quinta-feira, 19, setembro, 2024

Taxas de juros para pessoa jurídica mantêm-se em queda em março

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As taxas de juros das operações de crédito para pessoa jurídica mantiveram trajetória de queda durante o mês de março, dando continuidade ao período de reduções iniciado em fevereiro de 2018. Em contrapartida os bancos voltaram a aumentar os juros nos financiamentos para pessoa física, interrompendo uma sequência de 12 meses em queda.

Segundo análise do Núcleo de Economia do Sincomercio Araraquara com base nos dados da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (ANEFAC), o leve aumento da taxa de juros média destinada aos consumidores foi puxado pelas taxas de cartão de crédito e de cheque especial, que subiram 0,70% e 0,60%, respectivamente. As quedas ocorridas no crédito para as empresas são atribuídas principalmente à existência de margem para reduções nas taxas de juros cobradas pelas instituições financeiras – que ainda se encontram em patamares elevados – como também ao momento de estabilidade dos juros básicos da economia, a chamada Taxa Selic, estacionada há quase um ano na mínima histórica de 6,5%. Ainda assim, o movimento de alta nas taxas para pessoa física acontece num cenário de redução dos níveis de inadimplência e em meio às dificuldades de aprovação das reformas necessárias para o crescimento do país.

Taxas de juros para pessoa jurídica

A taxa de juros média para pessoa jurídica, que abrange os três tipos mais comuns de obtenção de crédito pelas empresas, registrou queda de 0,57% no mês, passando de 3,49% a.m. (50,93% a.a.) em fevereiro de 2019 para 3,47% a.m. (50,58% a.a.) em março de 2019, sendo esta a menor média desde outubro de 2014.

Na análise individual das taxas, o financiamento para Capital de Giro e o Desconto de Duplicatas foram as linhas de crédito que mais reduziram. O Capital de Giro registrou queda de 1,30% em março, passando a taxa de 1,54% a.m. (20,13% a.a.) em fevereiro de 2019, para 1,52% a.m. (19,84% a.a.) em março de 2019. É a menor alíquota desde junho de 2013 (1,48% a.m. – 19,28% a.a.). Já em relação aos Descontos de Duplicatas, a redução foi de 1,10%, passando de 1,82% a.m. (24,16% a.a.) em fevereiro de 2019, para 1,80% a.m. (23,87% a.a.) em março de 2019, sendo esta a menor taxa de toda a série histórica, iniciada em 1999.

Expectativas de curto prazo

Tendo em vista a perspectiva de avanço gradual da atividade econômica por parte dos investidores, a inflação que vem sendo mantida sob controle e a existência de margem para reduções nas taxas praticadas, mantém-se a expectativa de queda nos juros e de expansão da concessão de crédito Entretanto, o elevado nível de desemprego, o alto nível de ociosidade em que estão operando as indústrias e o cenário de restrição do consumo podem constituir entraves ao crescimento econômico. Ademais, fatores externos como a elevação dos juros americanos, a guerra comercial entre EUA e China, o Brexit entre outros, podem voltar a aumentar as taxas de juros brasileiras. Desse modo, ainda que as expectativas sejam positivas é fundamental agir com cautela e responsabilidade no momento da contratação de um financiamento. Recomenda-se a busca pelas modalidades de crédito com menores custos de manutenção e planejamento financeiro para que não haja comprometimento excessivo do orçamento.

Redação

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