sexta-feira, 22, novembro, 2024

Emef José Roberto Pádua de Camargo é entregue reformada e ampliada

Em solenidade realizada nesta sexta-feira (18), prefeito Edinho entregou a obra que foi uma prioridade eleita no Orçamento Participativo

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Uma solenidade realizada na manhã desta sexta-feira (18) marcou a entrega das obras de reforma e ampliação da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) José Roberto Pádua de Camargo, no Jardim Dom Pedro I, demanda eleita no Orçamento Participativo. A unidade escolar atende 228 alunos e foi municipalizada em 2012, sendo a primeira escola de tempo integral da rede municipal.

A solenidade teve início com apresentações artísticas realizadas pelos alunos da escola, sob o comando das professoras Anabel Patrícia Sanches Raschemus e Érica Tatiane Zambone. Além disso, o ato foi marcado por uma homenagem aos familiares do patrono da escola, o professor 

José Roberto Pádua de Camargo.

O prefeito Edinho elogiou a escolha da região no OP e agradeceu a presença da família do professor na cerimônia. “Estamos aqui, na semana do aniversário de Araraquara, fazendo um balanço da importância da participação popular, que é o Orçamento Participativo. Quando o povo fala, o povo não erra, e o povo tem dito que educação é prioridade na cidade de Araraquara. E estamos aqui recuperando a memória de um professor negro, que efetivamente mostrou para nós que é possível vencer o racismo, vencer o preconceito, e por meio da superação, propiciar que hoje nós tenhamos muitos e muitos negros no processo educacional, que tenhamos muitos e muitos negros estudando música, que tenhamos muitos e muitos negros sendo referência cultural em nossa cidade. Estamos recuperando hoje uma das figuras mais emblemáticas da história de Araraquara e estamos aqui, nos 206 anos da cidade de Araraquara, mais uma vez fazendo justiça histórica ao professor José Roberto Pádua de Camargo”, ressaltou.

O presidente da Câmara Municipal de Araraquara, Paulo Landim (PT), valorizou a obra. “A comunidade escolar da Emef José Roberto Pádua de Camargo certamente está radiante. Este é um momento especial de transformação, de crescimento, e um momento que reflete o poder de colaboração e o compromisso com a educação e o bem-estar das nossas crianças e jovens”, enalteceu.

A secretária da Educação, Clélia Mara dos Santos, comentou que a entrega da obra fortalece o objetivo de levar cada vez mais qualidade ao processo educacional. “É com muita alegria que essa cidade recepciona hoje, pertinho dos seus 206 anos, a entrega dessa obra que ficou tão bonita, dessa escola que cuja energia pulsante tem que fazer valer o direito de todos de desfrutar aquilo que temos de melhor, de mais criativo, de mais humano, de perseguir os caminhos em encontro do conhecimento, que muda a nossa vida e a vida de todo mundo”, pontuou.

A sociedade civil foi representada na solenidade pelo presidente do Conselho de Escola, Rosinei Marcos dos Santos. “Queremos agradecer por essa reforma na nossa escola, que só pôde acontecer pela votação dos pais e da comunidade. Estamos muito lisonjeados pelo trabalho do Orçamento Participativo, pois a nossa escola ficou muito bonita e maravilhosa”, opinou.

A diretora da escola, Iclar Bessi, enalteceu a mobilização da região para a realização das obras na escola. “As pessoas dessa comunidade escolheram por meio do Orçamento Participativo o que julgaram ser a maior riqueza para essa comunidade. Escolheram investir em educação, e como resultado dessas escolha consciente, temos essa escola de educação integral, que acolhe em seus seio, todos os dias, os filhos da classe trabalhadora, com o objetivo claro de que a formação desses alunos e dessas alunas seja para gerar autonomia, solidariedade e competência, para o pleno desenvolvimento humano e o preparo para o exercício da cidadania”, salientou.

Climene Camargo, filha do patrono José Roberto Pádua de Camargo, lembrou do pai e se mostrou agradecida pela homenagem. “Patrono é aquele que luta ou defende uma ideia e o meu pai era assim, uma pessoa que lutava por suas ideias. Meu pai era um sonhador e sonhava com um mundo melhor. Ele nasceu em 1926 e daqui a três anos completaria um centenário. Morreu muito jovem e mesmo nesse curto tempo mostrou coisas maravilhosas e mostrou como cair e se levantar. Todos vocês, crianças que estão aqui, caem, têm dificuldades, dificuldades na família, na escola e na sociedade, que é uma sociedade injusta, racista, xenofóbica, mas todos vocês têm que aprender a se levantar. E se levantar com força e com orgulho”, destacou.

