domingo, 19, maio, 2024

Ponte dos Machados tem trânsito liberado depois de muitos atrasos

Morte de trabalhador marcou o final da obra iniciada em julho de 2021 e que tinha prazo de 180 dias para ser entregue

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Por José Augusto Chrispim

A obra de construção da ponte do bairro dos Machados, na Estrada Abílio Augusto Corrêa (ARA-050), sobre o Córrego do Ouro, que teve início em julho de 2021 com previsão de entrega em 180 dias, foi entregue ao público na tarde do último sábado (18). A reconstrução da ponte Amalffi Mori sofreu vários atrasos, principalmente, devido a quebras de contrato com as construtoras que passaram pela obra. Isso dificultou a vida dos moradores da região que é formada por pequenos produtores rurais e que eram obrigados a utilizarem um desvio de 16 quilômetros através de uma estrada de terra onde, em época de chuva, fica praticamente intransitável.

Entre as causas do grande atraso na reconstrução da ponte que, infelizmente, registrou a morte do trabalhador Ramon Augusto de Oliveira, de 55 anos, na última sexta-feira (17), enquanto ele colocava o guard-rail e foi atingido por uma máquina na cabeça, a Prefeitura alegou em várias oportunidades que na segunda quinzena de agosto de 2021, durante a execução da etapa inicial da obra, foi identificada a necessidade de realizar o desvio dos dutos da Cutrale, pois, pela proximidade com a rede, poderia ocorrer o rompimento daquela tubulação o que poderia causar possíveis prejuízos ao meio ambiente e à indústria. Por isso, a Secretaria Municipal de Obras e Serviços realizou reunião presencial com a Cutrale, a fim de averiguar quanto à destinação da tubulação existente, bem como de apresentar o projeto de execução da nova ponte. 

Ainda de acordo com o Executivo, como resultado dos estudos, foi realizada a paralização da obra para a execução do desvio da tubulação, com prazo estimado de 90 dias, quando o Município efetuou a suspensão do contrato por 120 dias. Porém, a Cutrale antecipou a conclusão dos serviços, conforme protocolo de 20 de outubro de 2021. 

A Prefeitura informou também que, com a retomada das obras, foi providenciada a “Ocupação Temporária” em virtude de as tratativas com o particular “terem se mostrado lentas e ineficientes”. “Somente após a aplicação do poder de império foi possível a efetiva demolição da ponte. Todavia, apesar dos esforços da municipalidade em executar as obras necessárias, a retomada se deu ainda no período de chuvas, o que prejudicou em muito o andamento dos serviços. Por diversas vezes os serviços foram interrompidos por conta do volume da água que chegou ao nível da pista”, explica a Prefeitura. 

Já em março de 2022, a Secretaria notificou a empresa em virtude do ritmo da obra, a qual apresentou defesa em abril se justificando pelas dificuldades “com a pandemia, chuvas, bem como custo dos insumos em virtude da situação de guerra entre a Rússia e Ucrânia”, porém a empresa “se comprometeu, pelo período de estiagem, em se empenhar para a conclusão na maior brevidade possível”. 

Em meados de agosto do mesmo ano, como a obra não demonstrava “bom ritmo”, a empresa foi chamada pela Prefeitura e o representante afirmou que “aguardava a entrega de estacas pré-moldadas necessárias para a fundação das cabeceiras da nova ponte e para a continuidade dos serviços”. 

Já em 2023, a empresa Autem assumiu as obras e seguiu até o seu término. “Nós sofremos muito com essa obra. Cumprindo a lei, a obra foi licitada e a empresa que ganhou a licitação entrou em recuperação judicial no meio da execução do serviço. Tivemos que tomar medidas judiciais e, por fim, chamamos a próxima colocada no processo de licitação. A Autem Engenharia assumiu, uma empresa que trabalha muito para as prefeituras de toda a região, e a obra está saindo”, declarou o prefeito Edinho recentemente.

Devido à morte do trabalhador na última sexta-feira (17), o evento de entrega da ponte que estava marcado pela Prefeitura para ocorrer nesse domingo (19), foi cancelado e o tráfego de veículos e pedestres acabou sendo autorizado na tarde de sábado (18). Em nota, a Prefeitura lamentou a morte do trabalhador e alegou que em momento mais oportuno fará a atividade de entrega oficial da ponte.  

Valor da obra

A antiga ponte, que oferecia riscos, foi demolida e o novo projeto para a travessia sobre o Ribeirão do Ouro contemplou proteção da encosta com gabiões, serviços de bate-estacas, edificações dos blocos de sustentação e montagens das sete vigas estruturantes, de 26 metros lineares cada uma.

O investimento é de R$ 2,8 milhões, sendo R$ 2,1 milhões da Secretaria de Desenvolvimento Regional do Governo do Estado de São Paulo e cerca de R$ 720 mil de contrapartida do Município.

Redação

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