No último sábado (17), Araraquara deu um importante passo na luta contra o abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes. A Caminhada pelo Combate ao Abuso e à Exploração Sexual Infantojuvenil mobilizou dezenas de pessoas, que se concentraram na Praça Santa Cruz e seguiram em direção ao Parque Infantil pela Rua Nove de Julho, carregando não só cartazes e faixas, mas também um apelo coletivo por justiça, proteção e respeito à infância.
O ato marcou as ações do Maio Laranja no município e antecede o 18 de maio, Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. A data foi instituída em memória de Araceli Cabrera Sánchez Crespo, uma menina de apenas oito anos, sequestrada, violentada e assassinada em 1973, em Vitória (ES). O crime brutal permanece impune e se tornou símbolo da luta por uma infância segura e livre de violência.
Autoridades locais participaram do evento, entre elas o prefeito Dr. Lapena, representando a Câmara Municipal, a vereadora Fabi Virgílio, o vice-presidente da Câmara, Michel Kary, a secretária de Direitos Humanos, Jessyca Alencar, e o secretário de Desenvolvimento Econômico, Leandro Guidolin.
A vice-prefeita e secretária de Desenvolvimento Social, Meire Laurindo, emocionou os presentes ao reforçar a importância do enfrentamento coletivo ao abuso infantil.
“Proteger nossas crianças é um compromisso inegociável. Cada um de nós tem a responsabilidade de estar atento, de denunciar, de cuidar. Agradeço a presença de todos e, em especial, à vereadora Fabi Virgílio, que abraça essa causa com a Câmara Municipal. Esta luta não é só do poder público, é de toda a sociedade”, afirmou Meire Laurindo.
O trajeto da caminhada terminou no Parque Infantil, onde a equipe da Secretaria de Desenvolvimento Social montou um ponto de apoio com materiais informativos, orientação de profissionais como assistentes sociais e psicólogas, além de atividades lúdicas para crianças e adolescentes, como as tradicionais bolinhas de sabão – símbolo da campanha Maio Laranja.
O abuso sexual de crianças e adolescentes é uma violência que muitas vezes se esconde no silêncio, na vergonha e na impunidade. Mas o silêncio protege o agressor, não a vítima. Por isso, denunciar é fundamental. Qualquer suspeita pode ser comunicada anonimamente pelo Disque 100 ou diretamente ao Conselho Tutelar da cidade.
Essa caminhada não foi apenas uma ação simbólica, mas um chamado urgente à consciência coletiva. Cada passo dado ali representou um compromisso renovado: o de vigiar, proteger e garantir que nenhuma criança precise carregar sozinha o peso de uma violência que jamais deveria existir. Que Araceli não seja esquecida. E que nenhuma outra criança tenha seu futuro roubado pelo medo e pela dor.
Denuncie. Proteja. Lute. Porque toda criança tem o direito de crescer em paz.