domingo, 29, setembro, 2024

Banda Controvérsia traz a longevidade do rock com a mesma energia há 30 anos

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Por José Augusto Chrispim

O velho e bom Rock ‘N’ Roll é certamente o estilo musical com a maior longevidade entre tantas vertentes da música mundial. Desde os anos de 1950, esse ritmo elétrico e com temas diversos que surgiu através da mistura de três gêneros musicais – Blues, Country e Jazz -, vem acompanhando as transformações pelas quais a humanidade passou, sem perder a essência e a rebeldia da juventude. E, assim como o rock, a banda araraquarense Controvérsia faz um som por vezes pesado, outras mais melódico, mas sempre com bom gosto musical e sem rótulos, há três décadas.

A reportagem do O Imparcial conversou com o contrabaixista Jorge Moura, mais conhecido como Lobisomem, que falou sobre a criação da banda Controvérsia, em 1992, e de como foi escolhido o nome dessa que está completando 30 anos. Jorge é um dos criadores do grupo e o único integrante da época que faz parte da formação atual.

Veja a entrevista na íntegra:

O Imparcial: Quanto foi formada a banda? Fala um pouco da história dela.

Jorge: “Em 1990, conheci o Leandro Pedroso e começamos a tocar, ele já era talentosíssimo e começamos a buscar amigos que quisessem assim como nós tocar um som, fazer nossas músicas e se apresentar em festivais, principalmente no underground. Na época éramos o Controversy, nosso som era um thrash metal e a formação que se estabilizou em 1991 tinha, além de mim e do Leandro o Émerson Mattos e o Tony Gradin. Começamos a participar do circuito underground e gravamos uma demo em 1993, éramos jovens inexperientes, mas havia o talento fora do comum dos dois guitarristas o que foi nos levando também para o caminho de tocar covers e participar de eventos não só da tribo do rock, – essa característica busco manter até hoje com o show “O rock popular” -, pois acredito que tocar fora da zona de conforto redobra o desafio e leva o rock para o conhecimento de mais pessoas”.

O Imparcial: A banda mantém a mesma formação desde o início ou não?

Jorge: “Não, da formação original, apenas eu estou na banda. Ao longo de 30 anos foram havendo muitos momentos, alguns hiatos, – o maior entre 97 e 99, únicos anos em que não houve nenhuma apresentação, período, que coincide também com a mudança de cidade do Tony e a saída do Émerson, a volta, acontece no ano 2000 já com o nome em português e com o trio que foi responsável pelo principal período de atuação da banda com o Leandro Pedroso eu e o Daniel Cestari, surgia a Controvérsia e desde então, mantive a banda de alguma forma ativa”.

O Imparcial: Quem são os atuais integrantes da Controvérsia? Conte um pouco da história de cada um.

Jorge: “Hoje a banda se mantém ativa comigo no baixo e o Luis Camarão na voz, com a curiosidade de já ser o vocalista com maior tempo à frente da banda (desde 2015), o guitarrista é o Matheus Rangel e nas baquetas o André Digão, sendo que todos têm seus principais trabalhos. Rangel é formado em guitarra e dá aulas, tem seu trabalho instrumental autoral e atua como músico em um sem número de importantes projetos; o Digão é baterista e fundador da banda Mamíferos – ícone do cenário na nossa cidade -, e o Camarão, tem sua excelente banda Pente Redondo, na cidade de Catanduva, a chegada do Camarão à banda se deu quando ele estudava na UNESP e acabamos nos conhecendo no trabalho que ambos tivemos no IBGE. Com esta formação, temos agenda reduzida, mas a boa energia e som que produzimos juntos nos deixa compromissados em manter essa história ativa”.

O Imparcial: Quais estilos musicais compõem o repertório da banda?

Jorge: “Nosso som é sem rótulos, na minha opinião, tocamos rock, mas não há limites, por vezes pegamos músicas que surgiram com outra linguagem e tentamos fazer nossa leitura delas. Não há uma regra!

Se a música é boa ela pode ter nossa leitura e ser rock!”.

O Imparcial: A banda tem músicas autorais? Quais são? Do que falam?

