Acontece nesta sexta-feira (11) nova edição do projeto “Quarentena ao Vivo”, com o debate intitulado “Negacionismo científico, produção do conhecimento e produção da ignorância na pandemia de Covid-19”. A conversa, a partir das 10h30, contará com a participação de Renan Gonçalves Leonel da Silva, cientista social que acaba de aprovar projeto de pesquisa sobre efeitos do negacionismo científico e da produção da ignorância no enfrentamento da pandemia de Covid-19 junto ao Social Science Research Council (SSRC), órgão de fomento internacional sediado em Nova Iorque, nos Estados Unidos. O projeto está sendo desenvolvido em parceria com pesquisadores da Columbia University (EUA) e da Universidade de Viena (Áustria).
Renan Leonel tem uma trajetória de pesquisa em estudos sociais da Ciência e Tecnologia, Sociologia do Conhecimento e, mais especificamente, em estudos da produção do conhecimento biomédico. Doutor em Política Científica e Tecnológica pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), hoje é pesquisador colaborador no Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e, também, no Grupo de Estudos em Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde no Instituto de Estudos Avançados da USP.
A pesquisa recentemente aprovada marca o ingresso em um outro campo de pesquisa, que pode ser identificado como Sociologia da Ignorância ou, também, pelo novo termo cunhado nos EUA, a Agnotologia. No estudo, a investigação é sobre como o negacionismo científico institucionalizado na pandemia de Covid-19, ou seja, transformado em discurso oficial e política de Estado, se configura justamente como processo de produção da ignorância, de produção política e cultural de desinformação, e, assim, tem impactos sobre o enfrentamento da pandemia. Os pesquisadores estão analisando e comparando a situação no Brasil, nos Estados Unidos e no Reino Unido, nações com os maiores números de casos de Covid-19 há alguns meses e, também, marcadas pela institucionalização do negacionismo.
Assim, devem ser temas abordados no debate as fake News, o papel da vida digital e das redes sociais no atual contexto de desinformação, as respostas do Estado em diferentes países e, também, da sociedade civil, à reprodução do negacionismo, bem como a atuação e as responsabilidades da própria comunidade científica e de comunicadores neste cenário. Mais informações sobre a pesquisa aprovada pelo SSRC podem ser conferidas em matéria publicada recentemente pela Agência Fapesp.
“Quarentena ao Vivo” é uma realização do Laboratório Aberto de Interatividade para a Disseminação do Conhecimento Científico e Tecnológico (LAbI) da UFSCar. O projeto é um desdobramento do podcast Quarentena, produzido pela equipe do LAbI e veiculado diariamente há quase seis meses. As conversas do “Quarentena ao Vivo” são transmitidas pelas redes sociais do LAbI – Facebook e canal ClickCiência no YouTube –, sem necessidade de inscrição ou limite de vagas, e as pessoas participantes podem interagir com os convidados durante a live por meio de comentários nessas redes sociais.
“Quarentena” e “Quarentena ao Vivo” têm o apoio do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF) e do Centro de Inovação em Novas Energias (CINE), ambos centros de pesquisa vinculados à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Além deles, o LAbI também já produziu mais de 100 vídeos de divulgação científica no contexto da pandemia, e toda essa produção pode ser conferida no site do Laboratório, em www.labi.ufscar.br.