Thiago Pires
Araraquara-SP, fundada em 1817, tem uma trajetória marcada por seu desenvolvimento econômico e cultural. Inicialmente voltada para a agricultura, com o café desempenhando um papel central, expandiu sua economia ao longo do século XX. Alavancado por setores como o alimentício, têxtil, químico e metalúrgico, transformou-se em um importante polo industrial do estado de São Paulo, refletindo melhorias em saúde, educação e renda. A cidade se tornou um centro microregional, influenciando municípios vizinhos e centralizando serviços essenciais, além de se destacar culturalmente, o que é uma consequência direta desse desenvolvimento.
Entretanto, a cidade não é uma ilha e assim como todos municípios brasileiros, enfrenta desafios graves, especialmente nos serviços públicos e infraestrutura. A situação resulta de grande parte dos recursos municipais ser desviada, através da União que está sequestrada pelos banqueiros, para o pagamento de juros e dívidas que beneficiam o sistema financeiro. Enquanto isso, os investimentos necessários em áreas fundamentais, como saúde, educação, saneamento e moradia, ficam cada vez mais escassos.
Nenhum prefeito é capaz de resolver os problemas da população local isoladamente, as migalhas que caem da mesa da burguesia não permitem mudanças significativas, ainda mais em um período de deterioração total do regime. Não se trata de uma questão de saber gastar o dinheiro, mas sim de enfrentar os banqueiros que abocanham metade de tudo que o país arrecada. O golpe de 2016 contra Dilma Rousseff aprofundou ainda mais este problema, garantiu aos banqueiros o Teto de Gastos através de Michel Temer e o controle do Banco Central com o governo de Jair Bolsonaro.
Apesar disso, assim como o governo Lula, a esquerda parece não ter aprendido lição alguma e novamente buscou a conciliação com os inimigos do povo nestas eleições, assim o Partido da Causa Operária se apresenta como a única candidatura de esquerda na eleição. Além de utilizar as eleições burguesas como uma tribuna para denunciar seu caráter antidemocrático, o PCO realiza a propaganda de seu programa e disputa a consciência dos setores oprimidos.
Para o partido, a situação do município só irá mudar como resultado de grandes mobilizações por todo país e da formação de conselhos populares. Como dito há quatro anos, a situação não pode ser transformada sem derrotar o golpe de 2016 e o governo paralelo que os banqueiros estabeleceram. O PCO conclama os trabalhadores, mulheres e negros a se unirem em suas fileiras por um governo popular da cidade e do campo.