A chegada da ferrovia e o nascimento da EFA

Com a chegada da ferrovia, Araraquara não esperou por investimentos oficiais, e avançou por conta própria em um plano arrojado para escoar sua enorme produção de café e outras frutas: criou uma Companhia de Estrada de Ferro própria, a EFA

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Hamilton Mendes – Colaboração

Criada em 22 de agosto de 1817 por decreto Regencial, a vida de Araraquara já pulsava no coração da comunidade, local onde se construiu a primeira igreja, hoje a Matriz, e nasceu sua primeira praça, suas primeiras casas comerciais, a primeira Câmara Municipal, a primeira Cadeia Pública, a primeira farmácia.

Ainda no século 19, a chegada de imigrantes italianos, portugueses, libaneses e árabes, dentre outros, mudou o panorama da cidade e a economia local, já que que dotados de algum capital, mas também com forte conhecimento de alguns ofícios, esses homens e mulheres montaram

suas lojas, sapatarias, relojoarias e já começavam a formar aquela, que mais tarde seria a rua comercial mais forte da cidade: a “rua 2”, ou rua do Comércio, atual Rua 9 de Julho.

Ainda uma cidade essencialmente agrícola, Araraquara viu seu futuro mudar radicalmente no ano de 1885 com a chegada da ferrovia, e a visão privilegiada de futuro que seus homens de negócios tiveram. A cidade, sem dúvida alguma, foi uma das que melhor se aproveitou da malha ferroviária para crescer e fortalecer sua economia em todo o País.

A chegada da ferrovia

A inauguração do tráfego provisório do prolongamento da estrada de ferro entre São Carlos do Pinhal e Araraquara, se deu em 18 de setembro de 1885. O trem deixou Rio Claro perto das 11 horas da manhã, chegando a Araraquara às 16 horas.

Segundo consta, assistiram a solenidade o presidente da Província de São Paulo, Dr. Miranda Azevedo, o Sr. Visconde do Pinhal, Cel. Stanislau de Oliveira, diretores da Cia., funcionários da Estrada, além de representantes da imprensa da capital. Os grandes jornais da época descreveram assim o acontecimento: “…houve grande entusiasmo, musica, foguetes e discursos…seguiu-se lauto jantar offerecido pelo povo araraquarense…e a noite houve baile…”.

D. Pedro II em Araraquara

Pouco mais deum ano depois, em 6 de novembro de 1886, a história de Araraquara registra a visita oficial do Imperador D. Pedro II. Segundo jornais da época, O Imperador e seus acompanhantes deixaram São Carlos às 7h05 com destino à nossa cidade.

Depois de andar pelas ruas centrais e participar de uma missa em sua homenagem na igreja Matriz, D. Pedro-II foi recebido na residência do Cel. José Pinto Ferraz, líder monarquista local, onde participou de um almoço. O casarão existe ainda, pertence ao Colégio Progresso e está localizado na esquina da Rua Padre Duarte com a Avenida Portugal. No mesmo local

funcionou, nos anos 60 a Escola de Belas Artes.

Segundo publicado no jornal “O Comércio”, o Imperador, depois de saudar o povo araraquarense, deixou a cidade exatamente às 11 horas e 35 minutos.

Cia. Estrada de Ferro de Araraquara

O ano de 1886 ficou marcado na história da cidade por dois fatos de extrema relevância: a visita oficial do Imperador D. Pedro II, e o nascimento da Cia. Estradas de Ferro Araraquara, depois da iniciativa de Carlos Baptista Magalhães, e um grupo de agricultores.

Convocados por Magalhães, os homens se uniram, integralizaram um capital de 2.000:000$000 milhões de réis, divididos em ações de 200$000 mil réis cada uma, e criaram uma pequena empresa, que mais tarde viria a ser a Cia. Estradas de Ferro de Araraquara (E.F.A.), uma gigante que chegou até as divisas do estado com o Mato Grosso, passando por

Taquaritinga, Catanduva, Engenheiro Schimidt, São José de Rio Preto, Mirassol, gerando o nascimento de várias cidades da chamada Alta Araraquarense.

Na foto acima se vê as oficinas da Estrada de Ferro Araraquara em 1971. Trata-se dos mesmos pavilhões adquiridos pela Prefeitura de Araraquara junto ao Governo do Estado, que passaram a ser conhecidos como “Pavilhões da Facira”, e onde se construiu o maravilhoso Centro Internacional de eventos de Araraquara (CEAR), e o Centro Esportivo Prefeito Waldemar De Santi. O local foi anexado ao Gigantão e a Arena da Fonte

Redação

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