sábado, 9, novembro, 2024

Rebeca repete prata de Tóquio no individual geral

Assim como no Japão, brasileira ficou em segundo na prova que define a ginasta mais completa, atrás apenas de Simone Biles

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Na prova que determina a ginasta mais completa dos Jogos Olímpicos, a brasileira Rebeca Andrade, de 25 anos, ficou atrás apenas de Simone Biles, considerada uma das maiores atletas da história da modalidade. Nesta quinta-feira, 1 de agosto, a  norte-americana somou 59.131 após os exercícios de salto, trave, solo e barras assimétricas. Rebeca acumulou 57.932, com direito a nota mais alta que Biles nas assimétricas (14.666 contra 13.733). O bronze ficou com a também norte-americana Sunisa Lee (56.465), para quem Rebeca havia perdido o ouro na mesma prova em Tóquio. A brasileira Flavia Saraiva também disputou a final e terminou com a nona colocação.

Agora, o currículo olímpico de Rebeca Andrade passa a ter um ouro, duas pratas e um bronze: quatro pódios. Depois do título no salto e do vice-campeonato no individual geral em Tóquio (2021), a brasileira já acrescentou à bagagem de Paris um bronze por equipes e, nesta quinta, a prata novamente no individual geral.

Com as quatro medalhas, Rebeca se torna a mulher brasileira mais premiada na história do megaevento esportivo. Ela ultrapassa a levantadora Fofão, do vôlei feminino, e Mayra Aguiar, do judô, com três cada. Rebeca está na cola de Robert Scheidt e Torben Grael, da vela, atuais líderes do ranking de multimedalhistas, com cinco cada.

“É uma honra, né? Eu me sinto privilegiada diante de tantas coisas que poderiam acontecer, e tantas pessoas que poderiam ter sido escolhidas para estar aqui. Eu estou aqui, consegui, então realmente é uma honra gigantesca poder partir da porcentagem de mulheres que está cada vez mais vencendo e hoje poder trazer mais um resultado para o meu esporte, para o meu país, é incrível”, disse Rebeca à TV Globo, ao fim de sua participação.

A ginasta, contudo, ainda não encerrou o “expediente” na capital francesa. Ela ainda disputa as finais por aparelhos do salto (sábado, 3 de agosto), da trave e do solo (ambas na segunda, dia 5). Nas três, terá como uma das adversárias a americana Simone Biles.

MARCHA ATLÉTICA – O atletismo começou a trajetória nos Jogos Olímpicos com um resultado inédito. Em sua quarta participação olímpica, Caio Bonfim conquistou a prata na marcha atlética de 20 km. O brasileiro que treina em Sobradinho (DF) completou o percurso em 1h19min09s. O equatoriano Brian Pintado foi o campeão (1h18min55s) e o espanhol Alvaro Martin, bronze (1h19min11s).

“Todo mundo que um dia viu a marcha já disse: isso é estranho. Para mim, era normal, minha mãe fazia marcha. Meu pai é técnico. Ela fez índice para Atlanta (1996), teve umas mudanças de critérios e ela não foi. Quando fui para os Jogos de Londres, falei para ela: quem disse que você não foi a uma Olimpíada? E hoje, na nossa quarta Olimpíada, posso virar e falar: Somos medalhistas olímpicos”, disse Caio.

Caio é treinado pelos pais, João Sena, e pela mãe, a ex-marchadora Gianetti Sena Bonfim. Eles têm um projeto de atletismo que desenvolve a marcha atlética – o Centro de Atletismo de Sobradinho (CASO), no Distrito Federal.

Caio cansou de ouvir gracinhas e sofrer preconceito em função dos movimentos característicos da modalidade, mas seguiu em frente e se tornou a principal referência do país na história da modalidade. A medalha olímpica era o único adereço que faltava ao atleta de 33 anos. Já são duas medalhas de bronze em Mundiais e quatro medalhas (duas pratas e dois bronzes) em Jogos Pan-Americanos, além de dez títulos brasileiros consecutivos.

