O empresário Saul Klein, sócio majoritário da Ferroviária S/A, foi acusado de estupro e aliciamento por 14 mulheres. A grave denúncia foi divulgada nessa terça-feira (22) pela colunista Mônica Bergamo, no jornal Folha de São Paulo.
De acordo com a denúncia, o herdeiro do fundador das Casas Bahia teria praticado os crimes em festas que teriam sido realizadas na casa dele em Alphaville, bairro nobre dos municípios de Barueri e Santana de Parnaíba.
As denúncias são apuradas pelo Ministério Público de São Paulo, que determinou que o empresário, de 66 anos, entregasse seu passaporte à Justiça e o proibisse de ter contato com as denunciantes. As investigações são mantidas em segredo de Justiça em um inquérito policial aberto na Delegacia de Defesa da Mulher de Barueri. Klein já havia sido alvo de uma acusação de exploração sexual por uma menor de idade, porém o inquérito foi arquivado pela polícia em julho.
Ainda segundo a publicação, a defesa do empresário afirmou que ele não cometeu os crimes apontados pelas vítimas e que as acusações são infundadas pelo fato de ele ser um ‘sugar daddy’, ou seja, uma pessoa que possui fetiche em sustentar financeiramente mulheres jovens em troca de afeto e sexo. O advogado André Boiani e Azevedo, que defende Saul Klein, afirma ainda que seu cliente é “vítima de um grupo organizado que se uniu com o único objetivo de enriquecer ilicitamente às custas dele, através da realização de ameaças e da apresentação de acusações falsas em âmbito judicial, policial e midiático”. Segundo ele, a relação com as mulheres nem sempre era sexual, mas quando acontecia era consensual. Ele afirma que o empresário dava presentes a elas, porém nunca fez pagamentos e não participava da negociação, que era tratada pela agência, que também se responsabilizava por verificar as idades de todas as garotas para que fossem maiores.
Azevedo relata que, desde o ano passado, Klein vem sofrendo ataques com o objetivo de chantageá-lo desde que parou de adquirir o serviço da empresa que lhe apresentava as mulheres, por desconfiar que os seus proprietários estavam tentando extorqui-lo. “Várias dessas pessoas já conseguiram se aproveitar dele em outras oportunidades, causando-lhe prejuízo milionário, e estavam acostumadas a essa situação. Quando perceberam que esse tempo acabou, passaram a difamá-lo publicamente”, completou Azevedo.
As vítimas são defendidas pela advogada Gabriela Souza, que afirmou que só se manifestará em janeiro. Os relatos das vítimas foram recolhidos na Ouvidoria da Mulher do Conselho Nacional do Ministério Público, que encaminhou o conteúdo para o MP-SP. O despacho da Justiça citou informações elencadas pela promotoria. “Segundo o requerimento, todas as mulheres acima foram vítimas de aliciamento sexual. Eram procuradas por aliciadores em redes sociais e outros canais, informadas falsamente de que havia interesse na contratação delas por parte de uma empresa e conduzidas a uma apresentação, a título de teste, para o requerido Saul”, aponta o texto.
“Nesses eventos, que podiam contar com 15 a 30 moças, elas tinham que se exibir o tempo todo de biquíni e submeter-se a atividades sexuais com o requerido Saul, inclusive de modo humilhante e a contragosto. Também podiam ter que ingerir droga, permanecer trancadas em um quarto por um dia inteiro e aceitar se submeter a consultas com médicos ginecologista e cirurgião plástico, respectivamente, para cuidar das persistentes e reiteradas doenças sexualmente transmissíveis que as acometia e de outras enfermidades que apresentaram, bem como receber aplicações de botox ou outros tratamentos destinados a prepará-las para as sessões com o requerido Saul”, diz ainda o texto do despacho.
Saul Klein comprou 51% das ações da Ferroviária S/A no final do ano passado, passando assim a ser o sócio majoritário do time araraquarense.
Foto: O Imparcial