Neste domingo (02), uma missa com o Bispo Dom Luiz Carlos Dias será celebrada no Cemitério dos Britos, às 10 horas, para marcar a inauguração do Memorial dos Britos, em uma realização das Secretaria de Cultura e de Obras e Serviços Públicos. O Memorial conta a história de Rosendo de Souza Brito e seu tio Manuel Joaquim de Souza Brito, personagens importantes da história de Araraquara e que dão nome ao cemitério. A cerimônia também marca a entrega das obras da ala religiosa do local (reforma da Capela São Manoel, reforma da Sala de Ex-votos e construção do Espaço Ecumênico).
O Memorial dos Britos é um espaço onde a história emblemática poderá ser revista por meio de placas informativas. São 8 placas que ficam em um espaço que forma um caminho ao lado da Sala de Ex-votos. As placas contam o contexto da história dos Britos, além das biografias de Rosendo de Souza Brito e seu tio Manuel Joaquim de Souza Brito, em texto assinado pela secretária municipal da Cultura, Teresa Telarolli.
“O Memorial dos Britos tem como proposta oferecer elementos para que as pessoas conheçam mais, tanto do contexto em que se deram os assassinatos quanto das histórias pessoais de Rosendo e Manuel de Souza Brito”, explicou Teresa. “Esta é uma história que por décadas era contada sob a perspectiva de uma narrativa tendenciosa, que retratava uma versão construída a partir dos interesses dos grupos dominantes e, portanto, pouco fiel aos fatos. Agora, com o Memorial, além da recuperação histórica, temos a oportunidade de dar voz àqueles que foram invisibilizados em vida e detratados na morte”, pontuou a secretária.
Vale destacar que a Sala de Ex-votos, inaugurada em 1953, foi construída para abrigar os objetos trazidos pelos devotos dos Britos em agradecimento às graças alcançadas. A obra da sala foi doada por Oscar Tirolla e família.
Já a Capela São Manoel, um “lugar sagrado” já que está construída sobre os túmulos de Rosendo e Manuel de Brito, teve a sua missa de inauguração realizada em 22 de junho de 1952, há quase 72 anos. A capela foi construída por Raphael Narvais Penha entre os anos de 1945 e 1952.
Para as reformas e obras destes locais, os serviços implicaram: reforma geral das edificações do cemitério com construção de velório, instalação de esquadrias de alumínio e de ferro, instalação de sistemas hidráulico e elétrico, instalação de pisos e revestimentos, revisão e instalação de cobertura e plantio de vegetação. Lembrando que ainda há obras em andamento com a construção do velório e dos blocos administrativo e de serviços.
O cemitério – O Cemitério dos Britos conta com 6.390 sepulturas distribuídas em áreas de concessão e públicas e foi, em 2021, que recebeu oficialmente este nome, pois antes era denominado “Cemitério das Cruzes”. O cemitério surgiu durante o surto de febre amarela que ocorreu em Araraquara em meados de 1895, mas ficou popularmente conhecido a partir de 1897 quando se tornou o destino final de Rosendo de Souza Brito e seu tio Manuel Joaquim de Souza Brito, que naquele ano foram brutalmente assassinados em praça pública.
A partir das histórias de graças alcançadas por meio dos Britos, eles foram alçados à condição de milagreiros. No Dia de Finados, anualmente, o Cemitério dos Britos passou a receber milhares de fiéis em romaria, além daqueles que vinham pagar promessas, preenchendo a Sala dos Milagres com ex-votos, cartas, velas e flores regados de fervor e gratidão. Foi assim que o povo mais sofrido eternizou a memória de Rosendo e Manuel, fazendo prevalecer a cultura da paz e da solidariedade diante do horrendo assassinato.
O Cemitério dos Britos está localizado na Av. Antônio Honório Real, 412, no Vale do Sol.
SERVIÇO:
Missa com bispo diocesano Dom Luiz Carlos Dias
Local: Cemitério dos Britos (Av. Antônio Honório Real, 412 – Vale do Sol)
Data: domingo (02 de junho)
Horário: 10 horas