“Em Londres, saí de cadeira de rodas da prova. Em 2016, correndo em casa, fui quarto, na trave. Em Tóquio, terminei em 13º e hoje consegui a prata, um sabor especial. Paris agora faz parte da minha história”, completou o atleta, integrante do Bolsa Atleta há 17 anos. “Não tem como falar dos meus resultados sem falar do programa. Faz parte da minha história. É essencial para manter o padrão de treinos e competições necessários para me manter em condições de brigar pelos melhores resultados”, afirmou.

CALDERANO FAZ HISTÓRIA – Foi uma partida bem mais tranquila do que ele próprio imaginava. Na Arena Paris Sud 4, pelas quartas-de-final, Hugo Calderano precisou de 28 minutos para derrotar o sul-coreano Jang Woojin por 4 x 0 e avançar no torneio de tênis de mesa dos Jogos Olímpicos Paris 2024. É a primeira vez que um brasileiro alcança uma semifinal olímpica na modalidade. Mais do que isso. É a primeira vez que um atleta não asiático e não europeu chega entre os quatro melhores. Hugo agora encara o sueco Truls Moregard por uma vaga na decisão do torneio olímpico. A partir será a partir das 9h30 desta sexta-feira. “É muito difícil você brigar contra os melhores do mundo, contra países de tradição, mas, ao mesmo tempo, é muito gratificante se superar, quebrar barreiras. Estou feliz em alcançar as semifinais e agora quero mais”, disse o brasileiro, logo após a vitória sobre o sul-coreano.

VÔLEI FEMININO NAS QUARTAS – O vôlei feminino do Brasil está classificado para as quartas de final dos Jogos Olímpicos. A seleção venceu o Japão por 3 sets a 0 (25/20, 25/17, 25/18) nesta quinta-feira, na Arena Paris Sul, em partida válida pelo grupo B. Com uma rodada de antecedência, as brasileiras se garantiram na próxima fase. O time do técnico José Roberto Guimarães entrou em quadra concentrado e com poderio ofensivo efetivo com praticamente todas as atletas. Gabi foi o maior destaque e terminou a partida como maior pontuadora geral, com 17 pontos anotados. “Acredito muito nessa equipe. Se jogarmos com essa consistência, taticamente entendendo o que a comissão técnica passa, sabemos que nosso caminho será ainda mais longo aqui em Paris. Foram dois jogos consistentes e importantes. Mas agora o foco é na próxima partida”, disse Gabi, capitã da seleção. O próximo compromisso, ainda pela fase de grupos, será no domingo, contra a Polônia, a partir das 16h (de Brasília).

JUDÔ – Patrimônio do esporte nacional, Mayra Aguiar deu uma aula de espírito olímpico em gestos, golpes e palavras. Única tricampeã mundial de judô do país e com três bronzes olímpicos no currículo, a brasileira sentiu o gosto amargo da derrota na estreia nesta quinta-feira, em Paris. Depois de um ciclo olímpico duro, com lesões e dores constantes, Mayra ainda deu azar no chaveamento da categoria 78kg. No primeiro combate, enfrentou a atual campeã mundial, a italiana Alice Bellandi. Após uma luta equilibrada, a brasileira acabou perdendo por wazari já no golden score.

“Eu não gosto de perder nem de brincadeira, imagine em uma competição em que a gente se doa demais. Doa saúde, tempo com a família, assume dieta restrita, treina com dor. Então esse é o preço que estou pagando há algum tempo, brigando com dores e lesões. Quando acaba desta forma é muito ruim. Mas sei também que todas as vezes que doeu muito como agora eu sempre me levante forte. Quanto mais dói mais a gente se fortalece. Hoje vou sofrer e berrar, mas amanhã já estarei de pé”, disse a atleta de 33 anos, que já passou por oito cirurgias na carreira, e é integrante do Bolsa Atleta desde .

Na outra luta com brasileiro no dia, Leonardo Gonçalves foi derrotado na categoria 100kg  por Dzhatar Kostoev, dos Emirados Árabes, após levar o segundo wazari. “Eu tive condições de jogar ele de ippon, mas foi uma luta difícil. Busquei a todo tempo, não me acovardei e deixei tudo o que tinha. Mas não foi o suficiente. Agora fico à disposição da comissão técnica se precisarem de mim na competição por equipes”, afirmou o atleta de 28 anos, prata por equipes nos Jogos Pan-americanos Santiago 2023.

Redação

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