vida em acidentes de trânsito no Brasil — uma morte a cada 15 minutos, segundo o DataSUS. Nas rodovias federais, a situação também preocupa: em 2024, foram registrados mais de 73 mil acidentes, com 6.160 mortes, número 10% maior que no ano anterior. A rodovia estadual SP -310, a Washington Luís, que liga São Paulo a vários municípios, registrou mais de mil acidentes em 2024, com um total de 18 mortes, no trecho que passa por Araraquara.
Os dados nacionais envolvendo motociclistas chamam atenção. De acordo com o recém-divulgado Atlas da Violência 2025, a taxa chegou a 6,3 mortes por 100 mil habitantes em 2023 — um aumento de 12,5% em relação a 2022. Nesse cenário, é urgente fortalecer a visão crítica da sociedade para que quem utiliza as ferramentas digitais faça delas um valioso aliado para frear o avanço da violência no trânsito.
É nessa perspectiva que se posiciona o Criadores 2.0, projeto da Evoluir, empresa de produtos e serviços educacionais, viabilizado pela Lei de Incentivo à Cultura, com patrocínio da concessionária Arteris. Com workshops em audiovisual direcionados a jovens universitários, a iniciativa tem o objetivo de criar reflexão crítica sobre o papel da mídia na vida social.
Em Araraquara, a formação envolveu um grupo de 21 estudantes universitários e vestibulandos que produziram conteúdos inovadores e relevantes com o tema humanização no trânsito. Em vez de reproduzir fórmulas, os participantes foram convidados a se engajar como criadores de narrativas próprias e de conscientização para alertar sobre os riscos no trânsito, transformando a comunicação em ferramenta de impacto social em diálogo com o ODS 11 – Cidades e Comunidades Sustentáveis. Todas as produções serão exibidas na plataforma do projeto durante a semana do trânsito.
Segundo Carla Costa, coordenadora do projeto, o Criadores 2.0 não se resume a formar produtores digitais, mas cidadãos críticos, capazes de reinterpretar o espaço que ocupam — seja nas ruas, seja nas redes: “No Criadores 2.0, eles não só aprendem a produzir, mas também a consumir e impulsionar criticamente, a partir de uma análise qualificada de dados e escuta atenta. Esse fortalecimento do senso crítico é o que permite que passem a criar narrativas de conscientização e de transformação social. Investir em educação, treinamento e prevenção é, acima de tudo, investir em vidas.”
Luiza Mariutti, coordenadora de Diversidade e Responsabilidade Social da Arteris, destaca a importância das parcerias público-privadas. “Promover um trânsito mais humanizado e seguro é uma temática que está no DNA da Arteris, que trabalha com esforços pela valorização da vida. Como administradores de rodovias, o objetivo de preservar a vida está presente em todas nossas ações. Projetos como esse nos auxiliam a influenciar de forma positiva o cenário em que atuamos e servir de impulso ao desenvolvimento sustentável das comunidades.”