sexta-feira, 22, novembro, 2024

Sessão da Câmara acirra clima entre vereadores

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Adriel Manente

A 103ª sessão da Câmara Municipal nessa terça-feira (8) aqueceu os ânimos dos parlamentares do legislativo araraquarense. A discussão mais acalorada da noite foi protagonizada entre os vereadores Tenente Santana (MDB), presidente da Casa, e o Dr. Elton Negrini (PSDB). O tema da discórdia era o mesmo das sessões passadas, a nomeação do ex-vereador Aluísio Braz, o Boi, ao cargo de ouvidor da Câmara, nomeação feita por Tenente Santana. Além disso, houve troca de farpas entre os vereadores Rafael de Angeli (PSDB) e os vereadores petistas, Thainara Faria e Paulo Landim. Discussão motivada pela fala do vereador tucano na semana passada no pequeno expediente, que levou uma raquete mata-mosquito e um repelente para fazer críticas quanto à situação da dengue em Araraquara. Por fim, o vereador Edio Lopes (PT) criticou o Dr. Negrini novamente por ir armado à Câmara, como já havia feito nas sessões passadas.

Nomeação de Boi rende inquérito no MP
Um dos primeiros a falar no pequeno expediente, o Dr. Elton Negrini informou que foi ao Ministério Público na semana passada pedir a suspensão da nomeação de Aluísio Braz, o Boi, ao cargo de ouvidor da Casa. Segundo ele, a acusação é de improbidade administrativa. O vereador ressaltou que o pedido foi aceito pela promotoria do MP, que abriu inquérito para investigar o caso. Para legitimar sua ação, Negrini mostrou uma matéria do Jornal O Imparcial de 2013, para provar que não é a primeira vez que a Câmara entra em ação no MP contra uma decisão da prefeitura. “Não precisa ficar de mimimi”, justificou. Ele ainda citou um problema em um bar do Mercadão, que foi fechado, em que ele mesmo atuou.

Tenente Santana responde em bom tom
Em resposta ao vereador Negrini, o presidente da Câmara rebateu a acusação de improbidade administrativa. “É constitucional e estou dentro da lei. Além disso, foi aprovada por unanimidade em 2017 uma lei municipal, inclusive pelo Dr. Negrini, que dá plenos poderes ao presidente da Casa”. Durante seu discurso, por várias vezes o vereador emedebista elevou o seu tom de voz para se defender, mostrando seu desconforto com a situação. “Estou sendo perseguido”, afirmou.

Ele admitiu que, caso a justiça decrete que tenha que se mudar o ouvidor, o fará sem problemas. “Nunca, na história dessa Casa, um vereador foi ao MP sem dialogar”. Constrangido, o vereador repetiu por várias oportunidades, “o senhor me respeite” e finalizou com termos policiais. “Eu vou continuar em QAP (na escuta) e QRV (pronto para agir)”, concluiu o vereador que foi aplaudido pelos presentes no plenário.

Mais uma crítica recorrente
O vereador Edio Lopes (PT) também usou seu tempo no pequeno expediente para tecer críticas ao Dr. Negrini. Críticas essas que são recorrentes há pelo menos duas sessões. O tema de novo é o fato do Dr. Negrini permanecer armado nas sessões. O petista pediu respeito ao tucano.

Mais clima quente
Outro assunto que rendeu bate-boca entre os parlamentares, como não podia deixar de ser, foi a dengue. Na semana passada, o vereador Rafael de Angeli fez uma brincadeira no palanque do plenário levando para seu discurso uma raquete mata-mosquito e um repelente para criticar o governo. O fato não passou despercebido pela vereadora Thainara Faria (PT). Ausente na última sessão por estar viajando aos EUA, a parlamentar disse ter acompanhado pela internet a última sessão. “Não adianta fazer teatro com raquete, Araraquara não é só dengue”, relatou a vereadora. Ela também alfinetou o vereador Dr. Negrini. “Não sabia que aqui podia falar de algo que não tem nada a ver com a função”.

Resposta tucana
Citado indiretamente por Thainara, Rafael de Angeli tomou a palavra para mais uma vez tecer duras críticas à administração pela situação de epidemia de dengue que a cidade vive e disse que sempre usará o seu tempo para defender o povo. “Eu uso a raquete e o repelente sim, e se tiver que trazer para todos os vereadores, vou trazer sim”, ressaltou. De Angeli lembrou ainda da fala do vereador Paulo Landim (PT) na última semana. “Eu fui chamado de moleque e me mandaram trabalhar no circo, ou seja, me chamando de palhaço. Queria dizer que o chamado de palhaço aqui não foi só para mim, foi para você que, assim como eu, sofre com essa epidemia”, afirmou o vereador, que se lembrou do ex-vereador Buchechinha, que também foi citado pelo petista.

Toma lá da Cá
Depois foi a vez de Paulo Landim se defender. “Quero afirmar que respeito muito os artistas circenses e profissionais de circo, o que não se pode é fazer piada com a saúde pública”, rebateu. O vereador, líder do governo no legislativo, falou que todas as medidas de combate ao mosquito estão sendo tomadas, lembrando dos mutirões, fumacês e uso de drones. “A prefeitura está fazendo a parte dela, temos que fazer a nossa também”, concluiu.

Redação

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