A Academia Araraquarense de Letras se engrandeceu na noite do último sábado (10) ao receber três novos acadêmicos. Com isso, passaram a ser 27 mulheres e 13 homens. A decisão certeira da Academia em acolher a esmagadora maioria de mulheres em seus quadros efetivos bem demonstra a pluralidade acentuando duro recado a Instituições nacionais que ainda hoje de forma inacreditável postergam o reconhecimento vital da mulher na sociedade contemporânea. Por igual a questão racial. A Academia vem reconhecendo o inestimável trabalho e a força da negritude em seus quadros tendo admitido recentemente mulheres negras, sempre elas, a trazer a indispensável cultura que carregam de luta e determinação que representa mais de 50% da população brasileira.
Novos membros
Tomaram posse: Ida Maris Sávio Scarafiz. Com o pseudônimo Amanda Kraft, possui vasta obra que muito encanta; as músicas (sob o pseudônimo LaMaris) são balsamos para nossos ouvidos e nossas almas. Romancista incansável cuja fluidez em suas tramas surpreende. Destaco o “Filhos da Esperança”, romance finalista do Prêmio Maria Carolina de Jesus para mulheres em 2023. Ocupará a cadeira 04, tendo como patrono Eurípedes Malavolta.
Alessandra Laurindo. Com os pseudônimos da pureza e da luta nos ensina cotidianamente. Incrível como não se cansa. Muitas vezes se desanima com o descaso constante e permanente para a justa causa em que empreende sua vida. Mas tal desânimo dura segundos. Quando mais ele se aprofunda, mas ela encontra forças e volta ainda mais forte. Sua luta é a força literária que a Academia necessita e decidiu acolher. Grato por deixar que entremos em sua extraordinária vida. Ocupará a cadeira 26, tendo como patronesse Carolina Maria de Jesus.
Dimas Eduardo Ramalho. Com os pseudônimos da justiça, amor ao próximo e probidade, ensina por onde passa. Sua obra constitui fonte de inspiração poética. Da infância já literata em sua Taquaritinga, com passagem marcante pelo Largo de São Francisco, a promotoria, a docência na Uniara, as atuações enigmáticas tanto na Assembleia Legislativa paulista como na Câmara dos Deputados, a dimensão que apresenta no Tribunal de Contas do Estado, a dedicação determinada Santa Casa.
Somos gratos por também aceitar estar entre nós e nos ajudar a Academia. Ocupará a cadeira 24, tendo como patrono Jose Roberto Tellaroli.
Na ocasião foi entregue a primeira Láurea da Academia e o acadêmico do ano de 2024 foi o confrade João Baptista Galhardo.
Em noite de muita emoção foi lido ainda o Poema Mi MI MI de autoria do Presidente Fernando Passos que foi musicado pelos músicos Luiz Fabiano dos Santos, Luiz Fernando Silva, Guilherme Martins Bridarolli e Silvia Regina Martins. Na estreia da apresentação da Música, o show ficou por conta da Banda Soul da Ilha e convidados. Houve também a apresentação do Coral Afro Soul Jazz do município de São Carlos. Noite inesquecível de cultura, arte, filosofia e música tendo sido encerrada pela Orquestra USP-Filarmônica.
“Foi uma noite carregada de emoções, uma noite certamente inesquecível. Parabéns Fernando Passos, presidente da Academia Araraquarense de Letras, pelo evento e, em seu nome, parabenizo toda a Academia. E em nome do Dr. João Batista Galhardo, quero saudar todos os homenageados e todas as manifestação aqui ocorridas, além dos vereadores aqui presentes e as deputadas estaduais Thainara Faria e Márcia Lia”, declarou o prefeito Edinho Silva, em sua manifestação durante o evento. “Saúdo em especial os três novos integrantes da Academia, Ida Maris Sávio Scarafiz, Alessandra Laurindo e Dimas Ramalho”, completou.
Acordo de Cooperação
Durante o evento também foi assinado oAcordo de Cooperação entre Prefeitura de Araraquara, em consonância com a Coordenadoria Executiva de Políticas Étnico-Raciais, a Universidade de Araraquara – Uniara, por intermédio do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB) e a Academia Araraquarense de Letras, para produção e distribuição de uma cartilha antirracista.
O documento é celebrado em conformidade à Lei Municipal nº 9.262, de 9 de maio de 2018, institui o Plano Municipal de Políticas Públicas para o Combate à Discriminação e ao Racismo.
O Acordo foi assinado pelo prefeito Edinho Silva, juntamente ao presidente da Academia Araraquarense de Letras, Fernando Passos; a coordenadora executiva de Políticas Étnico-Raciais, Alessandra Laurindo; e o coordenador do NEAB-Uniara, Edmundo Alves de Oliveira.