quinta-feira, 21, novembro, 2024

Árbitra araraquarense está entre as melhores do estado de São Paulo

Carolina de Freitas Mendes foi premiada pela Federação Paulista de Futebol no melhor trio de arbitragem da Série A4

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A árbitra Carolina de Freitas Mendes foi condecorada na última segunda-feira (13), no Vitória Hotel, em Campinas, com a premiação de melhor trio de arbitragem do Campeonato Paulista da Série A4. A cerimônia, realizada por meio de uma parceria entre Federação Paulista de Futebol (FPF), Sindicato dos Atletas e o Portal Futebol Interior, premiou os melhores atletas, técnicos e árbitros da competição.
Na solenidade, Carolina foi premiada no melhor trio de arbitragem da Série A4. Ela recebeu o prêmio de melhor assistente da competição ao lado de Anna Beatriz Scagnolato, enquanto Caio Carvalho Pereira foi o melhor árbitro. Com seu desempenho na competição, ela já está escalada para integrar o grupo das 28 melhores árbitras do estado de São Paulo na intertemporada que começa em junho.

A araraquarense falou sobre o sentimento ao receber a premiação. “Ser reconhecida no meio de tantos é muito gratificante, uma emoção que raramente sentimos, uma explosão de sentimentos. É acreditar desacreditando do momento, um sentimento único. É entender que estou indo no caminho certo, que em meio de tantas situações, de alguma forma estamos fazendo diferença. É saber que todos os dias é preciso melhorar e evoluir em algum aspecto. Agora minhas expectativas são concretizar essa confiança que foi depositada, mostrar que realmente estou disposta a fazer o meu melhor em tudo o que for me designado e continuar trabalhando firme e forte para que possa aparecer novas oportunidades de crescimento e reconhecimento. Almejar sempre mais e conquistar lugares que ainda não cheguei”, frisou.
Carolina de Freitas Mendes tem 29 anos e é a primeira árbitra mulher de Araraquara a ser escalada em competições da FPF. A menina da Vila Xavier tomou gosto por esportes e pela arbitragem desde criança e praticava diversas modalidades. A vocação para o apito e a bandeira está no sangue, já que o pai, Rogério de Freitas Mendes, 51 anos, um dos árbitros mais conhecidos de Araraquara, que também teve passagem pela FPF.
Ela ajudava o pai em campeonatos do Clube Náutico Araraquara desde os oito anos de idade, começando como gandula, depois mesária. Aos 14, ela assistiu a primeira palestra sobre arbitragem, com o professor Antônio Cláudio Ventura no Clube Náutico, em parceria com a Associação de Árbitros e Eventos Esportivos de Araraquara (AAEEA), que é presidida pelo seu pai. Na ocasião, ela pôde aprender mais sobre a psicologia da arbitragem, como lidar com atletas, torcida, entre outros temas relevantes da área. Aos 15, ela fez em Matão um curso com Wilson Luiz Seneme, ex-árbitro e atual presidente da Comissão de Arbitragem da Confederação Brasileira de Futebol, e a partir daí ficou apta a apitar jogos de futebol. Passou a apitar jogos aos 16 anos. Carolina também teve uma passagem pelo time feminino da Ferroviária como zagueira, entre os 15 e os 18 anos. Ela ainda trabalhou como pizzaiola, jardineira, motoboy e servente de pedreiro, sempre conciliando com a arbitragem.

Rogério, pai de Carolina, falou sobre os desafios que enfrentou na profissão e destacou o momento que fez a diferença na vida da filha. “Me formei árbitro em 1996. Quando eu fiz o curso, pagava um salário mínimo de mensalidade, além das passagens para ir a São Paulo toda semana. Era doído, mas venci, graças a Deus. Em 2018, o prefeito Edinho conseguiu trazer para Araraquara o curso de árbitros da Escola de Árbitros Flávio Iazzetti, da FPF. Foi uma ação muito inteligente do Edinho porque essa foi a primeira vez que esse curso foi realizado no interior e isso facilitou muito. A Carolina prestou o concurso, ela teve uma das melhores notas e a Fundesport concedeu uma bolsa para ela seguir em frente. Com isso, ela estudou na mesma escola que eu me formei, custeada pela Prefeitura e sem o custo da viagem. Por isso, a escola de arbitragem na cidade foi uma iniciativa transformadora do Edinho”, contou o pai, que exerceu a função de árbitro até 2002, quando encerrou a atividade por não conseguir conciliá-la com o comércio que tinha na época.

Rogério fala do orgulho de ter uma filha que seguiu seus passos. “É muito gratificante ver que estamos encaminhando os filhos. Eu tenho três filhos: o Rogério, que é formado em direito, a Fernanda, se formando em odonto, e a Carolina, que seguiu meus passos na arbitragem. Esse é o meu orgulho, que não é de ver um filho bem, mas de ver os três filhos bem. Eu me considero uma pessoa vencedora por isso. No caso dela, o orgulho é saber que a missão está cumprida, que sua filha seguiu seus passos. Orgulho é saber que ela está voando. Estou dando todo apoio para que ela continue e vença. Eu plantei a sementinha, ela plantou a sementinha e agora ela já está colhendo os frutos. É gratificante ver seu filho receber o prêmio, não pelo prêmio em si, mas pelo reconhecimento pelo trabalho bem feito. tenho orgulho da minha filha por ela ser honesta, por ser trabalhadora, por ter competência e foco no que está fazendo e por eu ver um futuro brilhante para ela. Quero enfatizar que nós de casa, eu, minha esposa Lilian, que não é mãe dela, mas sempre a tratou como filha, e a Fernanda, irmã dela, estamos muito orgulhosos dela”, acrescentou. 

Redação

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