José Augusto Chrispim
A eleição dos vereadores que vão compor a próxima legislatura na Câmara Municipal de Araraquara foi marcada por uma grande renovação com uma composição bastante heterogênea. Entre os 18 vereadores atuais, apenas seis conseguiram a reeleição. São eles: Paulo Landim (PT), Thainara Faria (PT), Lucas Grecco (PSL), Gerson da Farmácia (MDB), Rafael de Angeli (PSDB) e Edson Hel (Cidadania).
Entre as legendas, o Partido dos Trabalhadores foi o único que conseguiu manter as quatro cadeiras, porém com dois nomes novos. O MDB que tinha uma bancada com quatro vereadores no início da atual legislatura, conseguiu eleger apenas dois para a próxima, assim como o PSDB que fez dois vereadores.
Outra novidade é que partidos de direita conseguiram eleger vários nomes e devem fazer uma oposição mais acentuada ao prefeito Edinho Silva. Já nomes tradicionais como Elias Chediek (MDB) que concorria ao 5º mandato e José Carlos Porsani (PSDB) com 28 anos ocupando o cargo de vereador, não conseguiram os votos suficientes para as suas reeleições.
Entre os vereadores que conseguiram se reeleger, dois deles apareceram na pesquisa eleitoral encomendada pelo jornal O Imparcial ao Instituto Data Press. A vereadora Thainara Faria (PT) e o vereador Rafael de Angeli (PSDB) foram lembrados por um bom número de entrevistados.
Diversidade
A diversidade de gêneros vai marcar a próxima legislatura com a eleição da primeira candidata trans de Araraquara. A ativista da causa LGBT, Filipa Bruneli (PT), é a primeira candidata trans eleita para ocupar uma das 18 cadeiras do Legislativo araraquarense na história. Ela recebeu 1.119 votos, sendo a 10ª candidata mais votada no pleito de 15 de novembro de 2020.
Militares não emplacaram
Entre os mais de 400 candidatos a vereador e também os postulantes ao Executivo, destacamos as candidaturas de vários policiais militares reformados que não conseguiram a maioria do eleitorado araraquarense. Dois coronéis da Polícia Militar disputaram a Prefeitura de Araraquara, sendo que o coronel PM Adalberto se lançou candidato a prefeito pelo Democratas e, já o coronel PM Prado (Podemos), disputou o cargo de vice-prefeito da chapa com Dr. Lapena (Patriota). Nenhum dos dois obteve êxito em suas intenções políticas.
Já disputando uma vaga no Legislativo tivemos outro PM reformado, o coronel Figueiredo (PL), que também não conseguiu atrair os votos necessários para sua eleição. Sem esquecer dos atuais vereadores e também PMs reformados Cabo Magal Verri (Progressistas) e o presidente da Câmara dos Vereadores de Araraquara, Tenente Santana, que também não conseguiram se reeleger.
Composição dos votos
A eleição para vereador é diferente da de prefeito que é eleito pelo voto majoritário. Ou seja, vence quem tem mais votos. Já no caso dos vereadores, eles são eleitos pelo sistema proporcional. Nesse sistema, a votação de cada candidato é influenciada pela soma de votos de todos os candidatos do mesmo partido e ainda pelos os votos de legenda. Basicamente, os votos que “sobram” dos candidatos mais votados ajudam a eleger outros do mesmo partido ou coligação.
O cálculo de votos para a eleição de vereador funciona da seguinte forma:
Divide-se o número de votos válidos (em candidatos e em partidos) pelo número de vagas na Câmara. Em Araraquara, a Câmara tem 18 cadeiras. O número que resulta dessa conta (votos válidos/18) é o quociente eleitoral;
Em seguida, é feito o cálculo do quociente partidário, dividindo-se o número de votos que o partido ou coligação obteve pelo quociente eleitoral. Esse quociente determina o número de vagas que cada partido vai ter na Câmara.
Os partidos ou coligações cujos candidatos tenham recebido mais votos elegem um número maior de deputados. Por isso, muitos candidatos são eleitos com menos votos que outros que tiveram mais votos que eles. É que eles pertencem a partidos ou coligações que, na soma, tiveram mais votos.
Quem são os novos vereadores eleitos:
Thainara Faria (PT) – 1.838 votos
Gerson da Farmácia (MDB) – 1.729 votos
Rafael de Angeli (PSDB) – 1.559 votos
Carlão do Jóia (Patriota) – 1.389 votos
Emanoel Sponton (PP) – 1.388 votos
Pastor Hugo (Republicanos) – 1.316 votos
Luna Meyer (PDT) – 1.264 votos
Boi (MDB) – 1.247 votos
João Clemente (PSDB) – 1.127 votos
Filipa Bruneli (PT) – 1.119 votos
Guilherme Bianco (PCdoB) – 1.065 votos
Edson Hel (Cidadania) – 1.039 votos
Flávio Marchese (Patriota) – 1.010 votos
Paulo Landim (PT) – 979 votos
Marcos Garrido (Patriota) – 901 votos
Fabiana Virgílio (PT) – 867 votos
Lucas Grecco (PSL) – 620 votos
Lineu Carlos de Assis (Podemos) – 595 votos