sexta-feira, 22, novembro, 2024

Em Araraquara, Haddad ressalta importância das entidades sociais 

O candidato ao Governo de São Paulo pelo PT esteve na cidade acompanhado de Geraldo Alckmin e Márcio França, onde se reuniram com 33 entidades sociais

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Por José Augusto Chrispim

Fernando Haddad (PT), candidato ao governo do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSB), candidato a vice de Lula, e Márcio França (PSB), candidato ao Senado, participaram de uma reunião com representantes de 33 entidades sociais de Araraquara e região no CEAR, na manhã da quinta-feira (15). Também estavam presentes a pesquisadora Ana Estela Haddad, a candidata a vice-governadora, professora Lucia França e a ex-primeira dama de São Paulo, Lu Alckmin.

Antes do encontro com as entidades, os candidatos falaram a um público de cerca de 400 pessoas, sobre suas propostas e as expectativas a respeito do desenvolvimento socioeconômico da nossa região. Além dos representantes das entidades sociais, assistenciais e filantrópicas de Araraquara, ao lado do prefeito Edinho Silva e do vice-prefeito Damiano Neto, o trio conversou com o setor sucroalcooleiro do interior de São Paulo que estava representado pela Unica.

Vocação assistencial

Em suas falas, os três candidatos ressaltaram a importância de se fortalecer as entidades sociais e destacaram a vocação para a solidariedade de Araraquara.

Fernando Haddad destacou o trabalho das APAEs e a importância da soma de esforços entre as lideranças políticas para que as políticas públicas funcionem. “Eu tive uma experiência muito rica com as APAEs, na minha cabeça elas eram entidades públicas, mas não estatais. E por que? porque não cobravam pelos serviços, prestavam serviços de excelência para as famílias, eram fiscalizáveis. Mas, quando eu cheguei no Ministério da Educação, percebi que as APAEs não eram contempladas pelo antigo FUNDEF, que era o fundo do ensino fundamental, e quando nós fomos construir o FUNDEB, que era da educação básica como um todo, quem era o secretário de Educação de São Paulo era o Chalita, que era um grande interlocutor, nós sentamos para conversar e resolvemos considerar todas as creches conveniadas como se fossem escolas públicas de São Paulo, as APAEs como se fossem entidades públicas não estatais e, graças a isso, nós conseguimos triplicar as matrículas em creches municipais, pois o prefeito não tinha condições de fazer creches, porque não tinha como financiar. E se você colocasse só creches públicas, que são muito mais caras, você não conseguiria multiplicar as matrículas, e o Brasil só tinha 9% das crianças de 0 a 3 anos na creche. Aí nós resolvemos ousar e fazer parcerias, com isso, hoje são 35% das crianças de 0 a 3 anos nas creches graças à parceria público privada que nós fizemos. E na APAE, nós fizemos a dupla matrícula que ocorre quando a criança estuda na escola pública e recebe atendimento especializado na APAE, aí o valor do FUNDEB cai duas vezes na conta. Isso são coisas que nós construímos pelo entendimento entre vários partidos que deixaram as diferenças de lado e fizeram políticas públicas que permitiram colocar 400 mil crianças com deficiência na escola e colocar 2 milhões de outras crianças na escola. Eu vejo a política como ato de agregar, aglutinar, construir juntos, eu acho que entre o branco e o preto tem muitas cores, por isso, nós temos que olhar para todos os lados. Quando nós fizemos essa costura entre mim, o Márcio França e o Alckmin, foi para salvar esse país”, falou Haddad.

