A programação “Julho das Pretas” será encerrada nesta quarta-feira (27), com o “Café Preto com Debate”, que apresentará o tema “Por mais mulheres pretas na política: porque representatividade importa”. O encontro está marcado para as 19h no Centro de Referência Afro “Mestre Jorge”, que fica na Av. Mauá, 377, Centro. A entrada é gratuita para o público.
O “Julho das Pretas” é uma agenda promovida pela Prefeitura de Araraquara, por meio da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Participação Popular, Coordenadoria de Políticas Étnico-Raciais e Coordenadoria de Políticas para Mulheres, com o objetivo de visibilizar a luta de mulheres que diuturnamente são apagadas da história e têm seus direitos violados. A agenda do “Julho das Pretas” é inspirada no fato de julho ser o mês em que é comemorado o Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha (dia 25).
O encontro desta quarta terá a mediação de Alessandra de Cássia Laurindo, coordenadora de Políticas Étnico-Raciais da Prefeitura de Araraquara. As convidadas serão Thainara Faria (advogada e vereadora de Araraquara), Cris Vicente (professora e vereadora de Tupã-SP), Erika Matheus (graduanda em Letras e assessora especial de Políticas LGBTQIA+ da Prefeitura de Araraquara), Adria Ferreira (professora e vereadora de Ribeirão Preto) e Silvia Diogo (bacharel em Serviço Social com especialidade em atendimento da mulher e militante da luta pelos direitos da mulher e pela igualdade social).
Alessandra Laurindo comentou que é um orgulho encerrar a programação com um tema tão pertinente ao atual cenário. “A proposta é debater a representação política das mulheres negras, bem como todas as dificuldades nos caminhos percorridos para ocupar os cargos eletivos, mas também dialogar sobre as soluções para tornar esse meio mais acessível. De acordo com o Mapa das Mulheres na Política 2020, publicado pela ONU, o Brasil amarga a 142ª posição entre as 193 nações na representatividade feminina e quando falamos em mulheres negras, esse ranking é absurdamente racista, para além da violência política que ainda sofrem após eleitas. Faremos uma roda de conversa com vereadoras e uma mulher que representa o movimento LGBTQIA+, no sentido de comungarem os desafios de estarem nesses espaços e serem referências, abrindo caminhos e transformando a política através da promoção da equidade”, explicou a coordenadora de Políticas Étnico-Raciais.
A coordenadora de Políticas para Mulheres, Grasiela Lima, relata que a questão da participação política das mulheres pretas é uma das principais pautas tiradas do Julho das Pretas a nível nacional. “Por isso buscamos, aqui em Araraquara, inserir dentro da nossa programação essa questão, que nos é tão cara, para uma discussão mais qualificada e propositiva. Nesse sentido, temos mulheres potentes e já inseridas no contexto da política institucional que farão a discussão sobre a importância da representatividade das mulheres pretas nos cargos eletivos, sobre os desafios enfrentados pelas eleitas em 2020, destacando-se a violência política, que aumentou significativamente nesses últimos quatro anos, principalmente em relação às vereadoras e deputadas pretas e também às pretas trans. Nesse sentido, entendo que além de unirmos esforços para elegermos mais mulheres pretas nas próximas eleições, essas devem trazer demandas feministas e antirracistas como bandeiras, além de fazer enfrentamento à violência política e a defesa da democracia, tão crucial nos dias de hoje, até porque enquanto houver racismo não haverá democracia. Entendemos, dentro do movimento das mulheres pretas, que é preciso aquilombar a política”, aponta.
Vale salientar que as atividades do “Julho das Pretas” são filmadas para fins de divulgação do Centro Afro e próximos eventos. As imagens são captadas pelas alunas Cyntia Maria, Vitoria Trevizan, Monica Carvalho, e Nicolas Yago, que cursam Computação Gráfica no Senac de Araraquara.
Debate no Centro Afro encerra programação “Julho das Pretas”
Atividade desta quarta (27) conta com o tema “Por mais mulheres pretas na política: porque representatividade importa”