Também marcaram presença na cerimônia os vereadores Alcindo Sabino (PT), Carlão do Joia (Patriota), Edson Hel (PPS), Fabi Virgilio (PT), Filipa Brunelli (PT) e Gerson da Farmácia (MDB); o vice-prefeito e secretário municipal de Trabalho, Desenvolvimento Econômico e Turismo, Damiano Neto; a secretária de Desenvolvimento Urbano, Sálua Kairuz Poleto; o secretário de Obras e Serviços Públicos, Sérgio Pelícolla; a secretária de Saúde, Eliana Honain; o secretário de Governo, Donizete Simioni; o secretário de Trânsito, Transportes e Mobilidade Urbana, Nilson Carneiro; o secretário de Cooperação dos Assuntos de Segurança Pública, coronel João Alberto Nogueira Júnior; a secretária de Assistência e Desenvolvimento Social, Jacqueline Barbosa; a ouvidora geral do Município, Fernanda Fegadolli Nascimento; o coordenador executivo de Participação Popular, Renato Ribeiro; a presidente do Fundo Social de Solidariedade, Cidinha Silva; a presidente do COP, Sandra Catanzaro; os familiares de José Roberto Pádua de Camargo: Benedito Rosendo Pádua de Camargo (irmão), Edna Fernandes (cunhada), Elaine e Antonio (sobrinhos), e demais parentes e amigos.

A obra

A obra contou com o investimento de R$ 2.073.336,87 via Finisa (financiamento junto à Caixa Econômica Federal), com a obra executada pela empresa Tecnocon Engenharia e Construções.

A unidade escolar passou por reforma geral e adequações do prédio existente com substituição de piso cerâmico e vinílico, revisão da instalação hidráulica, revisão da instalação elétrica, pintura geral da edificação, substituição de revestimento cerâmico, revisão das esquadrias metálicas, substituição das portas de madeira, implementação de elementos de acessibilidade (rampa, guarda corpo e corrimão) e adequações gerais (cozinha, lavanderia, despensa, depósito, sanitários masculino e feminino); ampliação do edifício com a construção de salas de aula, sala de informática, sala de relações, sala de jogos, sanitário masculino e feminino e para pessoas com deficiência; adequação da área externa com execução de sistema de drenagem, acerto do piso externo, construção de rampas para acesso à quadra poliesportiva; paisagismo e remodelação do parque com brinquedos de madeira.

José Roberto Pádua de Camargo

José Roberto Pádua de Camargo nasceu em 21 de junho de 1926 em Araraquara. Filho de Guilherme Pádua de Camargo, motorista de táxi na Praça Santa Cruz, e Laura Gomes Camargo, aos 9 anos começou a estudar música, tendo como mestre e amigo o maestro José Tescari, e por meio do violino se tornou um excelente músico. Estudou na Escola Antônio José de Carvalho e no Colégio São Bento Araraquara.

Quando moço, fazia serenatas nas noites de boemia e frequentava bailes da cidade. Cursou o Conservatório de Canto Orfeônico Maestro Julião, em Campinas, onde se tornou professor de música. Lecionou música no Conservatório Municipal de Araraquara e no Colégio Diocesano, em São Carlos. Casou-se com Cleya Apparecida de Souza, com quem teve duas filhas, Climene Laura e Célia Regina. Em 1960, com a ajuda da esposa, abriu seu próprio conservatório na cidade de São Paulo (Núcleo de Ensino Santa Cecília).

Em 1964, quando o país passava por grandes mudanças políticas, se viu obrigado a fechar seu conservatório. Acabou voltando para Araraquara e ingressou na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Araraquara (hoje Unesp) como supervisor de almoxarifado; à noite cursava a Faculdade de Direito de Araraquara. Sua paixão pela música fez com que retomasse o ensino como professor de Educação Artística (deu aulas nas escolas de 1º e 2º graus da rede estadual). Mais tarde, na década de 80, se tornou maestro regente do Conjunto Instrumental Araraquarense e do Conjunto Instrumental de São Carlos. Faleceu aos 62 anos, em fevereiro de 1989.

Redação

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