Da redação
A Câmara Municipal de Araraquara vota hoje o substitutivo ao projeto de Lei nº 314/2017 que trata da regulamentação da atividade econômica privada de transporte individual remunerado de passageiros. Em outras palavras, o que será votado hoje é a regulamentação do aplicativo Uber, entre outros existentes no mercado.
O autor do projeto, o vereador Rafael De Angeli (PSDB), falou à reportagem de O Imparcial sobre a importância desse tipo de serviço que já está disponível em cerca de 160 cidades de todo o país e que já vem sendo disponibilizado em Araraquara desde o último dia 10 de março.
De acordo com Rafael, a presença do aplicativo na cidade faz parte do plano de expansão da empresa no Estado de São Paulo. A Uber pretende ser parte das cidades, oferecendo à população uma alternativa acessível, moderna e eficiente, para que as pessoas vivam ainda mais o seu município.
Questionado sobre uma possível disputa desigual entre taxistas e motoristas do aplicativo, o vereador respondeu que de acordo com pesquisas feitas nas regiões onde o serviço já está em atividade, não houve redução no mercado para os taxistas. “O usuário do Uber não é o mesmo do táxi, quem usa o aplicativo geralmente são os estudantes que vêm de outras cidades e não disponibilizam de muito dinheiro para gastar com transporte. Os usuários do táxi são pessoas mais velhas e que já estão acostumadas com o taxista e dão preferência ao serviço, além daquelas que vão a uma festa, por exemplo, e não querem voltar para casa dirigindo”, resumiu De Angeli.
Tarifas e impostos
Outro ponto importante apontado pelo vereador é a discussão entre os valores das ‘corridas’ feitas pelos motoristas do aplicativo que ficam muito abaixo dos praticados pelos taxistas. “Os taxistas argumentam que os valores cobrados pelo Uber não cobrem nem as despesas. Eles dizem que pagam muitos tributos que encarecem o custo final. Eu acredito que no final das contas os custos das duas categorias se tornam bem parecidos, devido às isenções que o taxista tem e que não são estendidas ao motorista do aplicativo como os 11% de IPI, 12% de ICMS, 3% de IOF, 4% de IPVA, além da isenção do ISS de 4%. Todos esses impostos são pagos pelo motorista do Uber, além disso o carro custa em média R$ 64.500 mil para ele, enquanto que para o taxista o mesmo modelo sai por R$ 47.730 mil. Os taxistas dizem que aceitam a entrada do serviço na cidade, mas querem preços mais justos. Na verdade o que eles querem é que o preço do Uber seja mais alto para chegar perto do que é praticado por eles, mas eu acho que eles devem se reinventar e buscar alternativas para conseguirem tarifas mais próximas da realidade do consumidor. Alguns chamam os motoristas do Uber de clandestinos, mas a partir de hoje ninguém poderá ser chamado assim em Araraquara, desde que esteja regulamentado ”, ressaltou Rafael.
Pagamento com cartão
Inicialmente, a categoria disponível na cidade é o uberX e o pagamento poderá ser feito apenas com cartão de crédito. Para iniciar uma viagem, o usuário deve fazer a solicitação exclusivamente pelo aplicativo no celular, que pode ser baixado gratuitamente. Ao final da viagem, o valor será cobrado automaticamente do cartão cadastrado.
Quanto custa?
O preço de viagens pela Uber em Araraquara varia de acordo com a distância e o tempo. Outros itens também entram no cálculo. Ao final de cada viagem, os usuários recebem um recibo com o descritivo dos itens que fazem parte do valor final. A partir desta sexta-feira (27), é possível estimar o valor de viagens no site da Uber.
Preços em Araraquara
[R$ 2,00 preço base + R$ 1,10 (p/ km) + R$ 0,20 (p/ minuto)]
[Preço mínimo e taxa de cancelamento: R$ 5 | Custo fixo: R$ 0,75]
Como chamar um Uber?
Para chamar um carro, você precisa apenas baixar o app em seu celular, criar uma conta e pronto. Aí é só abrir o app e apontar no mapa ou escrever o endereço de onde você quer que o motorista te encontre. O aplicativo pode ser baixado nos sistemasAndroid ou da Apple.
Votação
De acordo com o psdebista, o projeto que entra para votação na sessão da Câmara desta noite, tem tudo para ser aprovado por unanimidade de votos, pois o serviço é aprovado por mais de 80% da população. “O vereador tem que pensar no seu eleitorado, mas acima de tudo, na vontade dos munícipes”, finalizou.