Conselho de Combate à Discriminação e ao Racismo divulga carta aberta no Dia de Combate à Intolerância Religiosa

21 de janeiro marca a conscientização nacional sobre a importância do respeito à liberdade de crença

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Neste 21 de janeiro, data em que é celebrado o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, o Conselho Municipal de Combate à Discriminação e ao Racismo de Araraquara divulgou uma carta aberta à população com um forte apelo pelo respeito à liberdade de crença.

A carta enfatiza a importância do 21 de janeiro como um momento de reflexão e ação coletiva no combate à intolerância, destacando a preocupação com a discriminação e a violência contra práticas religiosas, especialmente aquelas de matriz africana e afro-brasileiras.

O coordenador de Políticas Étnico-Raciais da Prefeitura, Sumbunhe N’fanda, endossa a mensagem do Conselho Municipal e enfatiza que, neste 21 de janeiro, é essencial refletir sobre o nível de democracia, liberdade e tolerância no Brasil. “Não basta defender a democracia e a liberdade se não permitimos que os outros exerçam plenamente suas crenças. Liberdade religiosa deve ser uma realidade para todos, respeitando cada escolha individual”, afirma.

Sumbunhe ressalta que, em Araraquara, o Centro de Referência Afro, o Centro de Cultura das Religiões de Matrizes Africanas e a Casa SP Afro Brasil (esta última em parceria com o Governo do Estado) são importantes pilares para a promoção da equidade e para a construção de uma sociedade mais consciente e respeitosa, como prega o 21 de janeiro. Vinculados à Coordenadoria de Políticas Étnico-Raciais, os espaços se preparam para retomar no próximo mês cursos e oficinas voltados a preservação e promoção das culturas africanas e afro-brasileiras.

Confira a carta na íntegra:

CARTA ABERTA

Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa – 21 de Janeiro

O Conselho Municipal de Combate à Discriminação e ao Racismo de Araraquara vem, por meio desta, destacar a relevância do Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, celebrado em 21 de janeiro. Esta data não é apenas um marco no calendário, mas um chamado à reflexão e à ação coletiva em favor do respeito à diversidade religiosa e cultural que caracteriza nossa cidade e nosso país.

Araraquara, conhecida como a “Morada do Sol”,  também é morada da cidadania e do respeito ao diverso, município que trabalha em favor da pluralidade e da convivência entre diferentes culturas, crenças e tradições. Contudo, a intolerância religiosa ainda é um perigo real, muitas vezes manifestada contra religiões de matriz africana e afro-brasileira, um triste reflexo de preconceitos históricos que precisamos superar.

Em memória da ialorixá, Gildásia dos Santos e Santos, Mãe Gilda de Ogum, sacerdotisa do Candomblé, vítima de intolerância religiosa que resultou em sua morte em 2000, lembramos que cada ato de desrespeito à fé do outro é uma afronta aos direitos humanos e à Constituição Federal, que assegura a todos os cidadãos a liberdade de crença e culto.

Como sociedade, é nosso dever valorizar esta data e transformá-la em uma oportunidade de promover a educação contra o preconceito e o diálogo inter-religioso, no reconhecimento da contribuição que as religiões de matriz africana e afro-brasileiras deixaram para a formação de nossa identidade. Devemos, enquanto comunidade, reafirmar o compromisso de construir uma Araraquara mais justa, onde todas as pessoas, independentemente de sua fé, possam viver em paz e com dignidade.

Neste dia, convidamos a população, as instituições e todas as lideranças religiosas de nossa cidade a se unirem em ações de conscientização, debates e celebrações da diversidade religiosa. Que possamos, juntos, fortalecer os laços de respeito e solidariedade, combatendo qualquer forma de discriminação.

Que o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa seja, para Araraquara, um símbolo de resistência e um passo concreto rumo à igualdade e à convivência fraterna entre cidadãos de diferentes credos.

Atenciosamente,

Conselho Municipal de Combate à Discriminação e ao Racismo de Araraquara

Araraquara, 21 de janeiro de 2025

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