sábado, 9, novembro, 2024

Ano novo

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Luís Carlos Bedran*

Fim de ano, início de século. Como, se o 21 começou faz um tempinho? É que apesar de a ciência ter avançado tanto, depois da inteligência artificial o século está apenas no comecinho. Imaginemos então chegarmos ao século 22, quando não mais haverá o combustível fóssil, a energia será renovável, eólica, elétrica a depender apenas da água, a nuclear ultrapassada, a do hidrogênio líquido (verde). Trabalho, poucas horas

diárias, superpopulação, apesar do controle da natalidade; estabilização do aquecimento solar e do derretimento das geleiras; etarismo maior, mais de 100 anos; preservação da natureza sob rigorosa pena. Descoberta a cura do câncer, aplicação de vacinas na prevenção de novos vírus e bactérias, apesar das intermitentes epidemias. Colonização de planetas, fronteiras entre países quase inexistentes, embora ainda continuem guerras

localizadas. A fome continuará, apesar da agricultura avançada e do maior consumo de proteínas, porque o homem não tem como esperar que ela seja debelada com rapidez.

Os economistas não fazem milagres. Como disse um, daqui a 100 anos todos estaremos mortos… Até vocês que me leem, os bem jovens, é que verão tudo isso. Como a Sofia, de cinco meses, que conseguirá ir além do século 22. Tal como a Splende, a Pende para as irmãs, a dona Esplêndida para as amigas, a baronesa di Guerzoni e Spleen para o irônico Jorge e a mãe para seus filhos, que, nascida no início do século 20, o superou.

Viu tantas coisas, tantas descobertas, transformações na economia, ciência, guerras mundiais, que talvez o 22 não consiga ser tão revolucionário. Filha e neta de anarquistas (graças da Deus), teve a sorte de nascer no Brasil. Fosse nascida na Europa, talvez nem sobreviveria. Mas, atualizada, sabia tudo ou quase que se passava no mundo pelas notícias que recebia como jornalista e dona de jornal. E sempre democrática, sem renegar suas origens, tanto que até votou no Lula contra o caçador de marajás, apesar de

racha na família. Depois a confraternização e não como agora, onde o bolsonarismo conseguiu fazer com que familiares se tornassem inimigos entre si e não adversários.

Dizem que as eleições municipais serão federalizadas, na disputa entre os que se dizem de esquerda ou de direita. Isso se não houver uma terceira via, nem tanto ao céu, nem tanto à terra. E que serão pacíficas, não mais como nos grotões dos Estados, porque depois do conhecimento pela internet não há mais como haver o voto de cabresto, típico dos coronéis do século passado. Às vezes bate o pessimismo de ver uma política rasteira. No entanto, o que percebo e isso já há tempos, que o Brasil é o melhor país do

mundo. Não é à toa a ambição dos outros sobre o nosso. Aqui tem de tudo, sol, mar, florestas, rios, riquezas do sub solo. E gente boa. Os estrangeiros ficam abismados com os brasileiros e as brasileiras pelo nosso espírito macunaímico, o que é muito bom.

Então, feliz ano novo para todos nós e sempre esperançoso.

*Sociólogo, advogado, jornalista, ex-vice-presidente da OAB/Araraquara, foi procurador do Estado de São Paulo

Redação

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