O perdão

Crônica

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Leonardo Daniel

O perdão não é só necessário ele é imprescindível. E cabe a nós alcançá-lo pela alteridade. A alteridade é a capacidade em suma de se colocar no lugar do outro. Quando conseguimos essa ‘proeza’, ela vai junto com a compreensão; ficando mais natural, pois é da nossa natureza. É da nossa natureza humana sermos gregários, cujo espírito humano está em desenvolvimento e evolução. E isto nos toca de tal modo, que perdoar alivia a carga existencial; não só de quem é perdoado, mas também daquele que perdoa. E assim vamos retirando o barco com sua proa.

O perdão é didaticamente ensinado pelo exemplo, e devido nossa “infantilidade” existencial, ele está presente como cerne de toda religião. E ele, nos tira do chão.

Quando não for possível perdoar, pois a mágoa pode ainda ser grande demais, devemos confiar no poder do tempo, e esquecer…. Perdoamos o que pode ser perdoado e esquecemos o que não tiver perdão. Isto; já traz um bom resultado para cicatrizar as feridas emocionais. O tempo é capaz de revelar todas as coisas. Inclusive esse tipo de esquecimento, que é pelo próprio tempo amenizado diante da dor. Não precisamos ser amigos de quem perdoamos, às vezes isso não é possível nesse momento, mas só de não desejarmos mal a esta pessoa já é bom, já é um bom sinal. O perdão está além do bem e do mal. Ele é um ideal, e como afirmou Nietzsche: “quem alcança o seu ideal, vai além dele”.

Quando perdoamos, alcançamos o poder de ver nós mesmos, e nós não nascemos equipados com retrovisor de fábrica, como bem observou o músico e psicólogo, Carlos Maltz. Quando perdoamos, aceitamos a ofensa só como ela é… ou seja, a ofensa só tem valor para o ofendido. Se você não se vê mais na agonia do sofrimento como vítima, se você não mais se identifica (acredita nos outros) ela, a ofensa passa a não ter mais tanta importância.

E assim você também se enxerga. E enxerga pra valer, e isso só pode acontecer… tudo isso só pode acontecer, se estivermos atentos no momento presente, que é tudo que importa. Para perdoar, de verdade, temos que ir além da reflexão do passado; os erros que quem te ofendeu ou agrediu, mais do que a projeção de amizade no futuro, nós temos que ir além disso tudo, e isso tudo é sim importante.

Para perdoar; temos que pedir perdão, pois nós também causamos prejuízos a nós mesmos ou aos demais. Aos outros. Nesse contexto rezar o PAI NOSSO é fundamental e é poderoso. É olhando nos olhos de quem vamos perdoar. É conversando com essa pessoa, é buscando a sabedoria que vem da paz, que podemos no aqui e agora, superar àquelas faltas que tanto nos machucam ainda. E vamos conseguir… Acreditem nisso, meus queridos. Tudo pode mudar com um simples: ‘Oi’…

Redação

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