O prefeito Edinho sancionou na segunda-feira (5) a lei que denomina “Professor Matheus Henrique de Souza Santos” a nova sede do Cursinho Popular, localizada na Avenida Feijó, nº 1033, no antigo Arquivo Municipal (esquina com a Rua Expedicionários do Brasil, a Rua 8), no Centro.
A lei foi aprovada pela Câmara Municipal e proposta pelos vereadores Fabi Virgílio (PT), Guilherme Bianco (PCdoB) e Luna Meyer (PDT). O nome do prédio do cursinho homenageia o administrador público e professor Matheus Santos, que foi eleito suplente de vereador pelo PDT nas eleições de 2020. Matheus foi uma das vítimas da Covid-19 e faleceu aos 30 anos de idade, em março deste ano.
“É uma homenagem muito justa. Matheus foi aluno do Cuca, cursinho popular que é uma parceria da Prefeitura de Araraquara com a Unesp, e sempre defendeu a educação pública como um direito. O cursinho popular democratiza as oportunidades, oferece a possibilidade de acesso ao ensino superior”, disse Edinho.
“Criado no Selmi Dei, ele cresceu com muita sensibilidade social, amadureceu politicamente e intelectualmente e, mesmo jovem, construiu uma linda trajetória na defesa de uma sociedade justa e igualitária. Agora, meninos e meninas em busca de sonhos vão frequentar a sede do cursinho popular que leva o nome do Matheus”, complementou Edinho.
Marisa Demarzo, que era esposa de Matheus Santos, destacou momentos pessoais e profissionais vividos pelo marido. “Matheus dedicou a maior parte de sua vida contribuindo para sua cidade, de diferentes maneiras, e merece todas as homenagens e reconhecimentos. Fez amigos, aprendeu e ensinou muito em apenas 30 anos”, afirmou.
Mãe de Matheus, Antônia Santos, emocionada, também falou sobre o filho e agradeceu a homenagem. “Jamais imaginei que participaria de uma homenagem ao filho que partiu. Que saudade. Que orgulho de ver sua história presente num local da Educação. Que orgulho de ter você como filho, irmão, neto, sobrinho, tio, companheiro, pai, amigo. Que orgulho de você”, disse Antônia.
Além de Edinho, dos vereadores autores da homenagem e de Marisa e Antônia, também estiveram presentes o presidente da Câmara Municipal, Aluisio Boi (MDB), e o vereador Emanoel Sponton (Progressistas); as secretárias Clélia Mara dos Santos (Educação) e Amanda Vizoná (Direitos Humanos e Participação Popular); os coordenadores Anderson Morfy (Participação Popular) e Renato Ribeiro (Direitos Humanos); a assessora especial de Políticas para Juventude, Steyce Chaves; a gestora de projetos dos Cursinhos Populares, Giovana Lopes; Ana Bárbara Tsivum e Laura Costa, representando o cursinho Cuca/Unesp; e outros familiares de Matheus Santos: José Luiz (pai), Bela (irmã), Ana Carolina (irmã), José Carlos (tio), Irani (tia) e Ana Laura (sobrinha).
Trajetória
Matheus Henrique de Souza Santos era de Araraquara, nascido e crescido no Selmi Dei. Era administrador público, mestre em Ciências Sociais pela Unesp (FCLAr) e estava na fase final do doutorado em Política Científica e Tecnológica na Unicamp. Trabalhou como professor de Contabilidade, Contabilidade Pública e Economia Brasileira na Unesp de Araraquara, em empresas e como consultor em projetos.
Desde a juventude, ele teve atuação destacada nos movimentos sociais de nossa cidade, com passagem pela União Municipal dos Estudantes Secundaristas de Araraquara (Umesa), União Estadual dos Estudantes de São Paulo (UEE-SP) e pelo Centro Acadêmico de Administração Pública da Unesp (Caap).
Em 2020, como dirigente do PDT, foi candidato a vereador, obtendo expressiva votação e ficando como 1º suplente.
Matheus foi estudante e defensor da escola pública, entendia a Educação como ferramenta de transformação da realidade e do futuro da juventude. Era um grande otimista da educação popular e dos cursinhos públicos, lutando por sua ampliação e territorialização.
Foi aluno do Cuca, Cursinho Popular da Unesp, que, em parceria com a Prefeitura de Araraquara, coloca-se como uma das mais longevas e importantes políticas públicas do município.
Matheus Santos faleceu em 30 de março de 2021, aos 30 anos, vítima da Covid-19, doença que ele mesmo alertava dos riscos em suas redes sociais — ele se somava às vozes que pediam pelo distanciamento social e pela vacinação em massa.