sexta-feira, 22, novembro, 2024

Sesc Jazz chega a Araraquara

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O Sesc Jazz chega à sua 2ª edição com uma programação intensa, ao longo de três semanas. Entre os dias 8 e 27 de outubro, o festival possibilitará ao público ter acesso à ampla e diversa produção nacional e estrangeira do gênero.

As unidades Pompeia, Guarulhos, Santos, Araraquara, Bauru, Jundiaí, Piracicaba, Ribeirão Preto e Sorocaba receberão um total de 81 apresentações de 26 artistas diferentes, de quatro continentes,originários de 12 países: Brasil, Cuba, Espanha, Estados Unidos, França, Hungria, Inglaterra, Israel, Nigéria, Noruega, Suíça e Tunísia.

Esta diversidade é uma das principais características do festival, que busca reunir músicos de fora dos eixos tradicionais do jazz.O público poderá ter contato com as distintas vertentes da produção atual do jazz, apresentando um conceito expandido, que abrange estilos como R&B, blues, soul music, além de outros normalmente não associados ao gênero, como flamenco, música eletrônica, hip-hop e até o ritmo de origem judaica klezmer.

Segundo Danilo Santos de Miranda, diretor do Sesc São Paulo, “o Sesc Jazz busca linguagens experimentais, referências geográficas periféricas, artistas promissores, mas ainda pouco conhecidos, bem como a obra de musicistas mulheres, muitas vezes excluídas no âmbito das expressões instrumentais”. Miranda complementa que “a programação pretende explorar as mutações, mesclas e cruzamentos possibilitados pela liberdade característica à criação jazzística, tratada também enquanto transmissão de experiências nas atividades formativas contempladas pelo projeto”.

Araraquara

A grade programática, elaborada por comissão curadora formada por técnicos do Sesc São Paulo, equilibra nomes de relevância histórica, com representantes de peso da vanguarda do jazz e artistas em ascensão. Desta maneira, a unidade Araraquara traz apresentações duplas no Ginásio da unidade, reunindo artistas estrangeiros, de diferentes vertentes do jazz.

Abrindo a programação do festival no Sesc Araraquara, no dia 17/10 o baterista e compositor Gard Nilssen (Noruega) traz ao Brasil o som experimental do seu último disco com o trio Acoustic Unity, “To Whom Who Buys a Record”. Na sequência, o trompetista Arturo Sandoval (Estados Unidos e Cuba), que já ganhou dez prêmios Grammy, apresenta seu jazz com suingue cubano.

Já no dia 18/10, a unidade recebe o baterista Edu Ribeiro (Brasil – SC), ganhador de dois prêmios Grammy com o Trio Corrente, que apresentará músicas de seu segundo álbum solo, “Na Calada do Dia”. Em seguida, Gary Bartz (Estados Unidos) apresentará frutos de uma carreira de mais de 60 anos dedicados ao saxofone.

Encerrando a programação, no dia 19/10, sobem ao palco o trompetista israelense Avishai Cohen, com a formação Big Vicious, quarteto que compõe uma mistura de jazz e rock e o nigeriano Orlando Julius, autor de “Super Afro Soul” e considerado criador das bases do afropop, apresenta a parceria com o coletivo musical inglês The Heliocentrics.

Atividades Educativas – Além dos shows, Atividades Educativas com caráter de difusão da linguagem do jazz somam à programação do festival. São encontros, workshops e palestras, que possibilitarão um contato próximo do público com importantes nomes nacionais e estrangeiros do universo jazzístico mundial. Na programação, a unidade receberá a palestra Como Ouvir Jazz sem Medo, com o crítico musical Carlos Calado(Brasil – SP), no dia 19/10,às 16h.

