Nesta terça-feira (7), o Instituto de Química da Unesp de Araraquara receberá o evento que integra a agenda “Semana da Mulher: da invisibilidade ao protagonismo”, que contará com duas atividades abertas ao público. Às 18h, será aberta a exposição “A Percepção das Invisíveis” e às 18h40 será realizada a palestra “O acolhimento universitário para pessoas negras”.
As duas atrações compõem a programação dos “21 Dias de Ativismo contra o Racismo”, campanha que existe desde 2017 e funciona como uma grande agenda antirracista, onde movimentos sociais, coletivos, figuras públicas e pessoas independentes podem propor diversas atividades que pautem o debate pelo fim da discriminação racial.
O mês de março é escolhido, pois no dia 21 de março de 1960, sob o regime racista na África do Sul (Apartheid), foram assassinados 69 jovens e feridos 186, em brutal repressão, conhecida como “Massacre de Shaperville”. Nessa data, cerca de 5 mil jovens negros faziam um protesto pacífico contra a Lei do Passe, que na época, obrigava os negros a portarem um cartão que indicava os locais onde era permitida sua circulação. Havia também a luta contra o aprendizado do africâner, a língua do opressor. A polícia sul-africana abriu fogo sobre a multidão desarmada, seguindo o regime de segregação racial adotado de 1948 a 1994. A ONU – considerou desde então essa data como o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial.
No Brasil, temos datas significativas no mês para serem lembradas de grande simbolismo para a representatividade negra: Dia 14 de março, que é o dia da execução da vereadora Marielle Franco, e também dia do nascimento de Abdias Nascimento e Carolina Maria de Jesus; 16 de março: dia da morte de Cláudia Ferreira, e homenagem às vítimas do Estado; e por último, foi sancionada este ano pelo presidente Lula, a lei 14.519/2023, que institui no dia 21 de março, o Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé.