A programação do último dia da FliSol – Festa Literária da Morada do Sol, no domingo (10), começa pela manhã e segue até à noite no Teatro Municipal.
Pela manhã a programação da FliSolzinha será aberta para toda a família, com programação para crianças e adultos. Lucas Tannuri, Fabiana Abi Rached e Maria Chocolate são os autores que participam da mesa “FliSolzinha: Autores de Literatura Infantil”, às 10h, com a mediação de Edi Pereira. A partir das 11h, Lucas Tannuri, Dani Raphael e José Guilherme comandam uma oficina de Artes Visuais para crianças, Nerita Pio realiza contação de história.
No final da tarde, às 17h, será realizado o Sarau Delas & Slam Araraquara no Teatro Municipal. O Sarau Delas é um evento aberto que acontece uma vez por mês na Praça das Bandeiras para todas as mulheres de todas as idades. O intuito é apenas mulheres lerem seus textos e poemas que mais gostam, e agora com essa parceria com o Slam da Morada. O encontro será no Saguão do Teatro, antecedendo a mesa África Brasil.
“África Brasil” é a primeira de duas mesas literárias que encerram a programação da FliSol: “África Brasil” será às 18h, com as autoras: Dinha e Olinda Beja e mediação de Luana Antunes; e para encerrar os trabalhos, a mesa “Afetos” acontece às 19h, com os autores Poeta Seu Zé e Amara Moira e mediação de Dani Raphael.
Vale destacar a participação da EMD – Escola Municipal de Dança Iracema Nogueira, com duas coreografias: “A Revolução é Preta”, às 18h; e “Latinoamerica”, às 19h30, antecedendo as últimas mesas da FliSol.
Mais informações: https://flisol.com.br/edicao-2024 , http://www.facebook.com/flisol.araraquara1 , http://www.instagram.com/flisol.araraquara e http://www.araraquara.sp.gov.br .
Conheça mais os participantes das últimas mesas da FliSol:
· Mesa Literária: “África Brasil”
Autoras: Dinha e Olinda Beja. Mediação: Luana Antunes
Olinda Beja: Olinda Beja, escritora, poeta, narradora, contadora de histórias, nasceu em Guadalupe, São Tomé e Príncipe, filha de mãe santomense e pai português. Ainda criança foi enviada para Portugal onde reside atualmente. Mas um dia resolveu voltar ao seu país de origem e a partir daí assumiu a sua procura do tempo perdido.
Licenciada em Línguas e Literaturas Modernas (Português/Francês) pela Universidade do Porto, e em Literaturas Africanas pela Universidade Aberta, Diplomada pela Alliance Française em Hautes Études Françaises Modernes (Coimbra/Paris) possui ainda Formação Superior (na Suíça) em várias áreas de carácter cultural.
Percorre o mundo a fazer conferências, a contar histórias e a dizer poesia, deixando assim bem gravado nas mentes de quem a ouve o nome de S. Tomé e Príncipe. Através das suas obras muitas centenas de pessoas já visitaram as ilhas. Divulga assim a Língua e a Cultura Portuguesas e Lusófonas.
Olinda Beja tem uma vasta obra publicada (23 obras mais duas no prelo) entre poesia, romances, contos, e infanto-juvenil a maior parte dedicada à difusão da cultura e da vida do país onde nasceu mas interligando-a sempre com o país onde viveu e vive.
Sua poética traz as marcas dessa vivência e as tentativas de reconstruir, ou construir ao seu modo, a identidade. Ao mesmo tempo, a escritora celebra, na tensão entre os dois mundos, África e Europa, a festa da mestiçagem e o encontro de culturas.
Além de escrever na Língua Portuguesa as suas histórias e poesias são também “enfeitadas” com a língua materna de S. Tomé. Detentora de vários prémios literários, de distinções e de homenagens, os seus livros “À Sombra do Oká” (poemas) e “Um Grão de Café” (infanto-juvenil) fazem parte (em Portugal) do Plano Nacional de Leitura – Ler+ por um período de 10 anos.
Em novembro de 2023 dois grandes encenadores de teatro (um inglês -Graeme Pulleyn e outro brasileiro – Márcio Meirelles) puseram em cena a peça “Esse Caminho Longe” baseada na sua vida entre dois continentes.
“Olinda Beja está no espetáculo como ela está em sua própria poesia. É uma voz narrativa que não fala sobre ela, mas a partir dela, a partir da experiência dela. E, principalmente, a partir da experiência poética dela. Como ela conseguiu solucionar questões que são muito complexas para uma criança que é tirada de sua mãe terra, sua mãe cultural, sua mãe biológica e vai para um outro continente ser criada por uma outra mãe e um dia se reencontram”, explica o baiano Márcio Meirelles.
