domingo, 7, julho, 2024

SOCORRO: Meu emprego sumiu

Mais lido

Artigo por_ José Renato Nalini.

A inovação vai acarretar mudanças profundas no mundo do
trabalho. Muitas profissões serão parcial ou inteiramente automatizadas.
Dentre elas estão a advocacia, a análise financeira, a medicina, o
jornalismo, a contadoria, a função de corretor de seguros, a
biblioteconomia.
Os primeiros sintomas dão conta de que a 4ª Revolução Industrial
está criando menos empregos do que as anteriores. De acordo com
pesquisas fidedignas, menos de 0,5% da força de trabalho está empregada
em empresas que não existiam na virada do século.
A tecnologia aumenta a produtividade, mas não multiplica as
profissões no ritmo desejável. Dois pesquisadores da Oxford Martin
School quantificaram o desemprego qualificando 702 profissões e os
riscos de sua automação. Chegaram à conclusão de que 47% do emprego
total nos EUA correm risco de ceder à automação.
Outra observação importante: serão criados empregos para funções
criativas e de alto preparo ou sofisticação. Desaparecerão aqueles
encarregados de funções automáticas e repetitivas.
Um exemplo de profissões mais propensas a cederem lugar à
automação: operadores de telemarketing, responsável por cálculos fiscais,
avaliadores de seguros, avaliadores de danos automobilísticos, árbitros e
outros profissionais desportivos, secretários jurídicos, hosts e hostesses de
restaurantes, lounges e cafés, corretores de imóveis, mão de obra
agrícola, secretários e assistentes administrativos, exceto os jurídicos,
médicos e CEOS, entregadores e mensageiros. Não se excluem, mas a
longo prazo, os motoristas de caminhões e de automotores. O veículo
autônomo é uma realidade que só depende de um pouco de investimento
a mais para ser disponibilizado comercialmente.
Dentre as menos propensas a desaparecerem estão as funções de
assistentes sociais de abuso de substância e saúde mental, coreógrafos,
médicos e cirurgiões, psicólogos, gerentes de recursos humanos, analistas
de sistemas de computador, antropólogos e arqueólogos, engenheiros
marinhos e arquitetos navais, gerentes de vendas e diretores.
Tudo aquilo que o computador não conseguir fazer, como cortar
cabelo, plantar e cuidar de jardins, acompanhamento e zelo em relação a
crianças, deficientes e idosos, também não se mostra suscetível de
substituição rápida.

No mais, o algoritmo é mais rápido e mais produtivo do que o ser
humano. Por isso o desafio posto a cada ser humano a vivenciar esta era:
reciclar-se, preparar-se, aceitar flexibilização e mudança de rumo e ritmo.
Os tempos são outros. Quem não percebe isso pode ser rapidamente
descartado. Mas quem se preparar enfrentará o porvir com galhardia e
entusiasmo.

Dr Renato Nalini é desembargador, reitor da Uniregistral, palestrante e conferencista.

Redação

Mais Artigos

Últimas Notícias