Sinsaúde completa 87 anos e reforça a defesa dos trabalhadores da saúde

Representando profissionais de hospitais, clínicas e laboratórios privados e filantrópicos em 172 cidades do interior de São Paulo, o Sinsaúde reúne mais de 80 mil trabalhadores, sendo 35 mil associados

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O jornal O Imparcial entrevista Edison Laércio de Oliveira, presidente do Sinsaúde – Sindicato dos Trabalhadores da Saúde de Campinas e Região, entidade que no dia 28 de outubro completa 87 anos de atuação.

Para “estar sempre próximo dos trabalhadores”, a entidade mantém 18 sedes regionais, entre elas a subsede de Araraquara, que também atende Ibitinga, Tabatinga, Borborema, Nova Europa e Novo Horizonte. Nesta região, a diretoria é presidida por Luciana Medeiros, com Paulo Gonçalves Junior e Valdir José da Silva (Amado) como diretores.
Segundo Edison, “renovamos totalmente a diretoria do Sinsaúde na região, tornando-a mais representativa e próxima dos trabalhadores”. Além de fortalecer a presença sindical, a entidade investe em atendimento jurídico, convênios de benefícios e estruturas de lazer voltadas aos associados.
No sábado, 25, o Sinsaúde realiza um evento comemorativo pelos 87 anos, reunindo dirigentes, associados e familiares em uma celebração marcada pela história e pela união da categoria.

O Imparcial – O Sinsaúde completa 87 anos. Como começou essa história?
O sindicato foi fundado em 28 de outubro de 1938 por 20 trabalhadores que se uniram em Campinas para lutar por direitos que nem existiam na época. O Sinsaúde participou da criação da CLT, do salário mínimo, da redução da jornada de trabalho e da conquista da jornada de 36 horas semanais. Também lutamos pelo piso por função e pelo feriado da categoria.

O Imparcial – Haverá comemoração pelos 87 anos?
Sim. No sábado, 25, teremos festas em várias cidades. Em Araraquara, o evento será no Rotary Clube, com associados e familiares. Será um momento de confraternização e de comemorar a nova diretoria da subsede que está ativa e pronta para atender os trabalhadores da saúde da região. Cada regional sorteará dois vouchers para cinco dias no Clube de Campo e Pesca, que o Sinsaúde mantém em Panorama.

O Imparcial – Como foi o resultado da Campanha Salarial 2025?
Foi positiva. Encerramos as negociações em setembro, com reajustes que superaram o INPC em várias cidades. Em Novo Horizonte e Borborema tivemos 5,32%, e no Hospital Cairbar Schutel, 6%. Conseguimos também manter todos os direitos e benefícios conquistados ao longo dos anos.

O Imparcial – Quais conquistas mais se destacaram?
Principalmente o vale-alimentação, com reajustes acima da inflação: 16,6% em Borborema, 15,2% em Ibitinga e 12,5% em Itápolis e Tabatinga. Também preservamos direitos históricos, como o adicional noturno de 40%, a jornada especial e o feriado da categoria em 12 de maio.

O Imparcial – Como é estruturado o atendimento do Sindicato?
Temos a sede central em Campinas e 18 regionais. Além da atuação sindical, oferecemos serviços jurídicos (trabalhista, previdenciário, cível e penal), convênios diversos, colônias de férias em Peruíbe e Praia Grande e clubes de lazer em Hortolândia e Panorama.

O Imparcial – O adoecimento entre os profissionais da saúde tem aumentado?
Sim. Pesquisas apontam que quase 30% dos profissionais da saúde têm doenças como hipertensão, ansiedade e depressão. A sobrecarga e a precarização do trabalho são grandes causas. Nosso Sindicato atua na defesa das normas que protegem o trabalhador, como as NRs 1, 15 e 32, e fiscaliza as condições nos hospitais por meio do nosso departamento de segurança no trabalho.

O Imparcial – Os diretores estão preparados para atender tantas demandas?
Sim. Todos são oriundos da categoria e recebem constante capacitação, além de terem o suporte de 84 diretores e da estrutura da sede central que mantém profissionais especializados para darem esta sustentação a todas as regiões.

O Imparcial – A violência contra profissionais da saúde tem aumentado. Por quê?
Infelizmente, sim. Falta investimento, estrutura e valorização. Durante a pandemia fomos chamados de heróis, mas o cenário ainda é de sobrecarga. O paciente chega fragilizado e, muitas vezes, desconta no trabalhador. É preciso melhorar as condições de trabalho e os protocolos de atendimento para evitar situações de conflito.
Estamos iniciando uma campanha – Saúde sim. Violência não. – que visa conscientizar a população que os trabalhadores da saúde estão nos estabelecimentos contribuindo com a saúde de todos e não são responsáveis pelas falhas no sistema. Queremos reduzir os atos de violência contra os trabalhadores, uma vez que eles têm aumentado muito no estado de São Paulo atingindo os profissionais que são a linha de frente da assistência tanto no setor público quanto privado e filantrópico.

O Imparcial – Quais são os principais desafios do Sinsaúde daqui pra frente?
Edison – Continuar fortalecendo a representatividade, ampliar a base de associados e lutar pela valorização dos profissionais da saúde. Nosso foco é conquistar melhores condições de trabalho e ampliar os benefícios sociais. Também queremos investir em formação sindical e comunicação para estarmos cada vez mais próximos da categoria.

O Imparcial – Como tem sido o diálogo com as empresas e com o poder público?
Edison – O diálogo é constante. Buscamos sempre a negociação como caminho, mas também firmeza na defesa dos direitos. Temos mantido conversas com representantes do governo e das instituições hospitalares para garantir respeito aos acordos e avançar nas pautas da categoria.

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