Célia Pires/Colaboração
Se você pudesse resgatar ou reviver um momento em relação ao Natal, o que você resgataria? Questionada sobre o assunto, a presidente do MEA (Mulheres Empreendedoras de Araraquara), Neia Castagini responde: “Um natal com minha mãe Aurea, já falecida. Eu resgataria aquele momento da família reunida, pois isso não tem preço”.
Hoje, apesar da grande perda, Neia entende que cada um de nós, seres humanos, temos uma missão nesta Terra, então celebra com os que estão aqui. “É muito precioso a gente olhar para os que estão aqui, ter gratidão pelo momento que eu passei, por exemplo, com a minha mãe, mas celebrar com o que estão é uma dádiva também”.
Já o engenheiro aposentado, Akio Kussumi, conta que antigamente na época que seus pais moravam no Japão, não se comemorava o Natal. “A comemoração era só na passagem do ano. Quando chegaram ao Brasil vieram com contrato para trabalhar em uma fazenda de café. “Segundo dizem, o meu pai trabalhava no Japão prestando serviço para o governo como empreiteiro, comandando um grupo de funcionários e estava sobrevivendo bem. Como ele era ambicioso e soube que no Brasil tinha muita terra resolveu vir ao Brasil para conseguir ter bastante terra. Foi trabalhar de colono para cumprir o contrato, porém conseguiu convencer o capataz da fazenda, comprou terra e mudou para morar na mata onde construiu sua moradia. Nasci na casa de barro com coluna de madeira lavrado no machado que meu pai construiu. Fui criado nesta casa até 12 anos. Aí foi o começo da vida aqui no Brasil. E da comemoração do Natal também”, conta ele, acrescentando que resgataria seu tempo de menino, pois o maior presente era ter sua mãe que sempre o incentivava a estudar. “E para mim, o Natal, data comemorativa que simboliza o nascimento de Jesus Cristo, pode e deve acontecer todos os dias e não somente dia 25 de dezembro, basta colocar em prática os ensinamentos que ele deixou”.
E muita gente conta que se pudesse resgataria um tempo em que o Natal não era uma data tão comercial.” A gente esperava ansiosamente chegar o Natal e com ele a parentada, que, muitas vezes, vinha de longe e era uma grande alegria” ressalta o agente de viagens, Paulo Giordano, que acrescenta que Natal é celebrar Jesus, seus ensinamentos de paz, o amor e perdão.
Para muitos, o Natal causa nostalgia, pois relembra momentos de farto afeto e de sentimentos verdadeiros. “Sobre o Natal, os melhores foram os últimos, antes da morte de meu pai, Getúlio, em 2018. Enquanto eu pude, eu estive ao lado dele, de minha mãe Wanda e de minhas tias Amariles e Telma, já muito idosos. Fui muito feliz e abençoada porque pude estar presente como filha e sobrinha, demonstrando zelo e amor por eles”, conta com emoção a jornalista, Sônia Cassoli. “Os almoços de Natal que passamos juntos eram feitos na casa de minhas tias. Minha mãe andava muito pouco, mas íamos de carro e levávamos sua cadeira de rodas para melhor conforto. Meu pai assava parte de uma leitoa e minha tia fazia um clássico da família de sobremesa – o escorregadinho -, que era o delicioso pudim de maria mole. Agora, resta a saudade. Mas, se ela existe, é porque houve muito amor entre nós”.