Morada da solidariedade

O ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSB), teceu elogios à Morada do Sol por sua grande rede de solidariedade. “Estou muito feliz em estar aqui em Araraquara que em Tupi-guarani significa Morada do Sol, mas, mais do que isso, é a Morada da Solidariedade. Eu aprendi lá atrás com o Franco Montoro a importância da descentralização, ou seja, o que o município puder fazer, faça, o que o que estado puder fazer, faça, e o que a sociedade puder fazer, o estado não deve fazer, é o princípio da participação e da subsidiariedade. Quando o Covas chegava em um hospital ele não perguntava se tinha equipamentos, ele perguntava se tinha voluntariado, pois, para ele, era o trabalho do voluntariado que fazia a diferença na sociedade civil, além de desburocratizar as coisas, simplificar, nós temos uma cultura burocrática e onde simplificar as coisas é de extrema importância. Por isso, quero destacar a importância desse encontro, porque a campanha é pra gente ouvir, quanto mais você ouve, menos você erra, quanto mais a sociedade participa eleva a vida pública no sentido de prestar serviços à população. O presidente Lula tem falado muito que vai voltar a construir casas no país através do Minha Casa Minha Vida, a morada da população. Nós fizemos com o presidente Lula e com a presidente Dilma, com a participação do governo de SP, quase 5 mil moradias em Araraquara. Com uma média de 4 pessoas por unidade, cerca de 20 mil pessoas passaram a ter casa própria e isso gerou muitos empregos. Isso é o compromisso com a moradia e com o emprego. Sobre o cooperativismo, nós que fomos constituintes, eu e o Lula, criamos no artigo 174 da Constituição o estímulo ao cooperativismo e ao associativismo, cooperativa no empreendedorismo e na solidariedade. Parabéns para Araraquara que é capital das cooperativas”, destacou Alckmin.

Nota Fiscal Paulista

O candidato ao Senado, Márcio França, ressaltou a importância da Nota Fiscal Paulista na geração de recursos para as entidades sociais. “Araraquara é uma cidade que está acostumada com esse trabalho social e comunitário. Ontem nós fizemos uma reunião com o presidente Lula, onde nós falamos exatamente sobre a economia solidária, a economia criativa e as cooperativas, porque nós estamos precisando de regras novas, muita gente quer ajudar, mas tem medo, você pode ver que nas entidades você não encontra mais jovens, porque ninguém quer mais assumir essa responsabilidade, pois fizeram regras tão duras, tão difíceis de cumprir para as coisas que são de filantropia como se fossem coisas públicas, então você assina o CNPJ, mas responde no seu CPF e todo mundo tem medo. Muitas vezes o Ministério Público fala como você quer cuidar de 100 idosos, mas quer ter apenas 3 enfermeiras? Mas quem paga tudo isso, de onde vem a verba? Se não houvesse as entidades de filantropia certamente ia sobrecarregar ainda mais o Estado que mal consegue gerenciar o que é seu. Então se tem uma parceria que é boa, não se deve ficar inventando, o poder público tem que repassar os recursos para que as entidades tomem conta das coisas, pois é tão mais fácil. Então se eu puder sugerir mudanças para o governador Haddad, ou para o presidente Lula, eu vou fazer, porque a lei das cooperativas é de dezembro de 1971, na época do auge da ditadura, então é claro que está defasada, depois veio a nova Constituição e mudou completamente, e as regras não podem ser iguais para o poder público e para as entidades filantrópicas, senão você desestimula as pessoas de participar, por isso nós temos que criar mecanismos de financiamento que deem estabilidade, deem segurança. Por exemplo agora vai haver a volta dos jogos no Brasil e eu acredito que os recursos que serão gerados poderão ter uma parte reservada para essas entidades, mas sem burocracia por que ela atrapalha muito e fica essa humilhação da pessoa ter que buscar emenda de deputado e pedir pelo amor de Deus para arrumar R$ 50 mil R$ 100 mil, olha aqui ninguém está pedindo esmola. Da mesma forma é a Nota Fiscal Paulista, ela foi feita lá atrás e chegou a arrecadar muito dinheiro, mas com as mudanças da cobrança de tributos pelo Estado, a arrecadação caiu muito e hoje não supre a demanda das entidades sociais. Por isso, eu sugeri ao Haddad da gente criar um valor fixo na Nota Fiscal Paulista para repartir entre as entidades na proporção que cada uma faz, é mais fácil e funciona melhor”, falou Márcio França.

Agenda regional

Além de Araraquara, o candidato Fernando Haddad cumpriu agendas de campanha em várias cidades da região na quinta-feira (15). Em São Carlos, 

ele visitou o Mercado Municipal e, em seguida, fez uma caminhada na Praça do Mercado, antes de participar de um ato na Igreja São Benedito. 

Depois que saiu de Araraquara, Haddad seguiu para a Matão, onde teria um encontro com empresários na Rodovia Brigadeiro Faria Lima. Já no final da tarde, Haddad visitou ainda Jaboticabal e Sertãozinho.

Redação

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