sexta-feira, 22, novembro, 2024

Primeiro ouro e dois pódios duplos brasileiros: como foi a segunda-feira (10), no Mundial de atletismo de Paris

Ricardo Mendonça, nos 100m da classe T37, subiu ao lugar mais alto do pódio na mesma prova em que Christian Gabriel da Costa foi bronze; Yeltsin Jacques e Julio Agripino também fazem dobradinha do Brasil nos 5.000m T11

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O fluminense Ricardo Mendonça conquistou a primeira medalha de ouro do Brasil no Mundial de atletismo paralímpico em Paris, na França, ao vencer a prova dos 100m pela classe T37 (paralisados cerebrais), que ainda teve Christian Gabriel da Costa no terceiro lugar, nesta segunda-feira, 10. O país conseguiu finalizar o dia com mais uma dobradinha no pódio dos 5.000m T11 (cegos) com a prata de Júlio César Agripino e o bronze de Yeltsin Jacques.

O Brasil é representado por 54 atletas de 19 Estados e 11 atletas-guia na competição. O Mundial de atletismo de Paris é o primeiro após os Jogos de Tóquio 2020 e tem sido realizado no Estádio Charlety, que tem capacidade para 20 mil pessoas e é sede do clube de futebol Paris FC, da segunda divisão francesa.

Com as quatro conquistas desta segunda-feira, o Brasil terminou o terceiro dia de competição na décima colocação do quadro geral de medalhas, sendo um ouro, duas pratas e quatro bronzes. A China lidera, com três ouros, quatro pratas e três bronzes, seguida pela Colômbia, com dois ouros, duas pratas e um bronze.

Ricardo Mendonça, que havia feito 11s25 nas eliminatórias e batido o recorde da competição, conseguiu ser ainda mais rápido na final e conquistou o ouro com 11s21, novamente sendo a melhor marca da prova.

O atleta, 33, nascido em Natividade, tinha como melhor resultado na carreira o bronze nos 200m nos Jogos de Tóquio 2020.

“É a realização de um sonho. Tudo o que eu vivi me trouxe até aqui agora. É maravilhoso estar aqui. Ano passado, lesionei o joelho, pensei em desistir. Mas eu consegui. Agradeço a todos que fizeram parte dessa história”, afirmou Ricardo.

Na mesma prova, o paulista Christian Gabriel ficou com o bronze ao cravar 11s38, seu melhor tempo na temporada. A prata ficou com Saptoyogo Purnomo, da Indonésia, que terminou a disputa em 11s27.

“É muita felicidade, foi muito difícil o ano passado para mim. Tive lesão. Gostei muito da minha prova, mas preciso ainda melhorar para os 200m. Chorei ao lembrar da minha mãe. Tenho de agradecer também aos meus treinadores, à fisioterapia e a todo mundo que me apoiou nesse período”, completou o atleta que deve diagnosticada a paralisia cerebral ainda na infância.

Já na prova dos 5.000m pela classe T11 (atletas cegos), o paulista Júlio César Agripino e o sul-mato-grossense Yeltsin Jacques fizeram a segunda dobradinha para o país no dia na competição.

O primeiro completou a distância em 15min07s21 e ficou com a medalha de prata, enquanto o campeão paralímpico dessa prova chegou na terceira colocação, com 15min12s37. O japonês Kenya Karasawa ultrapassou os dois brasileiros na reta final da prova e levou o ouro com o tempo de 15min05s19.

“Fiquei um ano e pouco afastado das pistas devido a uma lesão. Fiquei mal, não consegui treinar direito antes do Mundial. Mas hoje voltamos no alto nível. O Brasil demonstrou que tem atletas muito competitivos. Agradeço à minha família e aos meus guias. Pretendo voltar melhor em Paris no ano que vem”, apontou Yeltsin.

Ainda nesta segunda-feira, a potiguar Maria Clara avançou às finais dos 100m com o sétimo melhor tempo – 12s69. Foi sua melhor marca pessoal na prova.

A também potiguar Thalita Simplício conseguiu um lugar na final dos 400m T11 (cegas) ao completar o percurso em 56s78. A decisão acontece nesta terça-feira, 11, às 15h10 (de Brasília). Na mesma prova, a paraense Jhulia Karol fez 59s80 e não se classificou. 

Outros brasileiros disputaram finais no dia: a maranhense Rayane Sores finalizou na quinta colocação na final dos 100m T13, com 12s70. A campeã da prova foi Lamiya Valiyeva, do Azerbaijão, com 11s99. Já o paraibano Cícero Nobre, com 48,31m, se manteve na terceira colocação do lançamento de dardo F57 (cadeirantes) por quase toda a disputa, mas acabou superado nos lançamentos finais pelos adversários e encerrou na quarta posição. O ouro ficou com o iraniano Amanolah Papi, com 50,09m, a prata, com o turco Mummahet Khalvandi, com 49,98m, e o bronze, com Yorkinbek Odilov, do Uzbequistão, com 49,39m.  

Confira a programação dos brasileiros no Mundial de atletismo Paris 2023 nesta terça-feira, 11, com os horários de Brasília:

4h12 – 400m T20 (round 1)
Jardênia Felix

4h44 – 100m T13 (round 1)
Fabrício Ferreira
Samuel Eckert

4h53 – 100m T13 (round 1)
Paulo Henrique Reis

5h14 – 200m T13 (round 1)
Rayane Soares

5h25 – 400m T11 (semifinais)
Daniel Mendes
Felipe Gomes

5h46 – 400m T53 (round 1)
Ariosvaldo Fernandes (Parré)

13h30 – Lançamento de disco F52 (final)
André Rocha

14h00 – 100m T47 (final)
Maria Clara Augusto 

14h49 – 100m T36 (round 1)
Samira Brito

15h10 – 400m T11 (final)
Thalita Simplício 

15h30 – 400m T53 (final)
Ariosvaldo Fernandes (Parré) – se avançar

Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível
Os atletas Thalita Simplício e Ricardo Mendonça são integrantes do Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível, programa de patrocínio individual da Loterias Caixa que beneficia 91 atletas.

Time São Paulo
Os atletas Daniel Mendes, Christian Gabriel da Costa e Jhulia Karol são integrantes do Time São Paulo, parceria entre o CPB e a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo, que beneficia 106 atletas de 14 modalidades.

Redação

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