sexta-feira, 22, novembro, 2024

Hackathon traz conhecimento e tecnologia para jovens da cidade

Evento internacional contou com a presença de Mariéme Jamme, tecnóloga britânica de origem senegalesa, que teve seu trabalho premiado pelo Unicef

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Araraquara sediou, neste sábado e domingo, 11 e 12 de novembro, o Hackathon Coding the Future: DIO + iamtheCODE, um evento internacional de tecnologia que ofereceu uma oportunidade gratuita para jovens a partir de 18 anos da região se apoiarem no uso de ferramentas de inteligência artificial para construírem soluções tecnológicas que contribuam para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, sendo eles: Educação de Qualidade; Trabalho Decente e Crescimento Econômico; Redução das Desigualdades; Indústria, Inovação e Infraestrutura ou Ação Contra a Mudança Global do Clima. A atividade foi realizada na sede da DIO Araraquara, no Centro.

O destaque do encontro foi a presença de Lady Mariéme Jamme, tecnóloga britânica de origem senegalesa, que atua em prol de meninas em situação de vulnerabilidade social para se tornarem programadoras, em um trabalho que já foi premiado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

O evento foi realizado pela DIO, plataforma open education de tecnologia com sede em Araraquara, em parceria com o iamtheCODE, organização global em prol do investimento em educação para impulsionar o desenvolvimento sustentável de mulheres e meninas em situação de vulnerabilidade social. O objetivo foi gerar conscientização e visibilidade para grupos de diversidades na tecnologia, criando um ambiente mais inclusivo e equiparável e abrindo espaço para discussões de como a Inteligência Artificial pode colaborar para um mundo mais sustentável.  

Iglá Generoso, CEO da DIO e organizador do evento, falou sobre a importância de difundir as novas tecnologias entre os jovens. “Segundo o Fórum Econômico Mundial, mais de um bilhão de trabalhos no mundo serão transformados até 2030 e o grande desafio é que as pessoas conheçam essas tecnologias que vão ajudá-las. Um advogado pode usar a inteligência artificial para tornar o seu dia a dia mais eficiente, assim como qualquer pessoa que trabalha pode levar isso para seu dia a dia e transformar sua vida”, comentou.

Para integrar o desafio, foram selecionados 60 participantes divididos em grupos de cinco pessoas pelos organizadores do evento. Cada grupo foi mentorado por Mariéme Jamme, que também é fundadora do iamtheCODE na África, e teve a oportunidade de apresentar a sua solução para uma banca avaliadora composta por experts na área. A inscrição foi gratuita e os grupos vencedores receberam prêmios financeiros.

A convidada

Empresária britânica de origem senegalesa, Mariéme Jamme é uma tecnóloga premiada e pioneira na mudança de sistemas, além de ser uma jovem líder global do Fórum Econômico Mundial. Ela enfrentou consideráveis dificuldades durante sua infância e não teve uma educação formal até os 16 anos, quando aprendeu por conta própria a ler e escrever.

Em setembro de 2017, ela se tornou a primeira mulher negra a receber o Prêmio de Inovação no Global Goals Award 2017 da Unicef e da Fundação Bill e Melinda Gates, como uma Goalkeeper, pelo seu trabalho na promoção dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, apoiando jovens mulheres e meninas globalmente, bem como governos. Em 2017, integrou a lista das 100 mulheres mais inspiradoras do mundo da BBC do Reino Unido e foi nomeada duas vezes na UK Powerlist, como uma das 100 pessoas mais influentes do Reino Unido de origem africana e caribenha. Em 2018, Mariéme Jamme tornou-se embaixadora da indústria do Inspiring Digital Enterprise Award (iDEA) e é membro da Academia do prestigiado Global Teachers Prize. Mariéme também é membro do conselho de diretores da Fundação World Wide Web, fundada por Tim Berners-Lee, inventor da Web, e é a primeira mulher senegalesa a ter chegado ao Polo Norte.  

O iamtheCODE

Fundado por Mariéme Jamme, o iamtheCODE é o primeiro movimento global liderado por africanos, com o objetivo de mobilizar governos, empresas, fundações filantrópicas, investidores e sociedade civil. O objetivo é apoiar meninas e jovens mulheres marginalizadas para que tenham acesso à educação em STEAMD (Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes, Matemática e Design). Sua meta é capacitar globalmente 1 milhão de jovens mulheres e meninas socialmente vulneráveis a se tornarem programadoras até 2030. O iamtheCODE também é uma organização reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Sobre a DIO

Fundada em 2018, a DIO é a primeira plataforma open education brasileira que tem como objetivo democratizar o conhecimento em desenvolvimento de software e tecnologias exponenciais para acelerar a formação de mais de 5 milhões de talentos digitais, conectando-os com grandes oportunidades que potencializam o desenvolvimento socioeconômico regional. Atualmente o ecossistema da startup conta com mais de 1 milhão de profissionais de tecnologia, mil instituições de ensino, dois mil embaixadores, 500 experts e mais de mil empresas conectadas por meio dos programas educacionais.

Projetos desenvolvidos

O evento distribuiu premiação financeira para os grupos melhores colocados na disputa. O grupo campeão recebeu R$ 7.500, dividido igualmente entre os integrantes da equipe, sendo o valor individual de R$ 1.500. O projeto campeão foi Tia Ada, uma inteligência artificial com atendimento via Whatsapp, gratuito, com foco em educação sexual para meninas adolescentes. O projeto colabora com a meta ODS 5 (igualdade de gênero).

O segundo colocado recebeu R$ 3.750 (valor individual de R$ 750) com o projeto QualiHealth, que é focado em auxiliar os agentes de saúde pública a mapear de uma forma digital casos de incidências de epidemias e doenças transmissíveis. Os dados seriam disponibilizados em forma de gráficos para tomadas de decisões inteligentes. A iniciativa colabora com a meta ODS 3 (boa saúde e bem-estar).

O terceiro colocado ficou com R$ 2.500 (valor individual de R$ 500) com o projeto do aplicativo SheSafe, que é voltado para pessoas denunciarem casos de roubos e assédios em tempo real. Os dados seriam compilados e notificariam aos orgãos públicos responsáveis para reforço da segurança, colaborando com a meta 5 (igualdade de gênero).

Além do cartão pré-pago, cada integrante premiado recebeu uma licença de DIO Global por seis meses.

Redação

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