A programação de quarta-feira, 22 de junho, da Semana Luís Antonio Martinez Corrêa, terá início na UNESP Araraquara com performance e mesa redonda, às 16 horas; depois, à noite, tem mais performance no Teatro Wallace Leal (19h), seguida pelo Café de Investigação no Palacete das Rosas Paulo A.C. Silva (20h). Toda a programação é gratuita e é necessária a apresentação do comprovante de vacina e obrigatório o uso de máscara durante os eventos.
A performance “Herança e Ausência: Performance Atualizante” abre a programação da quarta-feira no Anfiteatro A da Faculdade de Ciências e Letras – Câmpus UNESP Araraquara, às 16 horas, seguida pela mesa redonda “As Linguagens Radicais do Teatro no Brasil”.
“Herança e Ausência: Performance Atualizante”, com direção e concepção de Carlos Fonseca, apresenta os performers Irail Rezende, Matheus Silva e Rafaella Pucca. Dois atores, um fazendo referência à personagem Macunaíma e outro ao próprio arquétipo do artista modernista, sob os olhos e interferências de uma atriz que simboliza “Vei, a Sol”, da grande obra de Mário de Andrade, exploram a sempre controversa relação autor/personagem sob o signo da antropofagia.
Com base na complexa trilha sonora elaborada por Eliézer Santos, que mescla desde sonoridades indígenas a excertos do álbum “Araçá azul” de Caetano Veloso, passando pela canção “Róseas Flores d’alvorada”, arranjada pelo próprio Mário de Andrade e outras tantas composições herdeiras do movimento modernista, a performance termina efetivamente com o público a cobrir os corpos dos atores Irail Resende, Matheus Silva e Rafaella Pucca com palavras, termos e questões contemporâneas, estabelecendo pontes entre dois tempos de questionamentos sobre a(s) identidade(s) do Brasil.
A mesa redonda “As Linguagens Radicais do Teatro no Brasil” tem como mediadora Maria Lúcia Outeiro Fernandes e apresenta os seguintes docentes convidados: Prof. Dr. Flávio Rodrigo Penteado (Universidade de São Paulo) com “Oswald de Andrade, dramaturgo piromaníaco”; Prof. Dr. Gilberto Figuereido Martins (UNESP/Assis) com “Pagú, Patrícia, Palco, Plateia”; e Profª. Drª. Elizabete Sanches Rocha (UNESP/Franca) com “Augusto Boal e a Estética do Teatro do Oprimido”.
A abordagem da mesa passa por António de Alcântara Machado, Oswald de Andrade e Augusto Boal. António de Alcântara Machado deixou muitos artigos de jornal com estudos sobre a evolução técnica das vanguardas estrangeiras e propostas para a renovação do teatro brasileiro. Oswald de Andrade produziu peças experimentais comprometidas com o cenário político nacional, nas quais se evidencia a crítica à realidade brasileira, um dos pilares do movimento modernista; e Augusto Boal, que levou às últimas consequências as conquistas modernistas, tanto em termos de linguagem quanto em termos ideológicos, de crítica à realidade social brasileira.
“Manifesta Transpofágica” é a performance das 19 horas no Teatro Wallace Leal Valentin Rodrigues. A performer Maré Trajano, sob direção de Wendy Moretti, apresenta um grito de denúncia e um convite à reflexão das hipocrisias sociais presentes nos dias atuais. A classificação etária é de 16 anos, com retirada de ingresso gratuito com 30 minutos de antecedência.
A cantora, atriz, diretora e colunista Marina Mathey é a convidada do Café de Investigação, com início às 20 horas no Palacete das Rosas. Formada pela Escola de Arte Dramática em 2015, Marina iniciou sua pesquisa profissional interseccionando as linguagens da performance, música, audiovisual, dança e teatro.
Atualmente trabalha na criação e produção de “Boneca Pau-Brasil”, projeto que se inicia como um álbum musical e se desmembra para produtos audiovisuais e um espetáculo/show, revisando criticamente os modernismos brasileiros e discutindo sobre o extrativismo sexual e as potências de prosperidade das corpas transvestigêneres no Brasil.
· FICHAS TÉCNICAS:
Performance “Herança e Ausência: Performance Atualizante”
Direção e concepção: Carlos Fonseca
Performers: Irail Rezende, Matheus Silva e Rafaella Pucca
Edição de trilha sonora: Eliézer Santos
Performance “Manifesta Transpofágica”
Performance: Maré Trajano
Músico: Charles Araújo
Produção: Wendy Moretti