O Centro de Operações de Emergência em Saúde Pública para Dengue e outras Arboviroses (COE) realizou, nesta quinta-feira (15), seu segundo encontro, reunindo representantes de diversas secretarias e setores da administração pública. O foco foi a atualização dos dados da dengue no município, a avaliação das ações já implantadas e o reforço das estratégias articuladas entre diferentes áreas da gestão para o enfrentamento da epidemia.
Durante a reunião, foi apresentado o cenário atualizado da dengue. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, entre janeiro e abril, mais de 179 mil residências foram vistoriadas. Os bairros Centro e Vila Xavier concentram o maior número de casos. Até o momento, o município registra 13.570 casos confirmados, com 13 internações. Outros 1.413 exames seguem em análise, 30 tiveram resultado inconclusivo e 3.330 foram descartados.
A vacinação contra a dengue segue abaixo do esperado, com apenas 8,16% do público-alvo completamente imunizado. Este grupo é formado por 13.964 crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos, dos quais apenas 1.139 receberam as duas doses. Em relação à primeira dose, 3.692 doses foram aplicadas, correspondendo a 26,44% do total previsto.
Durante o encontro, o prefeito Dr. Lapena reforçou o empenho das equipes e a importância da união entre as secretarias no combate à doença. “Vejo o quanto nossos servidores estão se dedicando para conter essa epidemia, seja na prevenção, no combate aos focos ou no tratamento. Infelizmente, ainda não se encontrou uma forma de eliminar o mosquito. Enquanto isso, seguimos firmes, e parabenizo todos os envolvidos pela seriedade com que atuam”, afirmou o prefeito, que também chamou a atenção de parte da população e empresários que ignoram notificações e mantêm áreas com criadouros. “A maioria dos focos está em imóveis abandonados, terrenos baldios e casas fechadas. Muitos são notificados, multados e, mesmo assim, não tomam providências. Precisamos reforçar o apoio do Ministério Público para garantir que essas propriedades sejam cuidadas”, completou, citando a existência de Termos de Ajustamento de Conduta (TACs) firmados com imobiliárias.
O secretário municipal de Saúde, Dr. Abelardo Ferrarezi, anunciou a mudança no horário de funcionamento do Dengário, que passará a atender das 7h às 19h, a partir desta sexta-feira (16). “Essa alteração foi possível graças à estabilização dos atendimentos e à queda no número de casos graves. O serviço seguirá funcionando até a alta do último paciente. Lembramos que todos devem apresentar documento com foto e, se tiverem, o cartão de acompanhamento”, explicou.
A subsecretária de Vigilância em Saúde, Alessandra Nascimento, destacou os resultados positivos das ações intersetoriais implantadas após a primeira reunião do COE, que tiveram impacto direto na redução de novos casos. “Apesar de termos ultrapassado os 13 mil casos, observamos uma redução significativa nas notificações. Contudo, seguimos em alerta com a circulação do sorotipo 3, que pode causar novos surtos. Ainda temos uma parcela da população suscetível. As ações articuladas entre as diferentes áreas da administração pública foram fundamentais para o resultado que estamos alcançando, e precisamos manter esse esforço conjunto”, alertou.
Mesmo com a chegada do clima mais frio, quando normalmente há uma redução nos casos, as autoridades reforçam que o mosquito Aedes aegypti segue ativo mesmo neste período, exigindo a continuidade das ações de eliminação de criadouros e o envolvimento da população.
Prevenção segue como prioridade
A vacinação permanece disponível para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h, nas Unidades Básicas de Saúde, e das 8h às 15h, na unidade do Sesa. É necessário apresentar documento com foto e carteira de vacinação. O esquema prevê duas doses com intervalo de três meses, sendo que jovens que já tiveram dengue devem aguardar seis meses para iniciar a imunização.
Outro ponto debatido foi a efetividade do fumacê. Especialistas alertaram que a aplicação de inseticida tem eficácia limitada, já que a fumaça não alcança locais onde o mosquito costuma se esconder, como debaixo de camas, dentro de móveis e atrás de cortinas. Além disso, o método representa um impacto ambiental desnecessário. A medida mais eficaz continua sendo a eliminação dos criadouros.
A orientação permanece clara: eliminar qualquer acúmulo de água parada é essencial para conter a proliferação do mosquito. A responsabilidade é coletiva, e o envolvimento da população segue sendo decisivo para superar este momento crítico.