Nos bastidores da política araraquarense, cresce a percepção de que o vice-presidente da Câmara Municipal, vereador Michel Kary (PL), estaria rompendo com a base de apoio ao governo municipal. A movimentação, ainda não confirmada oficialmente, vem sendo observada nas últimas sessões da Câmara, onde o parlamentar tem adotado posicionamentos divergentes em votações consideradas estratégicas para o Executivo.
Segundo fontes próximas ao Legislativo, Kary teria demonstrado desconforto com algumas pautas e pressões políticas vindas da administração, optando por seguir uma linha mais independente. O vereador, no entanto, nega qualquer rompimento formal e afirma que sua prioridade continua sendo as demandas reais da população.
Em nota, ao ser questionado, Michel Kary declara que mantém seu mandato voltado ao interesse coletivo. “Eu continuo direcionando o meu mandato para pautas de real interesse da população, e votando de acordo com as demandas da cidade. Não pautarei meu mandato por interesses individuais ou disputas políticas. A população está cansada e não merece esse tipo de conduta. No mais, continuo na base considerando as pautas importantes para a população”.
O parlamentar ressaltou ainda que divergir de aliados não significa romper politicamente, mas exercer o papel democrático que o cargo exige. “Da mesma forma que aceito opiniões, acredito que a liberdade para discordar de aliados faz parte da democracia. Não podemos abaixar a cabeça para erros de gestores só porque estamos no mesmo campo político. Isso é importante e bom para a cidade”, afirmou Kary, em nota.
Apesar das declarações, a avaliação entre colegas e observadores políticos é de que Michel busca consolidar uma postura de maior autonomia e independência, o que pode alterar o equilíbrio interno da Câmara nos próximos meses.
Para aliados do governo, o posicionamento do vice-presidente seria apenas um gesto de distanciamento momentâneo, fruto de divergências pontuais. Já entre os opositores, cresce a leitura de que Michel estaria se preparando para uma atuação mais crítica, especialmente diante de temas sensíveis que devem ser votados ainda este ano.
Enquanto isso, Michel mantém o discurso de equilíbrio e coerência, reforçando que sua atuação seguirá pautada pelo interesse público, mesmo que isso signifique divergir do governo em determinados momentos.
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