Célia Pires/Colaboração
O ator Thiago Manzoni nasceu em Araraquara no dia 10 de abril de 1986. Perdeu seu pai para o câncer e com menos de 5 anos foi junto com seu irmão mais novo morar com sua tia e avó paterna. “Minha tia sempre gostou de assistir novelas e quando terminava o jornal era sagrado assistir à novela”.
De família humilde, desde os seus 7 anos já sonhava em ser ator. O pequeno via as cenas e se encantava com as histórias que via na telinha. Outra coisa que o deixava fascinado era a possibilidade de contar várias histórias.
Com nove anos começou a frequentar a igreja católica do bairro e a fazer pequenas apresentações nas missas e festas da igreja. Aos 14 anos, conversando com um amigo descobre o NAC (Núcleo de Artes Cênicas – do Sesi Araraquara). O diretor do teatro era Álvaro Dias. No teatro do Sesi suas experiências começavam a ter forma e ter contato com o verdadeiro mundo da arte. Fez amigos, ganhou experiência e com 3 peças apresentadas pelo NAC viajou para São Paulo apresentando a peça “Por um triz”, “A trajetória de Pedro” e “A escolha”, que falava sobre gravidez na adolescência. Chegou a se apresentar para o então ministro da Saúde, José Serra, para mostrar o motivo da baixa natalidade nas adolescentes naquela região, mesmo sem um programa governamental.
No ano seguinte, Thiago começa a estudar no Seminário de Agudos, no interior de São Paulo.
No primeiro ano no seminário seu tio morre e logo um ano depois sua avó, com medo, ele volta para a família. O tempo passa e já com 18 anos não gosta da realidade que o cerca. Uma amiga acaba o convidando para participar do concurso “Garota e Garoto Morada”, ele vence. Logo depois volta para o teatro, porém agora com as obrigações de trabalho e estudos, ele não consegue dar conta do teatro e começa a achar que essa vida não é para ele. Logo após ser dispensado dos serviços militares é chamado para trabalhar na rádio da cidade, uma experiência que não durou muito.
Perdendo a memória
Aos 21 anos, trabalhando como motoboy, sofre um acidente e perde parte de sua memória. Com isso muito do que sabia ou que as pessoas falavam que ele sabia, foi apagado, mas a vontade de estar nos palcos era enorme e chegou a mandar seu material para participar da competição que vinha escolher Caio Castro como ator na rede Globo.
Quando tinha 22 anos chega em Araraquara Edyr Moraes, um magnífico produtor de moda, que realizou alguns desfiles no shopping Jaraguá. Com isso foi convidado para integrar os produtores e embarcou para São Paulo. Passou um ano vivendo de alegrias e tristezas. “Dormi na rua, e nas noites frias entrava debaixo de algum carro para não morrer de frio.”
Com intuito de ser alguém e vencer, Thiago volta pra casa e recomeça sua jornada, trabalhando como auxiliar de cozinha em um restaurante árabe na cidade, mas isso não dura muito tempo e com currículo na mão sai pra procurar e acaba trabalhando na Livraria Nobel, onde também conheceu sua esposa. Com 2 anos de relacionamento e com um filho a caminho, ele já sabe que era a arte que ele almejava e vai pra São Paulo para seguir sua carreira. “Passei 4 meses sem conseguir nenhum trabalho como ator. Comecei a trabalhar como barman, fazer figuração em comerciais e a entender como funciona a indústria da arte e com colegas de profissão comecei a encontrar meus espaços. Começou a surgir oportunidades como comerciais da Skol, Danone, Bobs, e com isso um convite para participar da minissérie da Heloísa Perissé, “A segunda dama”, e o segundo comercial do Bobs”.
Porém, nesse momento sua sogra fica muito doente e vem a falecer. Sua esposa com depressão volta para Araraquara e Thiago acaba voltando com ela para acompanhar e apoia-la, e acaba passando um ano em depressão trancado em seu quarto sem conseguir trabalhar, estudar ou viver. Com o amor de sua esposa e filho, volta para o teatro com amigos da cidade, Marcela Barbosa, Gustavo Aragoni, entre outros. Quando surgiu a oportunidade de mandar seu material para O2, produtora de filmes do diretor Fernando Meirelles, que dispensa apresentações, a mesma estava produzindo “Pico da Neblina”.
E ele enviou seu vídeo teste para a produtora, mais ou menos 6 meses depois recebe o convite para um teste, onde infelizmente não passou, porém seu perfil se encaixa em outro personagem “Paulo Nunes do tráfico.” Uma participação despretensiosa, mas com a continuidade da série a personagem, ganhou cenas e falas, dando sentido a muita coisa que acontece na série. – Pico da Neblina, que conta a história da Biriba “Luis Navarro”, um traficante que encara a mudança na legislação brasileira, que legaliza o uso da maconha recreativa no Brasil, Salim “Henrique Santana” é o amigo de Biriba que caminha no crime, enquanto seu amigo procura uma forma “honesta” de viver a vida. A trama se passa em uma São Paulo fictícia e na segunda temporada retrata os problemas e conflitos que provavelmente existiriam caso a legalização chegasse. A segunda parte dessa história começa dia 3/de julho na HBO e HBOMAX.
Sobre a série Pico da Neblina
Série brasileira original da HBO, que se passa numa São Paulo ficcional na qual o uso e o comércio de maconha foram legalizados
Durante a primeira temporada o público pôde acompanhar o despertar da economia pós-legalização e agora, no segundo ano, a cultura canábica começa a integrar o cotidiano dos brasileiros, a despeito da resistência de alas mais conservadoras da sociedade, o que leva à efervescência do mercado. Na segunda temporada, Biriba (Navarro) vê todos os aspectos de sua vida dominados por CD (Dexter). O líder do tráfico tomou controle não apenas de sua família, mas também de sua loja de cannabis. Ao se ver sugado novamente para o mundo do crime, Biriba se alia a velhos conhecidos em uma tentativa arriscada de articular a queda de CD e sair desse mundo de uma vez por todas.
PICO DA NEBLINA é uma série original da HBO produzida pela Warner Media Latin America, realizada pela O2 Filmes. A série é produzida por Luis F. Peraza, Roberto Rios, Eduardo Zaca, Marcelo Tamburri, Anouk Aaron, Paul Drago, com roteiro de Rodrigo Batista, Carol Rodrigues, Cauê Laratta, Fabio Montanari, Rodrigo Batista, Thais Fujinaga e Vivi Pistache. A direção geral é de Quico Meirelles e os episódios serão dirigidos também por Ale Pellegrino, André Dib, André Novais Oliveira, Rodrigo Pesavento e Pedro Moscalcoff.
No Pico da Neblina 2, ator, Thiago Augusto Manzoni, interpreta o papel: Paulo Nunes (29), Paulo Nunes, traficante da zona leste de São Paulo, que assim como outros parceiros do crime, não estão satisfeitos com o comando de CD (Dexter) e se unem em uma dissidência. Após a morte de Bigato (Fábio Neppo) na primeira temporada, Paulo Nunes é único elo entre Salim (Henrique Santana) e a dissidência.