Dr. Felipe de Oliveira
Em vinte e dois de agosto de 2024 nossa amada Araraquara completa 207 anos de existência.
Terra de Ignácio de Loyola, Herbert Richers, Zé Celso, Careca, Lauro Chaman, Maria Heloísa Penteado, Liniker e que forneceu os ares de inspiração para Mario de Andrade eternizar Macunaíma. Quantas pessoas e obras mais poderíamos citar como oriundas de nossa Aracoara.
Dia de parabenizar seu povo honesto e trabalhador. Dia de saudar os contemporâneos e reverenciar os antepassados, que construíram o alicerce da nossa Morada.
Dentre eles, uma saudação especial àqueles que edificaram a cidade, sua economia e sua arquitetura, sem qualquer contraprestação pelos seus serviços: os escravizados.
Cada gota de seu sangue, suor e lágrima formou a massa que uniu os tijolos desta cidade. Embora menções e homenagens não sejam suficientes para reparar esta gritante falha histórica, Araraquara se orgulha de ter sido a primeira a destrancar as travas dos livros que registraram o período da escravização.
Fez eclodir a verdade segredada nas estantes dos Cartórios. Permitiu identificar quem enriqueceu à custa alheia e quem fora acorrentado. Lançou luz sobre o anonimato.
Se não bastasse, os filhos da Morada do Sol transformaram essa revelação em uma compilação denominada “A História Comprovada: fatos reais e as dores da escravização araraquarense”.
Obra que transcendeu os limites do município, as divisas do Estado e as fronteiras nacionais. Lançada oficialmente na Assembleia Legislativa de São Paulo, no Congresso Nacional e objeto de longa reportagem no Jornal Nacional. Acessada em mais de 50 (cinquenta) países em sua versão digital (e-book). Mais uma vez, Araraquara é pioneira. Pioneira em resgatar a história, para que o futuro possa ser diferente. Pioneira em buscar a justiça social.
Que neste dia Araraquara comemore reconhecendo e lembrando daqueles e daquelas que nos antecederam.