terça-feira, 26, novembro, 2024

Audiência expande projeto de inclusão de jovens negros e negras no mercado de trabalho para todo o interior de São Paulo

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O Ministério Público do Trabalho (MPT) realizará na próxima segunda-feira (27/09), às 15 horas, uma audiência coletiva, tendo o apoio do Núcleo Negro da Universidade Estadual Paulista (UNESP) para Pesquisa e Extensão, com mais de 200 empresas localizadas em diferentes cidades do interior de São Paulo, com o objetivo de conscientizá-las sobre a importância da diversidade racial no ambiente empresarial. A iniciativa integra o “Projeto de Inclusão de Jovens Negros e Negras no Mercado de Trabalho”, que consiste em um trabalho estratégico do MPT de articulação com empresas e parceiros institucionais em busca da igualdade de oportunidades.

As empresas convidadas para participar da audiência coletiva, que será realizada na modalidade telepresencial, têm sede nos 24 municípios onde existem campi da UNESP, tais como Araçatuba, Araraquara, Bauru, Botucatu, Franca, Itapeva, Guaratinguetá, Presidente Prudente, Marília, Ourinhos, Rio Claro, São José do Rio Preto, São José dos Campos, Sorocaba e outros.

O “Projeto de Inclusão de Jovens Negros e Negras no Mercado de Trabalho” decorre de um trabalho realizado em âmbito nacional pela Coordenadoria Nacional de Promoção da Igualdade de Oportunidades e Eliminação da Discriminação no Trabalho (Coordigualdade). A ideia de iniciar um projeto para sensibilizar os gestores empresariais de todo o país veio a partir da análise das estatísticas levantadas por instituições como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo o estudo “Desigualdades Sociais por Cor e Raça no Brasil”, divulgado em 2019 pelo IBGE, a população negra representava a maior parte da força de trabalho no país (54,9%) em 2018. A proporção de pretos e pardos correspondiam a cerca de dois terços das pessoas desempregadas (64,2%) e das que trabalhavam menos horas do que gostariam ou poderiam (66,1%). A pesquisa apontou que os negros são os que mais sofrem com a informalidade: em 2018, 47,3% das pessoas ocupadas pretas ou pardas estavam em trabalhos informais, enquanto este percentual para os brancos era de 34,8%. Uma pesquisa do IBGE mais recente, de 2020, apontou que a população preta foi a que mais sofreu com a desocupação durante a pandemia de Covid-19 (17,8%).

Uma pesquisa realizada pelo instituto Ethos mostrou que os negros ocupam apenas 4,9% das cadeiras nos Conselhos de Administração das 500 maiores empresas em faturamento do Brasil. Entre os quadros executivos, eles são 4,7%; na gerência, apenas 6,3% dos trabalhadores são negros.

“A análise dos dados revela a grande disparidade que existe no mercado de trabalho brasileiro na questão étnico-racial. O MPT defende os interesses sociais, dentre eles, a igualdade e a não discriminação, por isso, tomou a iniciativa de implementar o projeto no interior de São Paulo e litoral norte paulista, através da interlocução social na promoção e efetivação desses direitos”, afirma a procuradora e coordenadora regional da Coordigualdade, Danielle Olivares Correa.

Audiência coletiva – A audiência coletiva com mais de 200 empresas deriva de um procedimento promocional (PROMO) instaurado em 2020, com o objetivo de dar efetividade ao projeto nacional de inclusão de profissionais negros e negras também no interior de São Paulo. O encontro servirá para expor os objetivos estratégicos da iniciativa e buscar a adesão dos participantes, com o objetivo de alcançar uma efetiva implementação de políticas de equidade étnico-racial dentro das suas operações.

O “Projeto de Inclusão de Jovens Negros e Negras no Mercado de Trabalho” teve início na 15ª Região em setembro de 2020, a partir de audiência coletiva realizada pelo MPT com representantes de 30 empresas da cidade de Campinas, também com a participação de representantes de universidades, OAB, sociedade civil organizada e entidades de movimentos negros.

Redação

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