domingo, 24, novembro, 2024

Lula não dá mole para Moro

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José A C Silva

A única manifestação petista de peso em resistência a prisão de Luiz Inácio Lula da Silva ocorreu no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, surpreendendo pela pouca adesão a cúpula do PT em outras partes do país. O ex-presidente não foi se entregar na sede da Polícia Federal em Curitiba nessa sexta-feira (6), onde se encontra tudo preparado para o seu encarceramento.

Especialistas analisam que o PT está se aproveitando da prisão para usar na campanha eleitoral e para amenizar a vergonha que pesa sobre o partido – vários petistas já foram presos por corrupção e outros estão na lista de Fachin. Entre os muitos comentários é que Lula não queria se entregar, depois houve uma negociação com a Polícia Federal na qual foi pedido um avião que no início da noite estava estacionado em Congonhas. Ele também teria pedido permissão para participar da missa em homenagem aos 67 anos da ex-primeira dama Marisa Letícia que morreu no ano passado. Na ocasião do falecimento da sua esposa, Lula alegou que a causa mortis foi de desgosto no processo do triplex. Ainda, por ironia do destino, os seus delatores, o ex-ministro Antônio Palocci e o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro, estão detidos onde ele vai cumprir pena.

Em meio ao caos instalado no sindicato petistas fizeram um churrasco acompanhado de cerveja. Lula não se entregou no prazo determinado. Ele, até o fechamento do jornal se encontrava na sede do sindicato, em São Bernardo do Campo.

Segundo a assessoria de imprensa da 13ª Vara Federal do Paraná, o ex-presidente Lula não pode ser considerado foragido e também não terá descumprido ordem judicial ao não se apresentar. A Polícia Federal decidiu ontem que não houve condições para cumprir o mandado de prisão contra o ex-presidente Lula. A PF alegou que uma operação colocaria em risco tanto partidários do ex-presidente quanto os próprios policiais. A possibilidade de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva só ser preso na segunda-feira (9) foi colocada na mesa de negociação entre advogados do petista e a Polícia Federal. A força-tarefa da Lava-Jato ficou incomodada com a recusa do ex-presidente em cumprir a determinação do juiz Sergio Moro de se apresentar em Curitiba às 17h de ontem.

A negociação será retomada hoje após a missa em memória de Marisa Letícia.

Pressão

Dois prédios de Belo Horizonte foram pichados na tarde de ontem com frases de protesto contra a prisão do ex-presidente Lula, decretada nessa quinta-feira (5), pelo juiz federal Sérgio Moro.

Os pichadores usaram tinta vermelha, pintando fachadas e calçadas. Um dos prédios atacados foi o da ministra do Supremo Tribunal Federal, Cármem Lúcia, no bairro Santo Agostinho, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. No chão, foi pintada a frase “Cármen Lúcia Golpista”. As janelas do edifício também foram quebradas.

O prédio do Ministério Público de Minas Gerais, na avenida Álvares Cabral, na mesma região, foi outro alvo dos pichadores, que pintaram a frase “Moro juiz dos ricos”.

No perfil da Frente Brasil Popular, no Facebook, militantes postaram que cerca de 450 manifestantes do MST e do Levante Popular da Juventude atiraram bombas de tintas nos muros e calçadas do prédio. “Não vamos dar descanso para toda essa corja que deturpa as leis para beneficiar interesses do capital. Assistimos essa semana que o Supremo é tão golpista quanto Temer”, afirmou Miriam Muniz, da direção do MST, no post do Facebook.

Redação

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