domingo, 1, dezembro, 2024

Prevenção de Quedas em Idosos: Um Foco na Saúde da População Envelhecida

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Luys Antônyo Vasconcelos Caetano¹
Marco Aurélio de Sousa²

Com o envelhecimento universal da população, as quedas em idosos passaram a ser um assunto de crescente interesse em saúde pública. Nesse contexto, estima-se que cerca de 30% das pessoas com idade maior que 65 anos caem pelo menos uma vez no decurso do ano e, dentro desse total, 10% sofrem lesões de maior gravidade, como as fraturas, que muitas vezes terminam em hospitalização ou até mesmo em óbito. Entretanto, no Brasil, os dados do Ministério da Saúde
indicam que as quedas correspondem a cerca de 75% das mortes acidentais em idosos.
Ademais, a maior parte das quedas está relacionada a uma combinação dos fatores intrínsecos e extrínsecos. Os fatores intrínsecos podem ser definidos como mudanças ocasionadas no próprio indivíduo, na forma da perda de força muscular, de flexibilidade e equilíbrio, e de doenças preexistentes, como hipertensão arterial e osteoporose. Além disso, alguns medicamentos podem afetar o Sistema Nervoso Central, como os sedativos e antidepressivos, destacando-se os
benzodiazepínicos, sendo o mais comumente conhecido o “Rivotril” – também contribui para o aumento do risco, pois reduzem a percepção sensorial e a coordenação motora.
Por outro lado, os fatores extrínsecos estão associados ao ambiente em que o idoso vive. Nesse cenário, pode-se citar algumas situações de risco, como pisos escorregadios, iluminação inadequada, ausência de barras de apoio e a presença de obstáculos, como tapetes e móveis mal
posicionados, aumentam significativamente a probabilidade de quedas. Dessa forma, essas condições ambientais, quando não corrigidas, podem ser decisivas para o risco de acidentes.
Nesse âmbito, também ressalta-se que a prevenção de quedas envolve uma abordagem multidimensional, integrada e integral. Por conseguinte, destaca-se os programas de exercício físico voltado ao fortalecimento muscular e ao equilíbrio, como Pilates e Tai Chi Chuan, têm mostrado eficiência na redução de até 30% do risco de quedas. Paralelamente, a adaptação do ambiente domiciliar é essencial, através por exemplo da instalação de corrimões, uso de pisos antiderrapantes
e a eliminação de tapetes soltos que podem fazer uma considerável diferença na segurança cotidiana dos idosos.
Por fim, a revisão periódica dos medicamentos utilizados por essa população é essencial, pois, a polifarmácia, comum entre idosos, pode resultar em interações medicamentosas que afetam não apenas o equilíbrio e a cognição, mas também aumentam a vulnerabilidade a quedas. Portanto, é fundamental que os profissionais de saúde estejam atentos a esses fatores e façam os ajustes necessários no tratamento dos idosos para minimizar os riscos.

Referências
● ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Envelhecimento ativo: uma política de saúde.
Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde, 2005.
● BRASIL. Ministério da Saúde. Vigilância Epidemiológica de Acidentes por Quedas em Idosos.
Brasília: Ministério da Saúde, 2020.
● PEREIRA, C. M. et al. Estratégias para Prevenção de Quedas em Idosos. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, v. 23, n. 1, 2020.
● SILVA, R. et al. Fatores de Risco e Prevenção de Quedas em Idosos: Uma Revisão Sistemática. Journal of Aging Research, v. 2021, p. 1-10, 2021.

Redação

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