Evento reuniu pouco mais de 100 pessoas no início da noite dessa quinta-feira (15)
No início da noite dessa quinta-feira (15) foi realizada uma vigília no Parque Infantil, organizada pelo Conselho Municipal dos Direitos da Mulher. O ato teve o apoio do Psol.
O objetivo foi discutir quais serão os caminhos de resistência contra a escalada da violência, pois na semana retrasada, a menina Giovana, de 8 anos, foi estuprada e espancada por um vizinho, em Ibitinga, e veio a falecer na Gota de Leite, em decorrência dos ferimentos. No último final de semana, Hemelly, de 14 anos, foi espancada pelo tio “ciumento” que se achava dono de sua vida. Ela faleceu no dia seguinte, na Santa Casa, em decorrência de um traumatismo craniano por ter a cabeça batida várias vezes contra o chão. Nesta semana, Marielle foi executada com 9 tiros, sendo 5 no rosto, com intenção de desfigura-la. Marielle, que era vereadora do Psol no Rio de Janeiro, acabara de ser nomeada membro da comissão de fiscalização das medidas de segurança do estado e de denunciar o assassinato de jovens negros pelas mãos da polícia. Marielle, mulher negra e ativista de 38 anos, foi assassinada a sangue frio.
Segundo o Conselho, “são 3 mulheres a menos, entre tantas outras que nem tomamos conhecimento. Nossas vidas valem muito. Não é possível que continuaremos a acordar chorando entristecidas pelo luto que a sociedade machista quer nos obrigar a viver. A sociedade brasileira tem sangue de mulheres nas mãos”.
Durante o ato, várias mulheres se manifestaram contra a escalada da violência contra as mulheres que assola o país. “Nós não podemos compactuar com a perda de direitos que vem ocorrendo no país. Por outro lado, temos que nos manifestar todos os dias e não apenas quando acontece algo assim”, disse uma das participantes.
Já o presidente do Psol em Araraquara, José Eduardo Vermelho, disse à reportagem que em todas as cidades do estado onde o Psol mantém a agremiação ocorreram atos pela morte da vereadora Marielle. “Nós vivemos em um país que mantém a cultura da violência e, na maioria dos casos é a mulher devido ao machismo dos homens que, muitas vezes, fazem parte de seu círculo como na morte da menina Hemelly, morta pelo próprio tio. Mas no caso da vereadora do Rio, além disso, o crime tem traços de envolvimento político”, resumiu Vermelho.
O ato reuniu pouco mais de cem pessoas que fizeram um cerco em volta do local que foi usado para acender várias velas em homenagem das vítimas.