segunda-feira, 25, novembro, 2024

Dados do Detran.SP indicam que cidades do interior paulista têm população habilitada superior à Capital

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A maioria dos grandes e médios municípios do Estado de São Paulo possui mais cidadãos habilitados do que a capital paulista. É o que indica levantamento feito pelo Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran.SP). Os dados de todas as cidades do interior paulista (57%) são superiores aos da maior cidade do país.

Já a cidade de Santos, por exemplo, tem 72% de sua população habilitada (315.820 condutores de um total de 433.991 habitantes). Campinas, com 1,2 milhão de habitantes, tem 776.691 condutores (63%). Os municípios de São José do Rio Preto, Marília, Presidente Prudente, Franca e Barretos possuem 64% de sua população com CNHs registradas no Detran.SP.

Dos 46,6 milhões de cidadãos paulistas, 25,9 milhões possuem CNHs registradas no Departamento de Trânsito. O número representa 55% do total de cidadãos habilitados na comparação com a população do Estado de São Paulo. O levantamento foi realizado com base nos dados de julho de 2021.

“Esses números mostram a pujança econômica das cidades grandes e médias do interior paulista. E revelam também o impacto que um sistema de transporte coletivo integrado, como o que existe na capital, exerce sobre a utilização do veículo particular no cotidiano dos cidadãos”, afirma o presidente do Detran.SP, Neto Mascellani.

Mas por que as cidades do interior paulista possuem um número maior de cidadãos habilitados? Segundo o arquiteto e professor de Planejamento Urbano da PUC-Campinas, Thiago Amim, a dispersão urbana de cidades menos adensadas e mais espalhadas do que a capital acarreta em uma procura maior pelas habilitações e, consequentemente, a utilização de veículos particulares.

“O desenvolvimento urbano da cidade de São Paulo e de sua densidade populacional viabiliza a utilização de mais transportes públicos como linhas de trem, metrô e ônibus. No interior temos a verticalização dos municípios e a dispersão dos habitantes em áreas maiores e mais distantes, o que dificulta uma caminhada a pé ou a utilização de um transporte público, que leva muito mais tempo do que uma viagem de carro ou moto. Além disso, muitas cidades são circundadas por rodovias o que motiva também a procura pela habilitação”, ressalta Amim.

O professor destaca outro ponto que envolve a procura pela CNH: o chamado “movimento pendular”, que é realizado normalmente por pessoas que viajam de um município para o outro diariamente e voltam para sua cidade no fim do dia para dormir. “No interior há a necessidade de um deslocamento maior sem tantas opções de transporte público como na capital. Isso também reflete na busca pela habilitação”, finaliza.

Redação

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