O valor médio da cesta básica em Araraquara apresentou aumento de 2,72% no mês de fevereiro. O conjunto de itens, que em janeiro custava R$ 844,62, passou para R$ 867,56 no período – um encarecimento de R$ 22,94, como aponta a pesquisa mensal do Núcleo de Economia do Sincomercio Araraquara.
Os produtos que ficaram mais caros no mês foram: batata (38,0%), alho (12,49%), ovos brancos (12,19%), queijo muçarela (9,93%) e feijão carioca (8,13%). Já as maiores quedas foram encontradas na farinha de mandioca torrada (-8,17%), na salsicha avulsa (-5,63%), na carne de primeira – contrafilé (-4,53%), no frango resfriado inteiro (-2,73%) e no molho de tomate (-2,25%).
Quanto aos grupos de produtos, o que registrou maior elevação percentual em fevereiro foi o de limpeza doméstica, que registrou alta de 5,61%, seguido pelo de alimentação (2,6%) e higiene pessoal (1,86%).
Conforme o estudo, a batata inglesa apresentou a maior variação percentual pelo segundo mês consecutivo. Icaro Zancheta, pesquisador do Sincomercio Araraquara, explica as motivações do resultado. “Esse aumento segue relacionado aos problemas climáticos, especialmente as chuvas, que afetam a produtividade e atrasam a colheita, e também à alta no custo dos insumos para a produção da cultura.”
Já o aumento que mais impacta o bolso do consumidor é o da carne de segunda – acém -, que elevou o custo da cesta analisada em R$ 8,45. Por outro lado, o preço da carne de primeira – contrafilé – contribuiu para uma redução de R$ 7,12 no valor dos produtos avaliados. De acordo com a CONAB, entre as principais causas estão a baixa oferta de animais disponíveis para o abate e o retorno das exportações de carne bovina para a China.
Variação e comparação com o salário mínimo
Em 12 meses, a variação acumulada para o custo total da cesta foi de 12,26%. Os produtos com maior elevação entre fevereiro de 2021 e janeiro deste ano foram: café torrado moído (94%), açúcar refinado (45%) e batata inglesa (31,5%). Já o arroz branco (-17,7%), o leite em pó integral (-10,5%) e a cebola (-8,9%) foram os itens que apresentaram maior variação negativa no período.
O café segue liderando os aumentos de preços nos últimos 12 meses. Segundo a CONAB, isso se deve à restrição da oferta do produto no mercado interno, influenciada pela redução na produção em 2021, pela demanda exportadora aquecida e pelo período de entressafra.
Já entre as quedas, o destaque vai para o arroz. “Após ter sido um dos itens mais inflacionados no início da pandemia, hoje o arroz passa por um processo de excedente de oferta, causado pelo menor volume comercializado, tanto no Brasil, como no mercado externo”, analisa Zancheta.
Atualmente, o custo médio da cesta básica em Araraquara representa 71,58% do salário mínimo. O valor é 1,89 ponto percentual acima do registrado no mês anterior, de 69,69%, e 1,32 ponto percentual acima do indicado no mesmo mês do ano anterior, quando (em fevereiro de 2021), o valor da cesta básica correspondia a 70,26% do salário mínimo vigente à época. Já em fevereiro de 2020, período anterior à pandemia, os itens consumiam 58,83% do salário mínimo do araraquarense.
Portanto, para adquirir os produtos da cesta, o trabalhador que recebe o piso nacional vigente de R$ 1.212,00, precisou dedicar aproximadamente 157 horas e 29 minutos em fevereiro. Essa jornada é superior ao mês anterior, janeiro, quando eram necessárias 152 horas e 35 minutos de trabalho para comprar a mesma quantidade de itens.