 

SESC JAZZ – PROGRAMAÇÃO SESC ARARAQUARA

SHOWS

Gard Nilssen’s Acoustic Unity (Noruega)

Acoustic Unity é o projeto mais recente do baterista e compositor norueguês Gard Nilssen, que tem 36 anos e já gravou 18 álbuns.
Nilssen se apresentou ao lado de diversos artistas e bandas, tais como os trios noruegueses Bushman’s Revenge (jazz com rock progressivo) e Puma (jazz experimental). Com o Acoustic Unity, criado em 2014, ele já gravou “Firehouse” (2015), “Live in Europe” (2017) e “To Whom Who Buys a Record” (2019).
Este último trabalho, caracterizado por jazz experimental com traços de rock progressivo, será a base do repertório no Sesc Jazz. O disco, segundo o baterista, foi gravado ao vivo em um quarto em Oslo, capital da Noruega, sem amplificação alguma. “Tenho muito orgulho do resultado”, diz ele.
Nilssen, que já fez quatro shows no Brasil em 2018, promete que o retorno será “com muita energia”. Um dos músicos que o acompanham é o norueguês Andrè Roligheten, que não se contenta com um instrumento só. Ele tem o hábito de tocar dois saxofones ao mesmo tempo, ou clarinete e sax simultaneamente.

Formação
Gard Nilssen (bateria)
Petter Eldh (baixo)
Andrè Roligheten (saxofone)
17/10 | qui | 20h | Sesc Araraquara (Ginásio). 12 anos. R$ 50 | Meia-entrada: R$ 25 | Credencial Plena: R$ 15*

Arturo Sandoval (Estados Unidos e Cuba)

O trompetista cubano é um dos responsáveis por adicionar influências latinas ao jazz norte-americano. Isso se deu em parte pela amizade e mentoria do jazzista norte-americano Dizzy Gillespie (1917-1993), para quem prestou homenagem no álbum “Dear Diz: Everyday I Think of You”,lançado em 2012.
Sandoval foi um dos fundadores do grupo Irakere, ao lado de Chucho Valdés, em 1973. A mistura de jazz, rock e das músicas clássica e tradicional cubana impactou o mundo do entretenimento e conquistou público e crítica, que rendeu ao grupo um Grammy na categoria melhor álbum latino em 1980. Oito anos depois, ele deixou o Irakere para formar sua própria banda.
O artista, que começou a carreira aos 12 anos tocando trompete clássico, ganhou dez vezes o prêmio Grammy em diversas categorias e seis vezes o Billboard Music Awards.
O set list dos shows de Arturo sempre muda de acordo com o público e o país por onde se apresenta. No Sesc Jazz, a expectativa é de que Arturo passeie do jazz afro-cubano até o bebop, com seu trompete e também ao piano.

Formação
Arturo Sandoval (trompete)
John Belzaguy (baixo)
Tiki Pasillas (percussão)
Michael Tucker (sax)
Johnny Friday (bateria)
Maxwell Haymer (piano)

17/10 | qui | 20h | Sesc Araraquara (Ginásio). 12 anos. R$ 50 | Meia-entrada: R$ 25 | Credencial Plena: R$ 15*

Edu Ribeiro Quinteto (Brasil – SC)

Edu Ribeiro é autodidata e aprendeu a tocar bateria aos oito anos. Cursou música popular na Unicamp e fundou nesse período o Trio Água, ao lado do violonista Chico Saraiva e do baixista José Nigro. Já acompanhou diversos artistas brasileiros, como Dominguinhos, João Bosco e Zélia Duncan, e estrangeiros, como Brad Mehldau e Stacey Kent.
Em 2002, formou com o pianista Fabio Torres e o baixista Paulo Paulelli o Trio Corrente, que toca clássicos do choro e da MPB, além de composições próprias. Com o grupo, Edu foi premiado duas vezes com o Grammy pelo álbum “Song for Maura” (2012), gravado com o saxofonista cubano Paquito D’Rivera. O trabalho é uma homenagem à mãe de Paquito.
No Sesc Jazz, o baterista mostra as músicas de seu segundo álbum solo, “Na Calada do Dia”, lançado em 2017, como “Maracatim”, um maracatu cantável, nas palavras dele, cuja composição teve início como um canto e só depois foi combinada com os instrumentos.