Dinha: Maria Nilda de Carvalho Mota, que assina como Dinha, é graduada em Letras pela Universidade de São Paulo e também é Mestre e Doutora em Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa, além de Pós Doutora em Literatura e Sociedade, pela mesma instituição (USP).
Dinha é autora de oito livros, a saber: De passagem, mas não a passeio (2006), Onde escondemos o ouro (2013), Zero a zero – 15 poemas contra o genocídio da população negra (2015), Das contradições do Capitalismo – ou: Metralhadora de chocolate (2017), Gado cortado em milprantos (2018), Maria do Povo/Maria Pepe Pueblo (2019), Diário do fim do mundo (2020), Horas, minutas y segundas (2022), além de ser participante de mais de uma dúzia de antologias nacionais e internacionais.
Nascida na cidade de Milagres (CE), em 1978, Dinha é poeta, pesquisadora e editora independente. É também um dos nomes mais importantes dentro do cenário da Literatura Marginal/ Periférica brasileira. De acordo com a pesquisadora Heloísa Buarque de Hollanda, em entrevista dada ao programa EntreLinhas, da TV Cultura, em 2017, Dinha seria, dali a 20 anos, a próxima mulher negra e periférica a ser homenageada pela Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP), depois de Conceição Evaristo.
Migrante, nordestina e moradora do Fundão do Ipiranga, suas obras são estudadas por pesquisadores e pesquisadoras brasileiras, europeias, estadunidenses e latinoamericanas. Entre os destaques estão seu livro de estreia, De passagem, mas não a passeio (2006), cuja primeira edição independente foi esgotada em menos de seis meses, mesmo tendo sido vendida apenas de mão em mão, e o Diário do fim do mundo (Edições Me Parió, 2020), obra de caráter testemunhal com sólida construção estética, selecionada para o acervo de bibliotecas escolares do município de São Paulo em 2021.
Artista, intelectual e militante, em 2013 fundou a Coletiva Editorial Edições Me Parió Revolução e, em 2019, foi homenageada como patrona da Academia Estudantil de Letras da EMEF Dora Cândida Pretini. Atualmente, é Diretora Pedagógica do Grupo de Extensão Universitária Periferia Livr@, da Universidade de São Paulo, trabalha como editora independente e realiza trabalhos de crítica literária, além de intervenções artísticas.
Foi jurada do Prêmio Oceanos de literatura e das Olimpíadas de Língua Portuguesa. É autora de livros didáticos, com foco em literatura, para ensino fundamental e médio.
· Mesa Literária: “Afetos”
Autores: Poeta Seu Zé e Amara Moira. Mediação: Dani Raphael.
Amara Moira: Amara Moira é travesti, feminista, doutora em teoria e crítica literária pela Unicamp e autora dos livros “E se eu fosse puta” (n-1 edições, 2023), “Vidas trans – a coragem de existir” (Astral Cultural, 2021) e “Neca: romance em bajubá” (Companhia das Letras, 2024).
Além disso, ela é colunista do UOL Esporte e da plataforma Fatal Model. Atualmente atua como Coordenadora no Museu da Diversidade Sexual, em São Paulo.
Poeta Seu Zé: Vandei Oliveira (Poeta Seu Zé), escritor, educador, agitador cultural, cearense e morador da Cidade de Suzano/SP.
Em 2016 lançou seu primeiro livro de poesia “FALO” com suas memórias poéticas-afetivas, revisitadas por questões subjetivas e influência marginal, filosófica e periférica, em 2021 seu segundo livro com o título “Ser Casa, Ninho, Asa, Passarinhos”, que traz a ousadia pretensa de poetizar um tratado sobre nossas liberdades.
Em 2019 seu livro FALO foi indicado ao 1o Prêmio Suburbano Convicto e concorreu em uma lista de 30 livros de literatura periférica lançados desde o final 1990 e em 2020 o livro participou da Feira do Livro do Porto em Portugal.
Tem poesias publicadas nas antologias independentes: “Sobrenome Liberdade”, e “O que dizem os umbigos” (ambas produções independentes, 2013), “Contos de Infância Periférica”, “Ainda bem que nos restou a poesia” (e-book) e “Poemas Antifascistas”, “Nua Palavra” e “Coletânea Lgbtqiap+ (R)existir.”
Atualmente compõe o elenco do espetáculo cenopoético “Lima e os Novos Barretos”, inspirado na vida e obra do escritor brasileiro Lima Barreto.
Atua em diversos saraus na cidade de São Paulo e região, além de promover oficinas literárias, rodas de conversas e performances poéticas em escolas, bibliotecas e espaços públicos, escreve diariamente em sua página do Instagram @poetaseuze, poesias curtas de resistência, abordando temas latentes em debate na sociedade.