Jorge: “Tivemos o primeiro trabalho lá quando jovens que era cantado em inglês e tinha uma linhagem thrash metal. Depois tivemos um CD demo na fase do trio, gravado no estúdio do Paulo Russi, e que teve um trabalho que fizemos na raça e sem jabá, e conseguimos pôr a faixa “Princípios” para tocar em um bom tanto de rádios no ano de 2001. Durante a pandemia, fizemos um registro de uma nova música. A ideia, devido à dificuldade de agenda e a distância que mora o Camarão, é manter o trabalho e produzir mais algumas músicas”.

O Imparcial: Em quais locais a banda costuma tocar?

Jorge: “No circuito de Pubs da região eventos públicos, feiras como a Facira. Festivais Gastronômicos e onde for chamada estaremos lá!”.

O Imparcial: Tem alguma apresentação em especial que marcou a banda?

Jorge: “Alguns shows foram épicos, principalmente recentemente, mas cito uma apresentação que fez parte do Festival Alternatal em 2018 no Teatro Wallace, pois foi uma noite remanejada devido a uma chuva no dia previsto para o evento e que não teria nosso show, com a mudança a banda poderia tocar e houve um espaço na programação. Foi o encerramento de uma edição bastante vibrante do festival e foi minha primeira apresentação com a banda estável no festival que é uma criação minha também”.

O Imparcial: Tem algum lugar onde a banda gostaria de tocar e ainda não rolou?

Jorge: “Tenho o sonho de tocar em festivais autorais, mas para isso temos que conseguir primeiro dar essa guinada que citei”.

O Imparcial: Quais as bandas ou artistas que influenciam os integrantes da banda?

Jorge: “Eu acabo norteando naturalmente essa parte, cresci ouvindo thrash metal e bandas clássicas como Iron, Black Sabbath, Deep Purple, mas tenho muita referência no movimento de Seattle, e acho o desafio de ser popular sem perder a postura do rock o desafio mais legal para uma banda, então tenho também influências de U2, Red Hot e muitos artistas nacionais. Na mistura de tudo isso temos nosso show, que acaba sendo bem aceito em todos os ambientes. Não somos uma banda de tribo”.

O Imparcial: Em três décadas de história, deve ter havido muitos altos e baixos, o que manteve a banda ativa até hoje?

Jorge: “Cara, sinceramente a banda existe e se mantém, com a consciência da limitação de tempo e possibilidade de agenda que citei, no momento, e o que mantém ela ativa para mim, é a energia que sinto com o nome dela, a vontade intacta de me expressar que é a mesma do primeiro ensaio e pela sorte que tenho de olhar quanta gente boa passou pelo palco ao meu lado, como Murilo Romano, Cleber Shimu, Marcelo Lozano, Fabrício Pereira, Márcio Donizete e tantos outros. Acredito também que, apesar de 30 anos eu poderia ter feito algumas coisas diferentes, e resolvi que enquanto eu viver a Controvérsia existirá! Talvez agora, maduro, eu consiga dar a ela o trabalho e atenção que sempre ambicionei”.

O Imparcial: Qual é a inspiração do nome da banda?

Jorge: “Listamos mais de cem nomes no dia da primeira reunião e alguém disse – Tá dando muita controvérsia isso aí – pronto mudamos para o inglês estava formado o Controversy e amassamos a lista e daí já se vão 30 anos,

Aliás cabe salientar que o momento da pandemia nos motivou a gravar uma versão madura da primeira demo de 93 e que contou com o Marcelo Tucci no vocal e o “Rato” Hernandez nas guitarras, a bateria ficou a cargo do Cestari e fizemos dois clipes, muito mais pelo registro e momento do que com qualquer objetivo de retorno para esta praia”.

O Imparcial: Qual é a mensagem que a banda passa ao público?

Jorge: “Sinceramente vai parecer clichê, mas aliás, como tudo que faço na vida, tento passar a energia positiva, o prazer de estar ali com meus amigos e levar uma mensagem que ajude quem ali está a se motivar e a ter um momento feliz. Acredito que a música pode melhorar a vida das pessoas e que é muito importante na formação do indivíduo, então, apesar de toda a aparente loucura, cada apresentação também é uma responsabilidade boa e que empunho e faço com amor há 30 anos”, finalizou Jorge.

Contatos da banda Controvérsia:

@controversiabanda

https://www.facebook.com/controversiabanda/

Fone: (16) 988167803 – Jorge.

Redação

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