Formação
Edu Ribeiro (bateria)
Daniel D’Alcantara (trompete)
Guilherme Ribeiro (acordeão)
Bruno Migotto (contrabaixo)
Fernando Correa (guitarra)

18/10 | sex | 20h | Sesc Araraquara (Ginásio). 12 anos. R$ 50 | Meia-entrada: R$ 25 | Credencial Plena: R$ 15*

Gary Bartz (Estados Unidos)

O saxofonista Gary Bartz tem um pé no jazz e outro nas estrelas. Em seu segundo álbum de estúdio, “Another Earth” (1969), o músico norte-americano já declarava o seu interesse pelos fenômenos celestes – e pela atividade extraterrestre – em faixas como “UFO” e “Lost in the Stars”, peças de uma sonoridade espacial, solene, como trilhas sonoras para uma aventura além da atmosfera do nosso planeta. Bartz afirma ter tido duas experiências de observação de objetos voadores não identificados.
Esses temas são explorados com a habilidade de uma carreira de mais de 60 anos dedicada ao saxofone. Formado no tradicional Conservatório de Música de Juilliard, em Nova York, e membro da Jazz Workshop do consagrado compositor Charles Mingus, entre 1962 e 1964, Bartz tocou ao lado de grandes nomes do jazz como a cantora Abbey Lincoln e o baterista Max Roach. Em 1970, foi contratado por Miles Davis.
Com uma discografia que se espalha por seis décadas, Bartz coleciona peças-chave na história do jazz, entre elas os álbuns que ele gravou com a banda Ntu Troop, como o disco duplo “Harlem Bush Music” (1970-1971), em que o saxofonista voltou a registrar seu interesse por assuntos cósmicos, em faixas como “Celestial Blues” e “The Planets”.

Formação
Gary Bartz (saxofone alto e barítono)
James King (contrabaixo)
Francisco Mella (bateria)
Berney McCall (piano)

18/10 |sex | 20h | Sesc Araraquara (Ginásio). 12 anos. R$ 50 | Meia-entrada: R$ 25 | Credencial Plena: R$ 15*

Avishai Cohen Big Vicious (Israel)

Avishai Cohen tinha oito anos quando começou a estudar trompete. Aos dez, já tocava numa big band e saía em turnê com a Orquestra Filarmônica Jovem de Israel, sob a batuta de maestros como Zubin Mehta. Mais tarde, foi estudar no Berklee College of Music, em Boston, e em Nova York mergulhou na cena jazzística dos clubes da cidade. Começava uma trajetória que já resultou em nove álbuns, sem falar em parcerias ecléticas, como com seu compatriota Omer Avital (baixista) e a banda de rock norte-americana Red Hot Chili Peppers.
Ao primeiro álbum, de 2003, Cohen deu o nome “The Trumpet Player” [O Trompetista]. Os dois últimos trabalhos saíram pelo selo ECM: “Into the Silence” (2016), álbum do ano pela TSF Jazz e Academie Du Jazz, e “Cross my Palm with Silver” (2017). Houve turnês mundiais de lançamento e críticas elogiosas nos grandes jornais, algumas estabelecendo paralelo com Miles Davis.
A formação para o Sesc Jazz é o Big Vicious, quarteto que compõe um jazz elétrico baseado em riffs de rock e nas melodias de trompete de Cohen.

Formação
Avishai Cohen (trompete)
Aviv Cohen (bateria)
Uzi Ramirez (guitarra)
Yonatan Albalak (baixo)

19/10| sáb | 20h | Sesc Araraquara (Ginásio). 12 anos. R$ 50 | Meia-entrada: R$ 25 | Credencial Plena: R$ 15*

Orlando Julius & The Heliocentrics (Nigéria)

O cantor e saxofonista nigeriano Orlando Julius Ekemode iniciou sua relação com a música tocando bateria e estudando flauta na escola. Aos 14 anos, saiu de casa para tentar a vida numa cidade maior da Nigéria, Ibadan. Em lojas de discos importados, ouvia clássicos como Charlie Parker e John Coltrane, que influenciaram sua formação como saxofonista.
Ao misturar o jazz norte-americano com ritmos tradicionais africanos, ele deu forma a um novo estilo que mais tarde seria reconhecido como a base do afropop e se tornou referência no seu país e no mundo. Seu primeiro álbum de estúdio, “Super Afro Soul”, foi lançado em 1966, e faixas como “Ijo Soul” e “Alo Mi Alo” seguem até hoje no repertório de seus shows.
Em 2014, Julius lançou “Jaiyede Afro”, álbum em parceria com o coletivo musical inglês The Heliocentrics, que faz uma releitura de composições antigas com toques progressivos e psicodélicos. O coletivo, que se apresenta com Julius no Sesc Jazz, se define como “psychedelicallybrokenjazzsoulfunk”, algo como um misto de jazz, soul e funk psicodelicamente quebrados. Já tocou com músicos renomados como o etíope Mulatu Astatke e o norte-americano DJ Shadow.

Formação
Orlando Julius Ekemode (vocal, saxofone, teclado)
Latoya Ekemode (percussão)
Jake Benjamin Ferguson (baixo)
Ekow Alabi Savage (bateria)
Jack Yglesias (congas)
Adrian Maurice Owusu (guitarra)
Julien Guillauem André Matrot (trompete)
Jason Christopher Yarde (saxofone barítono)

19/10 | sáb | 20h | Sesc Araraquara (Ginásio). 12 anos. R$ 50 | Meia-entrada: R$ 25 | Credencial Plena: R$ 15*

*Ingresso válido para os dois shows que acontecem nesta data. Consulte a programação.

 

ATIVIDADES EDUCATIVAS

PALESTRAS
Como Ouvir Jazz sem Medo. Por Carlos Calado (Brasil – SP)
O crítico conversa com o público interessado em se familiarizar com o jazz, desmistificando a suposta dificuldade para escutar esse gênero musical.

O objetivo dessa atividade é desmistificar a suposta dificuldade que algumas pessoas teriam para apreciar o jazz, partindo do princípio de que esse gênero musical tem essência popular e é acessível a qualquer um. Além de expor seus conhecimentos sobre o tema, o crítico musical Carlos Calado apresenta músicas e vídeos contendo trechos de shows, filmes e festivais. Alguns temas abordados são: raízes do jazz, estilos tradicionais, vanguardas e fusões.
A atividade é dirigida a qualquer interessado em se familiarizar com o universo do jazz. Não é necessário possuir formação musical, nem saber tocar algum instrumento.
Jornalista, crítico musical e mestre em artes pela USP, Carlos Calado escreve sobre festivais, shows e discos desde meados dos anos 1980. É autor dos livros “Tropicália: A História de uma Revolução Musical”, “A Divina Comédia dos Mutantes”, “O Jazz como Espetáculo” e “Jazz ao Vivo”, entre outros. Atualmente escreve para os jornais Folha de S.Paulo e Valor Econômico.

Livre. Grátis. Retirada de ingresso 1 hora antes.
19/10| sáb | 16h | Sesc Araraquara (Teatro).

 

SERVIÇO
SESC JAZZ
8 e 27 de outubro de 2019
Programação em: www.sescp.org.br/sescjazz

Ingressos:
Venda online: a partir das 19h do dia 1º de outubro, terça-feira, pelo Portal do Sesc São Paulo.
Venda presencial: a partir das 17h30 do dia 2 de outubro, quarta-feira, nas bilheterias das unidades do Sesc São Paulo
Limite de 4 ingressos por pessoa.

Endereço Sesc Araraquara: Rua Castro Alves, 1.315 l (16) 3301-7500

 

Foto: Manny Iriarte

Redação

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